Aldo sonda colegas para ver se tem chances na disputa por vaga no TCU

A poucos dias do prazo final para o registro de candidaturas à vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) ensaia um possível recuo na disputa. A força que a deputada Ana Arraes (PSB-PE) demonstra com os auxílios do filho, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem deixado Rebelo intimidado e com receio de entrar em uma “bola dividida”.

Ontem, o deputado paulista sondou colegas da Câmara sobre um suposto apoio ao seu nome. Mas a resposta não foi das mais animadoras. “Entrar em bola dividida não é bom. Ele sabe que corre o risco de perder e não quer se expor dessa maneira”, relata um parlamentar consultado por Rebelo.

A votação para a escolha do novo ministro será realizada até o fim do mês, por voto secreto, no plenário da Câmara. Basta a maioria simples para vencer. “O Aldo Rebelo sabe que será difícil conseguir a maioria dos votos, porque os outros candidatos também são da base”, indica o líder de um partido governista.

Enquanto isso, a única mulher na disputa pela vaga no colegiado do TCU aproveita o peso de seu filho como cabo eleitoral e articula novos apoios. Na semana passada, Eduardo Campos esteve num jantar em Brasília para ajudar a angariar votos. Em um café com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) na casa da deputada, na semana passada, Ana Arraes arrematou os tucanos. Mas não é apenas no prestígio e nas relações do filho na Câmara que ela sustenta sua candidatura: “Desde a ditadura militar, não há uma mulher naquela corte”, diz. “Sinto-me muito contente em concorrer. Fui convidada a ser candidata pelo meu partido, nem pensava nisso. Sou advogada e, no caso do TCU, acredito que a política e a técnica têm que estar juntas.”

Negação

Aldo Rebelo reconhece a força dos concorrentes, mas nega que esteja cogitando desistir ou que seu partido tenha feito qualquer tentativa de demover Ana Arraes da ideia de disputar o cargo. “Isso não existe, eu fui o primeiro a registrar minha candidatura. Os candidatos são fortes e não há interferências do Planalto”, defende. Nos bastidores, fala-se que o governo federal seria simpático à ida de Aldo Rebelo para o TCU, porque, longe da Câmara, ele não criaria mais problemas caso o projeto do Código Florestal retorne à Casa. O deputado relatou o projeto, agora em apreciação no Senado, que desagradou o governo em diversos pontos.

Além de Ana Arraes e de Aldo Rebelo, dois outros postulantes registraram seus nomes na Secretaria da Câmara até o momento: o deputado Átila Lins (PMDB-AM) e Rosendo Severo, técnico do TCU. O parlamentar se baseia nas relações que construiu na Casa para tentar, pela segunda vez, ser ministro do TCU. “Sou auditor de carreira, mas aqui, na campanha, o fator principal é a relação pessoal e a convivência com os colegas. Nunca deixei sequelas na relação com meus colegas no plenário”, diz .

Três partidos pretendem selar um acordo nos próximos dias para apresentar um único candidato, entre Milton Monti (PR-SP), Jovair Arantes (PTB-GO) e Vilson Covatti (PP-RS). O nome mais forte entre os três é o do líder do PTB, mas há certo cuidado para essa definição, já que Arantes responde a um processo no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por improbidade administrativa. Entre os pré-requisitos para a investidura do cargo, é preciso ter a “ficha limpa”.

← Postagem mais recente Postagem mais antiga → Página inicial

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagens mais visitadas