Deputada é acusada de levar verba desviada do Turismo

Deputada nega ter recebido recursos de empresas ou instituições ou qualquer 
esquema fraudulento (Foto: arquivo)
Depoimentos prestados por integrantes do suposto esquema de desvio de dinheiro público do Ministério do Turismo que usava ONGs de fachada apontam a deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP) como beneficiária da fraude. Indicam também que os recursos desviados teriam sido utilizados na campanha eleitoral. Quatro envolvidos no caso disseram à Polícia Federal que a peemedebista recebeu parte dos recursos desviados pela quadrilha em convênios da pasta. Ela é a autora das emendas que deram origem aos contratos que estão sob suspeita. A reportagem teve acesso aos depoimentos revelados ontem com exclusividade pelo portal estadao.com.br.

Um dos depoentes, Errolflynn de Souza Paixão, repetiu, em entrevista ontem à reportagem, a mesma versão que deu à PF sobre o envolvimento da deputada. De acordo com os relatos à polícia, Fátima Pelaes teria montado uma estrutura no Amapá para levar recursos públicos para ela própria e para sua campanha à reeleição no ano passado.

Fátima Pelaes é autora das emendas parlamentares que favoreceram o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), entidade pivô do esquema investigado pela PF. A Operação Voucher, desencadeada pela PF na terça-feira, prendeu 35 pessoas, incluindo os quatro investigados que prestaram depoimentos que comprometem a deputada.

Um dos depoimentos é de Merian Guedes de Oliveira, que aparece como secretária da Conectur, uma cooperativa fantasma do Amapá que, segundo a investigação, foi subcontratada pelo Ibrasi por R$ 250 mil e celebrou convênio com o próprio Ministério do Turismo em 2009 no valor de R$ 2,5 milhões. Merian disse que foi avisada pelo patrão e dono da Conectur, Wladimir Furtado, de que Fátima Pelaes ficaria com os recursos do Turismo destinados ao Amapá. Furtado foi preso na operação.

Outro depoimento que menciona o nome da deputada foi o de Paixão que já foi sócio da Conectur. Segundo ele, “Wladimir chegou a dizer que o dinheiro seria devolvido à deputada”. Ontem, em entrevista gravada, Paixão deu a mesma versão. “A deputada tinha pedido para ele (Wladimir) apresentar uma entidade que pudesse receber o recurso da emenda para desenvolver um trabalho de qualificação do Turismo. E ele disse: ‘Eu sei que a entidade pega o dinheiro e retorna para ela’.”

RESPOSTA  - A deputada Fátima Pelaes divulgou nota na noite desta quinta-feira, por intermédio de sua assessoria de imprensa, em que repudia as declarações de Errolflynn Paixão. Ela nega ter recebido recursos de empresas ou instituições ou qualquer esquema fraudulento e diz que tomará as medidas cabíveis contra as “calúnias”.

“Meus sigilos bancário, fiscal e telefônico estão à disposição”, disse. Fátima Pelaes se exime da responsabilidade de fiscalizar a aplicação devida de recursos do Ministério do Turismo e declara que, “até onde tinha conhecimento, a instituição vinha realizando cursos”. “Fui a uma entrega no Oiapoque. Agora, não posso assegurar quais os valores destinados em cada curso e a qualidade dos serviços. Isso é uma função dos órgãos responsáveis”, disse.

A parlamentar afirmou que solicitou “uma rigorosa análise técnica e jurídica e o que ainda couber” para apurar suposto desvio de recursos do Turismo. “Estou acompanhando o desenrolar da investigação dos órgãos competentes com a expectativa de que todos os fatos sejam esclarecidos e, na identificação dos culpados, que sejam punidos.”

A peemedebista disse ter destinado R$ 4 milhões, por emenda parlamentar, a projetos de qualificação e outros R$ 5 milhões para o Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste (Prodetur). “A destinação desses recursos tiveram (sic) como base estudos elaborados pelo Ministério do Turismo” ainda na gestão de Walfrido dos Mares Guia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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