O ex-presidente nacional do PDT, ex-deputado federal e jornalista Neiva
Moreira, 94, morreu na madrugada desta quinta-feira (10).
Segundo nota divulgada pelo partido, ele estava internado no Hospital
UDI, em São Luís (MA), desde o dia 31 de março por complicações
respiratórias.
A presidente Dilma Rousseff divulgou nota de pesar sobre a morte
declarando que "a política brasileira perdeu hoje um de seus mais
expressivos líderes".
"Neiva Moreira viveu intensamente a luta pelas liberdades no Brasil e
lançou raízes do trabalhismo no país e em vários outros países
latino-americanos. Como estudioso, ativista e escritor, sempre esteve ao
lado dos povos oprimidos da região[...]. Particularmente, guardarei
sempre comigo as boas lembranças de minha convivência com Neiva
Moreira", diz a nota.
O corpo do político está sendo velado na sede estadual do PDT, no centro
de São Luís. O sepultamento está previsto para às 16h, no cemitério do
Gavião.
José Guimarães Neiva Moreira nasceu em Nova Iorque (544 km de São Luís) em 10 de outubro de 1917.
Neiva Moreira, fundador do PDT ao lado de Brizola, morre, aos 94 anos, no Maranhão |
Fundou jornais como "A Luz" e "A Mocidade", no Piauí. No Maranhão
trabalhou no "Pacotilha" e criou o "Jornal do Povo". No Rio de Janeiro,
passou pelos "Diário da Noite" e "O Jornal", e pela revista "O
Cruzeiro".
Sua carreira política começou em 1950, quando foi eleito deputado
estadual no Maranhão pelas Oposições Coligadas, frente formada pela UDN,
PSD, PR, PL, PTB e PSP.
Durante o mandato, defendeu a criação da Petrobras e da Eletrobras e tornou-se líder da bancada de oposição.
Em 1955, foi eleito deputado federal pelo PSP e ajudou a fundar a FPN
(Frente Parlamentar Nacionalista), grupo que condenava intervenção do
capital estrangeiro na economia nacional e a remessa de lucros para o
exterior.
Reelegeu-se deputado federal em 1958 e 1962, ainda pelo PSP. Moreira
apoiou a Revolução Cubana de 1959 e o reatamento das relações
diplomáticas e comerciais com a União Soviética em 1961.
Em 1964, Neiva Moreira teve seu mandato cassado pelo governo militar no
dia seguinte à edição do Ato Institucional nº 1. Em abril daquele ano, a
ditadura proibiu a edição do "Jornal do Povo".
O deputado cassado ficou preso no Rio de Janeiro e em Brasília. Depois
exilou-se na Bolívia, no Uruguai, na Argentina, no Peru e no México. A
instauração de regimes militares provocava as mudanças. Em todos esses
países editou jornais ou revistas.
Em outubro de 1979, com a abertura política, Moreira finalmente voltou
ao Brasil. Com a extinção do bipartidarismo, aliou-se a Leonel Brizola e
em 1980 fundaram o Partido do Trabalhismo Democrático (PTD), que logo
depois tornou-se o Partido Democrático Trabalhista (PDT).
Foi deputado federal de 1993 a 2007. Neiva Moreira também foi presidente nacional do PDT e líder na Câmara por duas vezes.
O parlamentar foi casado duas vezes. Com Beatriz Juana Moreira, teve quatro filhos. Com Natália Moreira, teve um.
LEIA A NOTA NA ÍNTEGRA
Nota de pesar da presidenta Dilma Rousseff pela morte de Neiva Moreira, líder histórico do PDT
A política brasileira perdeu hoje um de seus mais expressivos líderes.
Neiva Moreira, fundador do PDT junto com Leonel Brizola, lançou raízes
do trabalhismo no Brasil e em vários outros países latino-americanos.
Como estudioso, ativista e escritor, sempre esteve ao lado dos povos
oprimidos da região. Viveu intensamente a luta pelas liberdades no
Brasil, e após retornar do exílio, ampliou sua trajetória política a
partir do seu amado Maranhão. Em nome de todas as brasileiras e de todos
os brasileiros, cumprimento familiares e amigos, neste momento de dor.
Particularmente, guardarei sempre comigo as boas lembranças de minha
convivência com Neiva Moreira.
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