O policial militar João Dias Ferreira disse que não possui provas do
envolvimento direto do atual ministro do Esporte, Orlando Silva, e de
seu antecessor, Agnelo Queiroz, no suposto esquema de desvios de
recursos públicos da pasta. O policial militar negou que tenha gravado
diálogos de Orlando Silva. "Em nenhuma delas [das gravações] tem a voz
do ministro".
Ao prestar novo depoimento nesta segunda-feira (24) à Polícia Federal,
João Dias levou 13 arquivos de áudio e 4 ofícios emitidos pelo
Ministério que, segundo ele, trazem "informações contraditórias" sobre a
fiscalização dos repasses de verbas da pasta a entidades conveniadas.
Segundo o policial, o material envolveria assessores da cúpula do
ministério.
"É natural que a minha defesa se baseie no pessoal com quem eu sempre
tive contato, que são o pessoal da fiscalização, técnicos e o pessoal
jurídico, coordenadores gerais e o partido", disse Dias, em relação às
provas que teria contra integrantes do ministério.
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Por meio de sua assessoria de imprensa, a PF confirmou a apreensão de
um aparelho celular onde estão gravadas as conversas e disse que, até o
momento, não há comprovação da participação do ministro Orlando Silva no
suposto esquema.
Neste fim de semana, reportagem da revista "Veja" transcreveu diálogo, que teria ocorrido em abril de 2008, em que João Dias combina com dois servidores do alto escalão do Ministério do Esporte o envio de um documento à Polícia Militar desmentindo supostas irregularidades na execução de convênios firmados entre a pasta e ONGs controladas pelo policial.
Neste fim de semana, reportagem da revista "Veja" transcreveu diálogo, que teria ocorrido em abril de 2008, em que João Dias combina com dois servidores do alto escalão do Ministério do Esporte o envio de um documento à Polícia Militar desmentindo supostas irregularidades na execução de convênios firmados entre a pasta e ONGs controladas pelo policial.
Mais cedo, ao chegar para depor, o policial afirmou que não tinha
gravações do próprio ministro, mas sim de assessores ligados a ele.
"Se a reunião é feita no sétimo andar, na secretaria executiva, se a
reunião é feita sobre assunto do Segundo Tempo, se a reunião é feita com
a cúpula, não tem para onde correr, é diretamente interesse do
ministério" disse o policial militar.
O policial militar também apontou o nome de sete ONGs que teriam
contratos irregulares com o ministério e, de acordo com Dias, utilizavam
os serviços de dez empresas fornecedoras indicadas pela pasta.
Em nota divulgada neste sábado (22), o Ministério do Esporte questionou
a apresentação da conversa transcrita pela revista "Veja" e diz que
pedirá à Polícia Federal para incorporar a gravação à investigação em
andamento sobre o suposto esquema de desvio. No texto, a pasta
classificou o material como "uma suposta gravação e cita supostos
trechos, partes de frases, palavras isoladas, com o intuito claro de
induzir os leitores".
Denúncia
João Dias Ferreira é o pivô das denúncias contra Orlando Silva, acusado pelo policial de comandar um suposto esquema de desvios do programa Segundo Tempo, destinado a promover o esporte em comunidades carentes. Em reportagem publicada pela revista "Veja" na semana passada, o PM disse que o ministro teria recebido um pacote com notas de R$ 50 e R$ 100 na garagem do ministério.
Orlando se defende dizendo que a denúncia é uma "reação" à cobrança do
ministério, que pede a devolução, por supostas irregularidades, de R$ 3
milhões recebidos pelas ONGs do policial de convênios com o Ministério
do Esporte.
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