Entidades organizadoras da Marcha contra a Corrupção, prevista para
ocorrer nesta quarta-feira, 7, espera reunir 30 mil pessoas em Brasília.
“Nosso objetivo já foi alcançado, que era ter mais inscrições que a
Corrida da Cerveja. Temos 22 mil pessoas confirmadas pelas redes
sociais, e acreditamos que mais pessoas irão aparecer na hora”, disse
Rodrigo Montezuma, organizador da marcha. Em outras cidades também há
manifestações previstas para ocorrer nesta quarta.
Nesta segunda-feira, 5, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a
Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB) reuniram-se com senadores do movimento contra a
corrupção e a impunidade para pensar formas de engajar a sociedade na
questão. Uma das ações destacadas foi a marcha, realizada paralelamente
às comemorações da Independência do Brasil.
Para o presidente da OAB, Ophir Cavalcante, é importante que as
entidades e os políticos aproveitem este momento de mobilização social
para chamar a atenção para temas de combate à corrupção que ainda geram
baixo engajamento popular. Entre esses temas, estão o fim do voto
secreto no Congresso Nacional, a celeridade no julgamento de casos de
corrupção, o fim de emendas parlamentares individuais, a redução de
cargos comissionados, a transparência nos gastos públicos e a declaração
imediata da constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, que aguarda
julgamento definitivo no Supremo Tribunal Federal (STF).
A ideia é que essas demandas componham uma carta de princípios que
deve ser elaborada pelo grupo. “Na mobilização pela aprovação da Lei da
Ficha Limpa, já tínhamos uma lei em tramitação para dar um respaldo
jurídico à demanda. Agora queremos que essas demandas também não fiquem
em um campo vago. Queremos a mobilização popular na Marcha contra a
Corrupção, mas estamos preocupados com o day after, em como colocar
esses projetos para andar”, disse Ophir.
O senador Pedro Taques (PDT-MT), um dos que participaram do encontro,
lembrou que várias das reformas que estão sendo reclamadas pela
sociedade já tramitam pelo Congresso, mas que não há interesse político
em votá-las. “Nosso grande desafio é descobrir formas de despertar a
sociedade para que ela pressione por mudanças”.
O encontro desta segunda foi uma continuação de uma campanha iniciada
no mês passado, quando foi lançado o portal Observatório da
Corrupção. A ideia é que o grupo anticorrupção seja ampliado e tenha
a participação de líderes estudantis, líderes sindicais e
representantes da sociedade organizada.
Mais atos. Além de Brasília, outras cidades devem
ser palco de atos contra a corrupção nesta quarta. Muitos deles foram
organizados pelo Facebook e têm até 75 mil pessoas confirmadas. No blog Brasil+Ético é possível ver informações sobre
eles. Em São Paulo, está previsto o Caras Pintadas Contra a Corrupção, a
partir das 9h, em frente ao Masp.
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