Deputado Brizola Neto (PDT-RJ) quer ex-ministro Carlos Lupi destituído

Para o deputado, PDT deve discutir se o ex-ministro ainda preside sigla
O deputado Brizola Neto (PDT-RJ) vai defender que o Diretório Nacional do PDT analise, em janeiro, se o ex-ministro do Trabalho, Carlos Lupi, tem condições de reassumir a presidência da legenda. Brizolinha, como é chamado no partido, afirma que a crise no ministério desgastou não apenas a imagem pessoal do ex-ministro, mas também a do partido. Com a saída de Lupi, o partido resolveu formar uma comissão, sem a presença do ex-ministro, para negociar com a presidente Dilma Rousseff a permanência do partido no governo e na pasta. “Foi uma saída para minimizar o desgaste. Tenho dúvidas se o retorno de Lupi à presidência do PDT não vai trazer a crise de volta para o nosso partido”, afirma o deputado.

Durante reunião da Executiva Nacional do partido, na última segunda-feira, Lupi avisou que precisava de cerca de dois meses para recuperar-se do desgaste sofrido com as denúncias de irregularidades nos convênios firmados pelo Ministério do Trabalho. O prazo se encerra no final de janeiro e, em princípio, o pedetista deu sinais de que pretende reassumir a presidência do PDT. “Não tenho nada pessoal contra o Lupi, mas acho que a instância maior do partido — o Diretório Nacional — precisa decidir o que é melhor para nós daqui para frente”, completou Brizolinha.

O presidente interino do PDT, deputado André Figueiredo (CE), afirmou que a reunião do Diretório Nacional deve acontecer na última semana de janeiro. Mas a posição do partido, segundo ele, é pela permanência de Lupi à frente da legenda por ora. “O Lupi tem nosso total apoio e mandato até 2013. Não existem condições políticas, legais nem estatutárias para justificar uma troca na presidência neste momento”, assegurou o secretário-geral do PDT, Manoel Dias.

Dias afirmou que todos na legenda — exceção feita à chamada ala dissidente, composta pelo deputado Reguffe (DF), Miro Teixeira (RJ), pelos senadores Pedro Taques (MT) e pelos integrantes do Movimento Resistência Leonel Brizola — estão plenamente convencidos de que o ex-ministro do Trabalho “sofreu um linchamento moral sem qualquer prova das irregularidades levantadas”.

Sem reuniões
 
Brizola Neto defendeu que o partido tenha uma “postura mais plural”. Uma das queixas, por exemplo, é a ausência de reuniões do Diretório Nacional — a última aconteceu em 2005. Para que o encontro seja realizado, além da convocação feita pelo presidente interino, um outro caminho é a coleta da assinatura de um um terço dos integrantes do Diretório, ou seja, pouco mais de 100 membros.

Aliados de Lupi criticam a postura de Brizolinha. Afirmam que o “desespero em tirar Lupi do cargo” decorre do fato de que  provavelmente terá que deixar a Câmara no próximo ano. Brizolinha é suplente do secretário de Habitação do Rio, Luiz Zveiter, que pretende concorrer  à prefeitura de Niterói, o que o obrigará a deixar o cargo e reassumir sua vaga na Câmara.

O Correio apurou que Brizola Neto tem boa relação com Dilma — a presidente teria convencido o governador Sérgio Cabral (PMDB) a nomear Zveiter secretário, abrindo uma vaga para o neto do fundador do PDT na Câmara. Mas a presidente não poderá interferir no PDT, legenda na qual Lupi controla totalmente a Executiva e mais de 80% dos votos do Diretório Nacional.

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