Ato com Luciana Santos reúne 500 militantes em defesa do país

Um grande ato com cerca de 500 pessoas de todo o estado marcou nesta sexta-feira (22) o encerramento do processo de debates do PCdoB do Rio Grande do Sul em torno das teses da 10ª Conferência Nacional do Partido. O ponto alto do evento, realizado num hotel no centro de Porto Alegre, foi a participação da próxima presidenta nacional do PCdoB, a deputada federal Luciana Santos (PE).

Luciana deverá assumir o comando do partido após ser referendada na etapa final da conferência nos dias 29, 30 e 31, em São Paulo. O ato contou ainda com a abertura do duo Batuque de Cordas.

A deputada iniciou sua intervenção abordando o sangue guerreiro do povo do Rio Grande. Em seguida, tratou dos principais pontos do documento-base da conferência, que propõe a formação de uma frente ampla de partidos e forças sociais comprometidas com a defesa do Brasil, do desenvolvimento e da democracia.

“O Brasil conseguiu, nos últimos anos, fazer frente à crise mundial porque tinha um colchão sólido de apoio advindo das medidas anti-crise, do estímulo à economia interna e dos grandes investimentos feitos em nível federal”, ressaltou Luciana. Hoje, não apenas o Brasil mas outros países em desenvolvimento, tais como os gigantes China e Rússia, também sentem os reflexos da crise e reduziram seu ritmo de crescimento. “O Brasil é duramente atingido pela redução drástica do preço das commodities que exporta, tais como minério de ferro e soja”, aponta a tese do PCdoB, afirmou Luciana.

No campo da política internacional, Luciana lembrou que o imperialismo segue sua política de contenção e agressão a qualquer país que contrarie seus interesses, o que está diretamente ligado ao cenário vivido no âmbito nacional, marcado por forte ofensiva de setores conservadores e ligados ao rentismo.

Política nacional

Ao analisar o quadro político interno, Luciana Santos recordou as eleições de 2014, quando emergiu uma polarização ainda mais forte e explícita do que a que já vinha ocorrendo desde 2003, quando Lula assumiu a Presidência da República. “Tivemos de enfrentar todo tipo de preconceito, especialmente o de classe, e o discurso do ódio e da intolerância contra setores de esquerda e populares, vindo de uma gente que sequer sabe o que é passar fome. Ganhamos as eleições, mas estamos num momento de defensiva política, enquanto esses setores atrasados estão em forte ofensiva”, destacou. “Vivemos um momento de demonização da política”, lamentou.

Neste sentido, colocou, o objetivo central destes setores é desgastar o governo Dilma Rousseff ao ponto de barrar a continuidade do ciclo em curso desde 2003 e inviabilizar qualquer projeto de governo à esquerda. “A ação da mídia monopolizada tem sido fundamental neste processo”, disse. A Operação Lava Jato, por exemplo, tem sido usada para desgastar o governo federal fazendo parecer que os problemas de corrupção na Petrobras teriam começado a partir do governo Lula. “Mesmo neste ambiente, essas mesmas forças conservadoras trabalham pela continuidade do financiamento empresarial de campanha. Nós, comunistas, somos terminantemente contra a corrupção e temos defendido uma reforma política que faça frente à crise institucional e enfrente o problema. Por isso, temos defendido o fim deste tipo de financiamento”, explicou Luciana.

Além disso, Luciana também abordou a necessidade de o governo fazer ajustes para enfrentar seus problemas financeiros. “Defendemos que isso não pode ser feito em prejuízo aos trabalhadores. É preciso taxar as grandes fortunas, preservando aqueles que menos têm. Esta medida, por si só, já suplantaria a MP 665, rendendo cerca de 14 bilhões ao país”. Luciana destacou como positiva a Medida Provisória 675, publicada no Diário Oficial desta sexta, 22, estabelecendo a elevação da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) das instituições financeiras de 15% para 20%.

Contra-ofensiva

Para responder ao atual cenário de forte ofensiva no campo político e de retração na esfera econômica, Luciana enfatizou alguns dos pontos defendidos pelo PCdoB em seu documento-base. “A defesa da democracia e, neste sentido, do mandato legitimamente conquistado pela presidenta Dilma, é um dos pilares da nossa contra-ofensiva. Nós, comunistas, sabemos bem o que significa viver num país sem democracia porque enfrentamos isso na ditadura militar e muitos de nós perderam suas vidas”.

Outro ponto é a defesa da Petrobras. “Esses setores conservadores que atacam a empresa nutrem desejos inconfessos de privatiza-la”. Luciana elogiou a postura da presidenta Dilma Rousseff que tem defendido o modelo de partilha e a garantia do conteúdo nacional na área petrolífera. “E devemos aqui recordar o papel fundamental que teve o nosso companheiro Haroldo Lima, ex-presidente da ANP, na defesa de um modelo que beneficia o nosso país”, ressaltou.

Por fim, Luciana destacou o papel do atual presidente do PCdoB, Renato Rabelo, que sucedeu João Amazonas. “Renato é, para nós, como o Lula é para o Brasil”, brincou. “Renato tem conduzido o partido com muita firmeza e será sempre nosso esteio. Ele deu uma inestimável contribuição para que nosso partido cumpra seu papel histórico que é superar o capitalismo”.

Lideranças gaúchas

Ao longo do ato, Luciana foi saudada por lideranças políticas e sociais do Rio Grande do Sul. Guiomar Vidor, presidente da CTB-RS, e Assis Melo, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul, destacaram a luta dos trabalhadores neste processo, especialmente na luta contra medidas como o projeto das terceirizações, que retiram direitos e prejudicam os trabalhadores, e conclamaram a participação de todos na paralisação do dia 29.

Representando o PT, o deputado estadual Adão Villaverde disse que “o PCdoB, ao longo de sua história e hoje, sempre se posicionou ao lado de quem mais precisa”. O deputado estadual Juliano Roso, do PCdoB, enfatizou: “estão querendo fazer uma reforma política que prejudica partidos como o PCdoB. Precisamos nos fortalecer cada vez mais para enfrentar esta questão e, ao mesmo tempo, enfrentar a atual ofensiva conservadora”. O deputado federal João Derly completou: “há 93 anos, nosso partido, nossa militância, lutam por nosso país e a proposta de uma reforma política conservadora vai contra nosso partido e contra a democracia”.

A deputada estadual Manuela d’Ávila lembrou que Luciana, uma mulher jovem, nordestina, “tem a cara de nosso povo” e representa muito do que foram esses últimos 12 anos de políticas públicas inclusivas, de combate à desigualdade e de desenvolvimento, especialmente de regiões mais carentes, como o Nordeste. Manuela também enfatizou a importância de a militância se envolver com a atual luta contra a ofensiva da direita. “De nada adianta termos um documento justo, acertado como este da 10ª Conferência se não tivermos a militância lutando cotidianamente”. Manuela também anunciou que está se licenciando da presidência estadual do partido, em função da sua gravidez. O cargo volta a ser assumido por Adalberto Frasson.

A mesa do ato foi composta por representantes do partido e dos movimentos sociais: Tiago Morbach, da UJS; Cris Correa, da UBM; Silvana Conti, diretora-geral do Sindicado dos Municipários de Porto Alegre; Abigail Pereira, da direção estadual do PCdoB; Assis Melo, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul; Adão Villaverde, deputado estadual do PT; João Derly, deputado federal; os deputados estaduais do PCdoB, Manuela D’Àvila e Juliano Roso; o presidente municipal do PCdoB, Adalberto Frasson; o presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor; a vereadora Jussara Cony; o presidente da FMG-RS, Raul Carrion; a presidente da Codene (Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra), Elis Regina e Bruna Rodrigues, da Uampa (União das Associações de Moradia de Porto Alegre).

Homenagens

Luciana foi homenageada no ato pela vereadora Jussara Cony, que declamou o poema Índia Missioneira, dedicado, conforme explicou a vereadora, “às mulheres de todas as tribos que, lado a lado com os seus homens, tecem uma nova sociedade de iguais, solidária, socialista, honrando a história de nossos ancestrais”. O poema, de sua autoria, foi premiado no projeto Sete Povos das Missões em 2006, quando foram lembrados os 250 anos do massacre dos povos missioneiros. Raul Carrion, presidente da seção gaúcha da Fundação Maurício Grabois, presenteou Luciana, em nome do PCdoB, com brincos e colar de ametista, pedra símbolo do Rio Grande. A UJS Feminista também homenageou Luciana e resgatou o papel das mulheres comunistas ao longo da história.

De Porto Alegre,
Priscila Lobregatte

Será uma grande honra liderar o PCdoB, afirma Luciana Santos

“Sinto-me muito honrada em assumir a liderança do nosso Partido. E ao mesmo tempo com um grande senso de responsabilidade dos desafios que teremos pela frente”, declarou a vice-presidenta do PCdoB, Luciana Santos, em entrevista ao Portal Vermelho, ao falar sobre sua indicação à Presidência do Partido e sobre os desafios do PCdoB na luta política em curso.

Por Joanne Mota

Luciana Santos durante atividade do PCdoB São Paulo, neste sábado (23) que encerrou o processo de debates do Partido em torno do projeto de resolução da 10ª Conferência Nacional. Foto: Joanne Mota
Durante conversa nesta tarde de sábado (23), Luciana Santos, que também é deputada federal pelo PCdoB de Pernambuco, falou sobre a conjuntura política, a onda conservadora e golpista e sobre o posicionamento do Partido na defesa das reformas e da democracia.

“Estamos diante de desafios gigantescos, exatamente, por conta da adversidade do momento. Saímos de uma eleição muito polarizada, na qual estava em disputa dois projetos antagônicos. Penso que já ali, no processo eleitoral, já se revelou o que nós iríamos enfrentar, de lá para cá ficou claro que a esquerda consequente, e as demais forças populares e progressistas do país, precisavam tomar as rédeas de uma ofensiva política”, destacou Luciana.

A líder comunista também falou sobre o ciclo de mudanças, mas alertou que sem as reformas não alcançaremos os avanços tão necessários. “Um conjunto de fatores subjetivos mostra que, mesmo com os avanços citados, não conseguimos elevar a consciência social e política do nosso povo. Daí a urgência e necessidade das reformas democráticas e estruturantes. Ou seja, nossa proposta é fazer valer uma agenda nessa direção, que remodele as estruturas e fortaleça o aspecto democrático do Estado brasileiro”.

Acompanhe a entrevista:

Portal Vermelho - O Partido organizou uma série de atividades em razão da Conferência Nacional pelo país que, mais uma vez, revolveu a inteligência coletiva e convocou os comunistas a refletirem com mais afinco a atual conjuntura. Como avalia esse processo em meio a um ambiente de disputa tão complexo?

Luciana Santos - Estamos diante de desafios gigantescos, exatamente, por conta da adversidade do momento. Saímos de uma eleição muito polarizada, na qual estava em disputa dois projetos antagônicos, um contra o Brasil e outro que já buscava analisar a conjuntura para dar conta dos desafios que se avizinhavam. Penso que já ali, no processo eleitoral, já se revelou o que nós iríamos enfrentar, ganhamos um pleito na defensiva política, de lá para cá ficou claro que a esquerda consequente, e as demais forças populares e progressistas do país, precisava tomar as rédeas de uma ofensiva política.

É bom lembrar que vivemos, desde o final de 2014, um terceiro turno, o qual o Partido citou bem, como instável, perigoso e indefinido, exatamente, porque a correlação de forças pende para o lado daqueles que não querem ver esse Brasil de hoje avançar. O PCdoB soube bem analisar essa realidade e se movimentar, desde o primeiro de janeiro de 2015, em direção a uma ofensiva, a qual não tem outro foco, senão, o do avanço das mudanças.
 
Foto: Eliz Brandão
Nossa história é reveladora e comprova que os comunistas, como sempre, não se abatem, pelo contrário, reagem firmes com respostas concretas e balizadas por ideias de avanço e construção de um ambiente sempre mais avançado e de fortalecimento de direitos.
Diante dessa realidade e a partir de um ciclo de debates travados nas trincheiras do Partido, com a realização de uma série de conferências que convoca os comunistas a incidir cada vez mais na luta política em curso, o PCdoB aponta para a necessidade de se construir um frente ampla para reagir a esse momento, uma frente ampla que possui como lastro um projeto de Brasil cada vez mais pujante, que associa entre muitas bandeiras a defesa da democracia e ao mandato da presidenta Dilma; o combate à corrupção; a defesa da Petrobras, pela sua importância estratégica para o nosso desenvolvimento; e, por fim, as reformas democráticas e estruturantes, bandeira antiga do PCdoB e sem as quais não conseguiremos avançar nos ganhos até aqui alcançados; e mais, nossa luta é por uma frente que seja capaz de aglutinar as forças necessárias para barrar a onda impulsionada pelo que chamamos de consórcio golpista que tem como projeto primeiro desmantelar o Estado e retirar direitos. De modo que nossa luta é contra o retrocesso e na defesa de cada conquista até aqui alcançada.

PV - A Senhora falou sobre as reformas democráticas e estruturais. Entendemos que todas possuem importância fundamental, mas, duas, que hoje são consideradas "irmãs siamesas", ganham cada vez mais destaque, a reforma política e a da comunicação. O que elas significam para o enfrentamento dos desafios postos?

LS – O ciclo político iniciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e continuado pela presidenta Dilma Rousseff computaram avanços importantes, que podem ser visto no grande processo de inclusão social, com distribuição de renda; a valorização do salario mínimo; o acesso ao ensino superior agora com universidades mais fortes e estruturadas, seja através do Enem, seja via programas como o ProUni; os projetos de fomento ao trabalhadores e trabalhadoras rurais, que colocaram a agricultura familiar em outro patamar; o aumento importante dos investimentos na Saúde e Educação; um conjunto de ações que incluíram mais de 40 milhões de brasileiros. Além disso, é preciso lembrar que, nestes 13 anos, passos importantes para enfrentar nós no setor produtivo, também foram fundamentais. Porque, em que pese ter mantido uma política macroeconômica de cunho neoliberal, foram realizadas flexões nesse setor que induziram um desenvolvimento com valorização do trabalho e inclusão social, nas a Petrobras e o BNDES tiveram papel fundamental.

No entanto, no que diz respeito às reformas, sobretudo, ao Estado democrático, aí, avançamos quase nada. Nós não mexemos um milímetro o marco legal das comunicações, embora na nossa Constituição exista pontos muito avançados sobre essa agenda; estamos em luta por uma reforma política que tenha por centro o fim do financiamento empresarial de campanha, que fortaleça os Partidos e a presença da mulher; também não avançamos em uma reforma tributária mais justa; bem como as demais reformas que defende o PCdoB.

Ou seja, um conjunto de fatores subjetivos mostra que, mesmo com os avanços citados, não conseguimos elevar a consciência social e política do nosso povo. Daí a urgência e necessidade das reformas. Fica claro que o governo tem perdido o debate da comunicação o que torna ainda mais complexa a conjuntura de luta, ou seja, nossa proposta é fazer valer uma agenda nessa direção, que remodele as estruturas e fortaleça o aspecto democrático do Estado brasileiro. Não há mais como sustentar no Brasil a vanguarda do atraso no que se refere a democratização da comunicação, esse vetor é fundamental para avanço e empoderamento social.

PV – O PCdoB tem como referencial para sua estruturação ideológica e orgânica a atuação um tripé base (a frente de ideias, a frente de massa e a frente institucional) importante para a luta encapada pelo comunista. Isso é um diferencial do PCdoB, especialmente, quando se enfrenta um conjuntura complexa como a de agora?

LS – Podemos posicionar o PCdoB como um vetor fundamental para a superação do capitalismo em nosso país, seja por sua história de luta, que se confunde a história política do país, seja pelo seu empenho em entender a realidade concreta, pensar sobre ela e propor caminhos para que nossa nação siga um rumo mais avançado. Entendemos a dimensão da responsabilidade para enfrentar os desafios e alcançar esse objetivo estratégico.

A construção do Partido é diretamente proporcional ao movimento de aumento da nossa influência nos diferentes espaços da sociedade e esse movimento se dá de forma a pensar como incidir de forma concreta e impulsionar a transformação da nossa realidade. Daí a importância dessas três frentes para a luta política do PCdoB.

Sem perder de vista nosso Programa Socialista, em nossas trincheiras sempre refletirmos sobre o nosso objetivo estratégico, que não é outro senão a construção do socialismo no Brasil. E entendemos que o caminho é a acumulação de forças para que alcancemos tal objetivo. Para tanto, nossa luta diária é fazer do PCdoB um partido forte e influente. E como realizar tal feito?

Nosso Partido tem como estratégia a construção de uma linha partidária que atue nessas três frentes: de massa, de ideias e institucional. Em um movimento complementar e sustentado, que ao passo que transforme, através de políticas, a realidade, imprima, também, um modo de visão que seja mais crítico, mais humano e que eleve a consciência subjetiva do nosso povo.

Nesse sentido, compreendemos que a 10o Conferência vai no sentido de fortalecer e persistir nessa linha.


PV – Com a sua indicação para a presidência, o Partido já possui um nome para a vice-presidência?

LC – Nessa Conferência iremos apresentar a indicação do camarada Walter Sorrentino para assumir a vice-presidência do nosso Partido. Essa indicação foi discutida na Comissão Política do nome a ser apresentado ao Comitê Central.

Nesses últimos 13 anos, ao lado do nosso presidente Renato Rabelo, Sorrentino teve um papel estratégico na Secretaria de Organização do PCdoB ajudando de forma fundamental na formulação a política de construção partidária. Além disso, forjou-se como uma figura de importante participação nas fileiras do Partido durante sua vida política, ou seja, uma figura que além dos compromissos com a causa revolucionária, formula teoricamente e conhece muito bem o Partido. De modo que estará ao meu lado numa linha de complementariedade nos rumos e lutas do PCdoB.

PV - O Brasil assiste um movimento singular em sua história, o qual computa ganhos e mudanças fundamentais, entre essas mudanças está o papel da mulher na luta na sociedade, que hoje se posiciona em novo patamar. A senhora é nordestina, mãe, parlamentar, é considerada a melhores prefeitas desse país e é indicada para assumir um Partido, cuja a história de luta se confunde com a história política do país. Isso é uma boa resposta ao machismo e a onda conservadora que toma conta do país nesse momento?

LC – Não tenho dúvida disso. Uma das formas de enfrentamento da cultura machista são os símbolos e o PCdoB dá mais uma vez uma comprova seu papel na luta social e política ao reafirmar sua luta contra o que há de mais conservador e retrógrado. Mesmo tendo sido criado em 1922, o nosso Partido conforma seu caráter de renovação e entendimento do processo histórico, um Partido aberto e sempre pronto para a luta.

Sinto-me muito honrada em assumir a liderança do nosso Partido. E ao mesmo tempo com um grande senso de responsabilidade dos desafios que teremos pela frente.

PV – Qual mensagem a senhora envia aos comunistas de todo o Brasil, que nesse momento tão complexo sinalizam estar prontos para a luta e não saírem das ruas.

LS – Os comunistas são assim, quando instados a cumprir seu papel de guerreiros da nação de guardiões das conquistas eles estão firmes e em luta. É na adversidade que nossa energia coletiva cresce e mostra sua força. Então, a mensagem que deixo é que sigamos em luta, em unidade e em defesa do Brasil.

Do Portal Vermelho

Nova presidente do PCdoB será a primeira mulher a presidir nacionalmente o partido

Em Manaus, a deputada federal pernambucana Luciana Santos dá o tom de como será a presidência dela à frente de uma tradicional sigla política
 
Às vésperas de assumir a presidência nacional do PCdoB, a deputada federal Luciana Santos classificou de “golpismo” a articulação de partidos de oposição para desencadear um processo de impeachment da presidente Dilmar Rousseff (PT). “Não podemos brincar de democracia. O PCdoB defende o mandato da presidente Dilma porque foi um mandato que o povo elegeu e não será golpismo ou tentativa de manipulação de recursos ilegais que vai derrotar a vontade política do povo brasileiro”, disse a parlamentar após encontro estadual do PCdoB, em Manaus, sábado, na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM).

Na quinta-feira, o presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves, afirmou que a legenda apoiará a apresentação do pedido de afastamento da presidente caso seja confirmada a responsabilidade dela nas “pedaladas fiscais” apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A corte aprovou relatório, na quarta-feira, que considera crime de responsabilidade as manobras fiscais feitas pelo Tesouro com dinheiro de bancos públicos para reduzir artificialmente o déficit do governo em 2013 e 2014. “Vamos ter a responsabilidade e a prudência para tomar qualquer decisão, mas vamos ter a coragem. Se considerarmos que houve cometimento de crime de responsabilidade, nós vamos agir como determina a Constituição”, disse o tucano em entrevista à Folha.

Para a futura presidente do PCdoB, que hoje ocupa o posto de vice-presidente da legenda, Luciana Santos, o que de fato está ocorrendo no Congresso é uma disputa política oriunda da acirrada campanha eleitoral presidencial. “Se usa um argumento frágil para poder tentar reverter o resultado das eleições dando continuidade ao terceiro turno da campanha eleitoral no Brasil. Nós refutamos qualquer tipo de caminho que represente rasgar ou destruir um processo legitimo que lutamos tanto para garantir, que foram as eleições diretas, na qual o povo fez sua opção”, afirmou a comunista.

Para ela, a situação apontada pelo TCU não dá base jurídica para pedido de impeachment, pois a prática é recorrente em gestões anteriores, inclusive na dos tucanos. “Se fosse por ‘pedalada fiscal’, o Fernando Henrique não tinha passado um ano de governo porque essa questão contábil de mexer nas contas dos bancos públicos e vice-versa, do Tesouro para os bancos que impulsionam o desenvolvimento regional ou de estatais, eram práticas seculares no Brasil e no governo Fernando Henrique eram mais acentuadas do que hoje essas manobras contábeis. Esse é um assunto superado. O senado aprovou as contas da presidenta Dilma. E estamos vendo o assunto ser requentado com o único objetivo de golpear a democracia”, disse.

CPI do BNDES também é refutada

A deputada federal Luciana Santos também se posicionou contra a apresentação do pedido de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas irregularidades no Banco Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) afirmando que é mais uma manobra da bancada oposicionista para enfraquecer o Governo.

Eles não se conformam é com a quantidade de avanços que o Brasil teve nesses anos, como tirar 40 milhões de brasileiros da linha da pobreza, enfrentar as desigualdades regional, colocar 5,5 milhões de jovens nas universidades através do Prouni e Fies. Eles não suportam isso, e vão usar de toda uma estratégia orquestrada para interromper esse processo de conquistas para o povo brasileiro. A CPI vai ao encontro dessa estratégia porque o BNDES é o segundo banco de fomento do mundo e é ele que está alavancando a economia nacional, que financia desde uma padaria até uma refinaria e agora eles querem eleger mais um alvo para destruir as ferramentas que impulsionam o desenvolvimento nacional”, disse a comunista.

Na quinta-feira, a oposição (PSDB, PSB, DEM e PPS) na Câmara de Deputados deu entrada a um pedido de instalação de uma CPI para investigar supostas irregularidades em empréstimos concedidos pelo BNDES, ocorridas entre 2003 e 2015. Com 199 assinaturas e apoio de todos os partidos, com exceção do PT e do PCdoB, os deputados citam os empréstimos secretos à Cuba e Angola, às empresas investigadas na operação Lava-Jato e às empresas de Eike Batista e do setor frigorífico.

Análise de Vanessa Grazziotin - Senadora pelo PCdoB

Setores mais consequentes da própria oposição já analisam melhor a possibilidade do pedido de impeachment. Eles sabem que isso não é uma brincadeira. Não se pode apresentar pedido de impedimento para alguém que acabou de ser eleita pela população brasileira sem que tenha uma base concreta. A cada notícia que é lançada eles ensaiam o pedido. Depois estudam melhor o assunto e vêem que não é assim. Agora a nova notícia é a do TCU. Mas desde a entrada em vigor da Lei de Responsabilidade Fiscal as coisas são feitas assim. Foram com Fernando Henrique, com Lula e agora com a Dilma. O fato é que tem em curso uma luta política no Brasil e eles pretendem dar roupagem jurídica para essa luta porque o que querem é manter o segundo turno vivo e apear a presidenta do poder e isso é antidemocrático”.

Vereador do PCdoB, Vavá da Faísa é morto a tiros no Maranhão

O vereador do PCdoB, Cícero Ferreira da Silva, Vavá da Faísa, como era conhecido, foi brutalmente assassinado a tiros na porta da sua residência no fim da tarde deste domingo (3). O assassinato aconteceu no Povoado Faísa. Vavá, que era presidente da Câmara Municipal de Santa Luzia, foi atingido com cinco tiros disparados por dois suspeitos que fugiram em uma motocicleta vermelha. O PCdoB-MA emite nota de pesar pela morte do camarada e garante apoio dos Estado nas investigações do assassinato.
 
O vereador do PCdoB, Cícero Ferreira da Silva, Vavá da Faísafoi brutalmente assassinado a tiros na porta da sua residência no fim da tarde deste domingo (3).

O comunista ainda foi levado para Buruticupu – município mais próximo do povoado, que fica a 120km do povoado -, mas Vavá já chegou sem vida ao local.

Já no domingo (3), a Secretaria Estadual de Segurança Pública iniciou a investigação para apurar o assassinato do vereador. As investigações estão sendo realizadas ainda pela Delegacia de Homicídios e pela Superintendência de Interior que consideram todas as linhas de investigação.

O vereador Vavá da Faísa estava em seu segundo mandato de vereador. Foi eleito no início do ano presidente da Câmara Municipal de Santa Luzia.

Em nota, o Partido Comunista do Brasil – Maranhão manifestou profundo pesar pela morte do camarada e garantiu todo o apoio do governado do Estado, administrado pelo companheiro de Partido, Flávio Dino, para o esclarecimento e punição dos assassinos. Segue abaixo a íntegra:

Nota de pesar do PCdoB

O Partido Comunista do Brasil – Maranhão manifesta profundo pesar pela morte do companheiro Vavá, vereador e Presidente da Câmara Municipal de Santa Luzia, assassinado por pistoleiros na tarde deste domingo, 03/05/15.

O partido recebeu do governo do Estado a garantia de que todas as providências estão sendo adotadas para esclarecimento do crime e punição dos autores, o que aguardamos com a prioridade que o caso requer.

Abraçamos os companheiros do PCdoB em Santa Luzia e muito especialmente os familiares e amigos nesta hora de dor profunda pela perda do companheiro Vavá.

Egberto Magno
Vice-presidente do PCdoB/MA

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial

Postagens mais visitadas