Redução do aquecimento global está na pauta da Embrapa

A Embrapa sediou e participou do Seminário de Difusão do Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono), promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária a Abastecimento (MAPA). O evento, que se propôs a difundir práticas que estimulem um novo enfoque à agricultura sustentável, por meio de ações que reduzam o aquecimento global, foi realizado nos dias 17 e 18 de agosto, em Brasília, DF.

Na ocasião, houve ainda a assinatura de um protocolo de intenções entre MAPA e Embrapa com três entidades: Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF), Associação Nacional de Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII) e Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (FEBRAPDT). A Casa Civil e os ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Meio Ambiente (MMA) também marcaram presença.

Pesquisadores da Embrapa e instituições privadas apresentaram, para cerca de 150 participantes, os cinco subprogramas do ABC: recuperação de pastagens degradadas, sistema de plantio direto, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), fixação biológica de nitrogênio e o cultivo de florestas comerciais.

A ideia é fazer chegar as estruturas do ABC a gestores e técnicos de todo o País, que atuem em agricultura, meio ambiente, pesquisa, extensão rural e desenvolvimento agrário, para que tenham condições de multiplicar os conhecimentos adquiridos, implantando-os em seus estados de origem.

Participação da Embrapa

As bases para o estabelecimento das estimativas de mitigação de gases de efeito estufa (GEE) na agricultura foram apresentadas pela Embrapa Informática Agropecuária (Campimas, SP). O foco da palestra do pesquisador Giampaolo Queiroz Pellegrino voltou-se para os principais problemas relacionados às emissões das atividades agrícolas nacionais. O conteúdo, contextualizado pelo plano setorial de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, tem como propósito a consolidação de uma economia de baixa emissão de carbono.

A Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS) abordou o tema Recuperação de pastagens degradadas. Os pesquisadores Ademir Hugo Zimmer e Manuel Macedo explicaram o porquê dessa degradação ser um dos maiores problemas da pecuária nacional, que compromete tanto a produtividade quanto o meio ambiente. As consequências das grandes extensões de área hoje ocupadas no Brasil com pastagens degradadas foram destacadas, entre outras, impactos sobre recursos hídricos e emissão de GEE.

O Sistema de plantio direto de qualidade, desenvolvido especialmente para as condições de solo, vegetação e clima brasileiros ficou a cargo da Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS). O pesquisador José Eloir Denardim explicou as vantagens desse sistema, que contribui para a conservação do solo, da água, do ar e da biota de agroecossistemas, além de prevenir a poluição e degradação dos sistemas do entorno. É uma tecnologia eficiente, por imprimir sustentabilidade a sistemas agrícolas produtivos.

A integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF) – estratégia de produção sustentável que integra atividades agrícolas, pecuárias e florestais em uma mesma área, em cultivo consorciado, sucessão ou rotacionado – foi tratada pelos pesquisadores da Embrapa Cerrados (Planaltina, DF), Lourival Vilela, e do Departamento de Transferência de Tecnologia (DTT) da Empresa, Luís Carlos Balbino. Como destaque, seus potenciais agronômico, socioeconômico e ambiental.

A Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ), em sintonia com a tendência mundial de substituir insumos industriais por biológicos, fez uma apresentação sobre o processo de Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN). Essa é uma das ações que precisam ser intensificadas na agricultura para a redução de GEE. Além das características do processo, as etapas para a obtenção de um inoculante foram explanadas pelo pesquisador Gustavo Ribeiro Xavier, que também exemplificou os benefícios desse produto e seus resultados nas principais culturas.

A partir de um cenário onde a busca de fontes energéticas renováveis sejam capazes de substituir as fontes não renováveis, a Embrapa Floresta (Colombo, PR) entrou em cena. Entre os aspectos desenvolvidos pelo pesquisador Francisco Bellote, a partir do tema Plantio de florestas para produção de energia no Brasil: perspectivas e aspectos silviculturais, figuraram as características da biomassa florestal. Além de ser obtida de fonte renovável, essa biomassa tem balanço nulo no efeito estufa quando usada para a produção de energia. Para outros fins, é excelente fixadora de carbono.

Financiamento

O ABC foi lançado no mês de junho e contemplado no Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011. A aplicação é de R$ 2 bilhões em técnicas que garantam a sustentabilidade no campo, com balanço positivo entre sequestro e emissão de dióxido de carbono (CO2). A garantia a agricultores e cooperativas tem limite de financiamento de R$ 1 milhão por beneficiário. O crédito será financiado com taxa de juros de 5,5% ao ano e prazo de reembolso de 12 anos.

Com o programa, o MAPA pretende ampliar, em dez anos, a área atual com uso do plantio direto em oito milhões de hectares, passando de 25 milhões para 33 milhões de hectares. Esse acréscimo vai permitir a redução da emissão de 16 a 20 milhões de toneladas de CO2 equivalentes.

Mais informações:
Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento
(61) 3218-2203

Texto: Mônica Silveira – 682/05/34/DRT-DF
Assessoria de Comunicação Social
Contatos: monica.silveira@embrapa.br; (61) 3448-1717

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