A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda (31), após visita de
cerca de uma hora a Luiz Inácio Lula da Silva no hospital Sírio-Libanês,
em São Paulo, que, na conversa com ela, o ex-presidente "poupou a voz".
Segundo Dilma, ele está "falando baixo" e não fez comentários sobre a
previsão dos médicos de que perderá cabelos e barba durante o processo
de quimioterapia.
Lula se internou nesta segunda para iniciar o tratamento de
quimioterapia contra um câncer na laringe, diagnosticado no último
sábado. Na visita, Dilma estava acompanhada dos ministros da Fazenda,
Guido Mantega, e da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
Em entrevista após a visita, a presidente afirmou que o antecessor
"está maravilhoso, excepcional de humor, com aquela alegria dele".
Rindo, Dilma afirmou que Lula está "muito disposto" e que participará no
Carnaval do desfile da escola Gaviões da Fiel, em São Paulo, que
homenageará o ex-presidente. A escola apresentará o enredo "Verás que o
filho fiel não foge à luta - Lula, o retrato de uma nação”.
A presidente Dilma Rousseff e o ministro Guido Mantega durante visita a Lula em hospital de SP (Foto: Ricardo Stuckert / Divulgação / Instituto Lula) |
Dilma, que já enfrentou um câncer e passou por sessões de quimioterapia
no mesmo hospital, disse que deu "poucas dicas" sobre o tratamento.
Segundo ela, Lula estava "bem mais interessado" em discutir o encontro
do G20, que reunirá os principais líderes mundiais na França e do qual a
presidente participará.
Dilma afirmou que, durante o encontro, Lula demonstrou "a extrema
energia que sai da bondade do presidente e da extrema alegria de viver
que ele tem". “O povo brasileiro que torce por ele e quer que ele
melhore, pode ter certeza de que ele é um guerreiro e que vai sair de
mais esse desafio inteiro, feliz e que vai ainda dar muita contribuição
para o nosso país”, disse a presidente.
Minha Casa, Minha Vida
Dilma afirmou que Lula ficou “muito preocupado” e reclamou por causa do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, que financia moradias populares para famílias de baixa renda.
saiba mais
Reportagem do Fantástico deste domingo (30) revelou que entidades
cadastradas pelo governo estão cobrando “taxas” para incluir pessoas no
programa. As fraudes acontecem por meio de uma modalidade específica, em
que organizações não-governamentais e cooperativas são habilitadas como
parceiras. Foram mostradas irregularidades em contratos de Luziânia
(GO) e duas cidades da Grande São Paulo.
“A primeira coisa que ele me disse é que o programa tem 1 milhão de
contratos e o pessoal pega dois contratos e fala: 'ah, é a catástrofe'.
Ele assistiu isso na televisão e disse que é um absurdo o pessoal tratar
como uma catástrofe, três contratos que estão sendo mal utilizados ”,
disse a presidente.
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