Atritos entre o
peemedebista e os socialistas começaram na disputa de 1982, mas o
rompimento só ocorreria dez anos depois
Foto: Divulgação |
Alinhados politicamente e aliados
históricos, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) e o ex-governador Miguel
Arraes (PSB) sempre tiveram uma relação de conflitos, desde a eleição
de 1982, a primeira pós-retorno de Arraes do exílio na Argélia (1979).
Essa relação foi assumida pelo neto, herdeiro político e atual
governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). O rompimento em 1992,
quando Jarbas, candidato a prefeito do Recife, rejeitou Eduardo como seu
vice – e venceu o pleito – foi a confissão pública da disputa de visão
política e diferenças pessoais entre os dois.
“"Eu nunca quis ser candidato (a
governador). A única eleição que eu quis disputar foi a de 1982. Essa,
eu queria"”. A revelação de Arraes, feita ao JC, traduz a origem da
disputa no PMDB com Jarbas, à época deputado federal e presidente
estadual do partido. Para Arraes, eleger-se em 1982 teria um simbolismo.
Significaria a devolução do mandato – novamente pelo voto do povo –
cassado pelos militares em 1964.
Jarbas, porém, considerava que a vez era
do carismático senador Marcos Freire, eleito em 1974, grande nome do
PMDB, que ficara integrado à luta contra a ditadura. Arraes teve de
aceitar. Mas a contrariedade com o aliado acabou se personalizando em um
episódio da campanha de 82, que ficou restrito à discrição dos
personagens. A equipe de propaganda da chapa Marcos Freire, Fernando
Coelho (vice) e Cid Sampaio (Senado) tentou encaixar uma tarde de fotos
com Arraes. Na data agendada, a assessoria de Arraes ligou, desmarcando.
Em 1985, na disputa pela Prefeitura do Recife, Jarbas e Arraes se reaproximaram. Ao perder a legenda do PMDB para Sérgio Murilo, Jarbas disputou pelo PSB de Arraes e foi eleito. Em 1988, Jarbas indicou o peemedebista Marcos Cunha para a sua sucessão. Eleito governador em 86, na maior unidade da esquerda (derrotou José Múcio, PDS), Arraes apoiou Cunha. Joaquim Francisco (PFL) foi eleito e jarbistas acusaram pouco esforço de Arraes.
Em 1990 o conflito foi retomado. Jarbas disputou o governo do Estado com Joaquim Francisco e perdeu. Jarbistas afirmaram que Arraes demorou a declarar apoio e novamente não teria se esforçado. Arraes contestou: “Rodei mais de 60 mil quilômetros”. Para piorar, o PSB havia lançado uma chapinha proporcional, o que levou à não reeleição de históricos do PMDB.
Em 1992, Jarbas deu o troco. Rejeitou Eduardo Campos na sua vice para a Prefeitura do Recife. Arraes, então, lançou o neto candidato a prefeito. Jarbas venceu fácil. O rompimento político e pessoal definitivo veio em 1994, quando Jarbas apoiou Gustavo Krause, candidato do PFL, ao governo. Arraes venceu com facilidade.
Em 96, Jarbas ajudou a eleger Roberto Magalhães (PFL) para a PCR, enquanto Arraes ficou com Roberto Freire (PPS). Em 1998, Jarbas teve a sua maior vitória, impondo a Arraes (candidato à reeleição) uma derrota por mais de um milhão de votos. Em 2002, Jarbas reelegeu-se.
Em 2005, uma trégua: o peemedebista visitou Miguel Arraes no hospital. Com a morte do avô, Eduardo passou a liderar o PSB, e em 2006 foi eleito governador contra Mendonça Filho (PFL). Em 2010, Eduardo devolveu a Jarbas a derrota imposta a Arraes em 98, vencendo-o com uma diferença de quase três milhões de votos.
Em 1985, na disputa pela Prefeitura do Recife, Jarbas e Arraes se reaproximaram. Ao perder a legenda do PMDB para Sérgio Murilo, Jarbas disputou pelo PSB de Arraes e foi eleito. Em 1988, Jarbas indicou o peemedebista Marcos Cunha para a sua sucessão. Eleito governador em 86, na maior unidade da esquerda (derrotou José Múcio, PDS), Arraes apoiou Cunha. Joaquim Francisco (PFL) foi eleito e jarbistas acusaram pouco esforço de Arraes.
Em 1990 o conflito foi retomado. Jarbas disputou o governo do Estado com Joaquim Francisco e perdeu. Jarbistas afirmaram que Arraes demorou a declarar apoio e novamente não teria se esforçado. Arraes contestou: “Rodei mais de 60 mil quilômetros”. Para piorar, o PSB havia lançado uma chapinha proporcional, o que levou à não reeleição de históricos do PMDB.
Em 1992, Jarbas deu o troco. Rejeitou Eduardo Campos na sua vice para a Prefeitura do Recife. Arraes, então, lançou o neto candidato a prefeito. Jarbas venceu fácil. O rompimento político e pessoal definitivo veio em 1994, quando Jarbas apoiou Gustavo Krause, candidato do PFL, ao governo. Arraes venceu com facilidade.
Em 96, Jarbas ajudou a eleger Roberto Magalhães (PFL) para a PCR, enquanto Arraes ficou com Roberto Freire (PPS). Em 1998, Jarbas teve a sua maior vitória, impondo a Arraes (candidato à reeleição) uma derrota por mais de um milhão de votos. Em 2002, Jarbas reelegeu-se.
Em 2005, uma trégua: o peemedebista visitou Miguel Arraes no hospital. Com a morte do avô, Eduardo passou a liderar o PSB, e em 2006 foi eleito governador contra Mendonça Filho (PFL). Em 2010, Eduardo devolveu a Jarbas a derrota imposta a Arraes em 98, vencendo-o com uma diferença de quase três milhões de votos.
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