Policiais civis entram em greve em Salvador

Policiais civis de Salvador entraram em greve na manhã desta quinta-feira (3), após assembleia no Sindicato dos Policiais Civis (Sindipoc) do estado da Bahia. A greve foi deflagrada após a morte de um investigador durante uma ação da própria Polícia Civil na noite desta quarta-feira (2), que apurava uma denúncia anônima de extorsão de R$ 10 mil contra um rapaz que estaria vendendo lança-perfume no Bairro da Pituba, região nobre da capital baiana.

Segundo a agência de comunicação do Governo da Bahia, a Procuradoria Geral do Estado entrou com um pedido de liminar junto à Justiça Estadual, que aceitou o pedido e determinou que os policiais mantivessem suas atividades normais previstas e o cumprimento das escalas previstas pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia. A decisão prevê multa em caso de descumprimento.

Os manifestantes pedem a saída de Maurício Barbosa, atual secretário de Segurança Pública da Bahia, e da cúpula da Polícia Civil. "Foi uma operação desastrosa, foi uma execução. O policial foi baleado pelas costas, sentado. Não houve abordagem. Os policiais que fizeram isso precisam ser presos, e em flagrante, assim como são feitas as prisões de criminosos", disse Agnaldo Moura, da direção do Sindipoc.

Segundo Moura, os policiais vão sair do velório do colega morto, no Cemitério Bosque da Paz, nesta quinta-feira, e seguir para complexo de delegacias da capital, que fica no centro. Eles dizem que vão interromper o trabalho nessas delegacias. Segundo secretrário do Sindipoc, Bernardino Nascimento, eles devem fechar todas as delegacias montadas para atender os foliões e turistas no circuito de carnaval. "O carnaval de Salvador está comprometido", disse o diretor do Sindipoc.

Ainda de acordo com o governo, um policial civil morreu ao reagir ao pedido de prisão feito por outros policiais civis na noite desta quarta-feira. Dois policiais conseguiram fugir e permanecem foragidos até a tarde desta quinta-feira. Os policiais da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes de Salvador, que realizaram a operação para apurar a denúncia anônima de extorsão de dinheiro serão investigados em um processo investigativo e tiveram suas armas apreendidas.

O secretário de Segurança e o delegado geral do estado, Hélio Jorge da Paixão, devem se pronunciar sobre a operação policial e a decisão da Justiça, que considerou ilegal a greve dos policiais, na noite desta quinta-feira.

O juiz da 5ª Vara da Fazenda Pública, Ricardo D’Avila acolheu o pedido do Governo do Estado da Bahia, através da Procuradoria Geral do Estado, e concedeu liminar contra a greve da Policia Civil. Segundo ele, o entrave causado pela categoria “é repetitivo, pois não é a primeira vez que o sindicato, a véspera de festejos momescos, ensaia a paralisação da categoria dos policiais civis, atitude ensejadora de eventuais prejuízos à sociedade”.

Para o procurador do estado Caio Druso, responsável pela ação, a decisão judicial atende aos anseios da sociedade, especialmente, nesse momento de festejos carnavalescos, quando 1,7 milhão de foliões, entre baianos e turistas, brincam nos circuitos da festa.

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