LAGOA GRANDE: Ação criminosa, deixa dezenas de cachorros e gatos mortos na avenida da Uva e do Vinho do centro da cidade

Dezenas de cachorros e gatos amanheceram mortos, suspeita de envenenamento, na madrugada de sexta-feira para o sábado (17), na avenida da Uva e do Vinho, centro, município de Lagoa Grande. Além dos 15 quinze animais mortos, a população informou que no Posto Trovão Azul existia mais 12 (doze) cachorros motos, no momento que fazíamos as fotos mais dessa situação que chocou a população lagoagrandense outros cachorro estão agonizando pelas ruas da cidade.

Diante do crime cometido contra aos animais domésticos, pelos indícios encontrados no local, os animais foram propositalmente envenenados. No local foi encontrado um saco plástico transparente suja de uma substancia branca a mesma encontrada em vários pedaços de carnes espalhado pela Praça de Alimentação.

Os animais mortos foram recolhidos por um caminhão do lixo da prefeitura municipal. Nenhuma autoridade esteve no local, além da vereadora Lafaiete e o fato foi registrado pela imprensa local.

Reforma política volta à pauta do Congresso em 2015

Uma das principais demandas nas manifestações sociais de 2013, a reforma política também é promessa da presidenta Dilma Rousseff para o novo mandato, além de ser considerada prioridade pelos parlamentares. O assunto é polêmico e divide as opiniões. Na Câmara dos Deputados, o assunto vem sendo discutido há cerca de 20 anos, sem que se chegue a um acordo que permita a votação.
 
Os partidos de esquerda defendem a proposta de iniciativa popular apresentada pela Coalizão Democrática pela Reforma Política e Eleições Limpas e que foi assinada por mais de 100 deputados.
A ideia da presidenta Dilma é de um plebiscito para consultar a população sobre os pontos que devem ser alterados. O deputado José Guimarães (PT-CE) apresentou um projeto – assinado também por deputados do PCdoB, PDT e PSB –, convocando o plebiscito, mas o texto não avançou na Câmara.

A reforma política está sendo discutida pela Casa em várias instâncias. Uma proposta é de iniciativa popular, apresentada pela Coalizão Democrática pela Reforma Política e Eleições Limpas, que reúne entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), e foi assinada por mais de 100 deputados.

O texto impede empresas de financiarem campanhas eleitorais, autorizando apenas pessoas físicas a fazerem doações de até R$ 700 aos candidatos. Além disso, o texto criminaliza a prática de caixa dois eleitoral, com punição de até oito anos de detenção.

Pressão popular
A proposta é defendida pela bancada do PCdoB. Segunda a líder do Partido na Câmara, deputada Jandira Feghali (RJ), “fundamental neste caminho é a aprovação de uma reforma política que acabe com o financiamento de empresas nas campanhas eleitorais. Não porque isso determine, de forma generalizada, comportamentos questionáveis, mas porque limitaria distorções, dificultaria a fraude e a violação dos direitos dos cidadãos, verdadeiros destinatários dos recursos orçamentários”.

Para o líder do PT, deputado Vicentinho (SP), acabar com o financiamento privado de campanha é essencial. Porém, ele acredita que uma proposta nesse sentido só será aprovada com a pressão da sociedade civil.

“O Congresso ficou mais conservador, diminuiu a representação dos trabalhadores e aumentou a participação de pessoas ligadas a segmentos empresariais. Com tantos deputados que ganham a eleição porque têm dinheiro, muitos não vão querer aprovar essa proposta. Por isso, a população tem que participar.”

A necessidade da pressão da população para votar e aprovar uma reforma política democrática também é defendida pela líder do PCdoB. “A democratização da comunicação junto com a reforma política começou a ocupar o devido espaço de debate aqui dentro, mas precisaremos do reforço das ruas, das mobilizações, para avançarmos de fato, pois teremos uma resistência ainda maior, correndo o risco de serem aprovadas propostas que vão de encontro aos interesses da população”, afirmou ao final das eleições do ano passado.

Outra polêmica

Outro ponto polêmico no debate sobre a reforma política é o voto distrital, em que estados e municípios são divididos em regiões, chamadas distritos. Cada distrito escolhe seu candidato a deputado pelo sistema majoritário – vence quem ganhar mais votos.

Para vencer a resistência dos que são contrários ao voto distrital que, na prática, ameaça a existência dos pequenos partidos, outra proposta de reforma política em tramitação na Casa, formulada pela Comissão Especial da Reforma Política, cujo relator foi o deputado Henrique Fontana (PT-RS), propõe o voto distrital misto.

No voto distrital misto, uma parte dos candidatos é escolhida de acordo com o voto distrital puro, e outra parte dos deputados é eleita de acordo com o sistema proporcional, que é o utilizado hoje. A proposta chegou a entrar na pauta do Plenário algumas vezes, mas não foi votada por falta de acordo.

Em seu parecer, Fontana também propõe, entre outros pontos, o financiamento público exclusivo de campanhas; o fim das coligações para eleições proporcionais – ou seja, “casamentos temporários” feitos entre os partidos às vésperas da eleição –; e a simplificação do processo de apresentação dos projetos de iniciativa popular.

Antirreforma

Outra proposta de reforma política foi elaborada pelo Grupo de Trabalho (GT) de Reforma Política, coordenado pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). Em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a proposta prevê o voto facultativo, o fim da reeleição para presidente, governador e prefeitos e a coincidência das datas das eleições a cada quatro anos. A proposta estabelece um sistema misto – público e privado – para o financiamento das campanhas.

Sobre essa proposta, o PCdoB aponta como uma antirreforma, já que, entre outros pontos, cria mecanismos para acabar com os pequenos partidos e institucionaliza a doação privada de campanha ao incluir no texto da Constituição a possibilidade dos partidos receberem doações de pessoas jurídicas.

De Brasília
Márcia Xavier
Com Agência Câmara

Luciana Santos anuncia continuidade na luta em prol da cultura

Reconhecida nos corredores do Congresso Nacional como a ex-prefeita de Olinda, Cidade Patrimônio de Humanidade, a deputada Luciana Santos (PCdoB-PE) faz jus à fama de defensora das causas da cultura. Presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura e vice-presidente da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, Luciana dedicou atenção especial no ano de 2014 ao diálogo para que propostas importantes como o Vale-Cultura e o Sistema Nacional de Cultura pudessem ser implantadas
Ela também incentivou o debate sobre os o Programa Cultura Viva, considerada a política pública mais inovadora dos últimos tempos.
Na Comissão de Cultura da Câmara, Luciana provocou o debate sobre o potencial da economia criativa do setor de jogos eletrônicos e digitais no Brasil. Os convidados destacaram o valor da iniciativa, uma vez que os games não são reconhecidos como cultura e essa é uma das reivindicações dos profissionais da área.

A deputada destacou que é preciso reduzir a defasagem tecnológica entre o Brasil e outros países, considerando a necessidade de fomento e de um marco regulatório para o setor. “Por outro lado, falar da criação nacional de jogos digitais é falar também da criatividade do povo brasileiro, que pode agora ser expressa e amplamente difundida através das mídias digitais, podendo se tornar cada vez mais uma ferramenta educativa e de fortalecimento da cultura popular”, completa.

Ela também incentivou o debate, no final do ano passado, sobre os 10 anos do Programa Cultura Viva e a necessidade de regulamentação da Lei Cultura Viva, que transformou o programa em política de Estado. Na ocasião, Luciana Santos, que mediou o debate, destacou que a Lei Cultura Viva é a política pública mais inovadora dos últimos tempos.

“A lei é inspirada nesse conceito de que é preciso reconhecer aquilo que já é produzido e praticado por milhares de brasileiros que, através das suas histórias, conseguem produzir toda essa riqueza cultural”, avalia a parlamentar.

Patrimônios culturais

A deputada também acompanhou o trâmite de processos junto ao Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e comemorou com os pernambucanos o tombamento de parte das praças de Burle Marx no estado e a inscrição do Maracatu de Baque Solto, do Maracatu Nação e do Cavalo Marinho como patrimônios culturais brasileiros.

“Tem grande significado o Estado brasileiro reconhecer essas manifestações como forma de expressão da cultura brasileira”, disse a deputada em sua saudação ao conselho. “É papel de todos nós fazer valer a identidade do povo brasileiro e estejam certos que essa decisão terá como rebatimento o fortalecimento dessas expressões”, continuou.

Da Redação em Brasília
Com informações da Ass. Dep. Luciana Santos

Reforma política estrutural ainda está distante e depende de mobilização social

Dilma tomou posse para seu segundo mandato sem que o primeiro tenha avançado na direção da 'mãe de todas as reformas', e perspectivas positivas a partir de 2015 dependem de mobilização social.

Por Eduardo Maretti, publicado na Rede Brasil Atual
 
Movimentos sociais terão papel crucial na pressão pela aprovação de reformas
No discurso de posse na quinta-feira (1°), a presidenta Dilma Rousseff voltou a falar na reforma política e aludiu à competência do Parlamento, mas mencionou a importância da participação popular no processo, embora com menos ênfase do que esperado pelos defensores de uma reestruturação profunda do sistema político eleitoral. "A reforma política é responsabilidade constitucional desta Casa, mas deve mobilizar toda a sociedade", afirmou.

Logo após o pronunciamento da chefe do Executivo, o presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros, (PMDB-AL), também falou do tema, mas em outra direção: diferentemente das propostas do PT, que é a favor do plebiscito, ele defendeu outra solução: "Por sua complexidade e por se tratar de uma prerrogativa do Legislativo, é recomendável que o Congresso faça a reforma, e a submetamos a um referendo popular”.

Na sexta-feira (2), o líder do PT na Câmara, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, disse à Rede Brasil Atual que o partido continua na defesa do plebiscito e da constituinte exclusiva. “Espero que se faça prevalecer o que deliberou o partido, que é a nossa meta independentemente do que deseja um personagem ou outro”, declarou.

Em seu discurso de posse em 2011, Dilma também comentou a necessidade da reforma política, mas igualmente mencionou o tema em um curto parágrafo, em tom vago, e sem falar em mobilização: “Na política, é tarefa indeclinável e urgente uma reforma com mudanças na legislação para fazer avançar nossa jovem democracia, fortalecer o sentido programático dos partidos e aperfeiçoar as instituições”.

Considerada fundamental para iniciar um processo de transformações estruturais no país – incluindo o combate à chamada “corrupção sistêmica” e a democratização das eleições –, a reforma política é objeto de propostas de emendas constitucionais e debates acalorados há pelo menos duas décadas, desde o primeiro mandato do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-1998). Dilma Rousseff tomou posse para o quarto mandato consecutivo do PT sem que se possa prever se os discursos da presidenta e de lideranças em Brasília sobre a urgência da “mãe de todas as reformas” ultrapassará ou não o status da retórica.

De lá para cá, pouco ou nada avançou. No primeiro ano de mandato de Dilma, em 2011, a Câmara dos Deputados compôs uma comissão especial sob a relatoria do deputado Henrique Fontana (PT-RS). O parlamentar estudou o tema durante dois anos, condensou 11 propostas de projetos tramitando isoladamente no Congresso e por fim apresentou seu relatório no primeiro semestre de 2013. O texto introduzia ao sistema político o financiamento público exclusivo de campanhas, fim das coligações (introduzindo a figura das federações partidárias), coincidência das eleições municipais, estaduais e federais, além da ampliação da participação da sociedade na apresentação de projetos de iniciativa popular por meio de participação digital e nova opção de lista partidária flexível.

O relatório chegou a ser colocado na pauta da Câmara pelo presidente da casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), mas, em 9 de abril de 2013, por falta de acordo entre os líderes partidários, o texto, que chegou “à porta do plenário”, segundo expressão de Fontana, foi engavetado.

Em seguida, as manifestações de junho de 2013 balançaram o país. Como reação a elas, Dilma propôs cinco pactos à sociedade, sobre responsabilidade fiscal, reforma política, saúde, transporte público e educação.

As propostas de plebiscito popular e constituinte exclusiva feitas por Dilma nesse contexto não evoluíram no Congresso. Um ano depois, em junho de 2014, Vicentinho disse à Rede Brasil Atual que, para ele, Dilma fez sua parte, mas o parlamento não.

"A presidenta Dilma fez um pedido para que tivesse um plebiscito no país. Trabalhamos por ele, mas lamentavelmente o presidente da Câmara e seu partido querem um referendo", disse Vicentinho. “O referendo é para dizer sim ou não a propostas que o Congresso fizer, e o plebiscito é perguntar ao povo o que ele considera prioritário. Não depende da presidenta, depende do Parlamento", acrescentou.

Reforma 'cosmética'

Após o fracasso da proposta de Fontana, um grupo de trabalho foi formado na Câmara para discutir a reforma, mas a comissão já começou tumultuada: o deputado petista Cândido Vaccarezza (PT-SP), considerado muito próximo do PMDB, foi nomeado presidente do colegiado, por Henrique Alves, à revelia da vontade dos líderes petistas. Mesmo com esse mal-estar, o grupo apresentou a proposta de emenda constitucional (PEC) 352/2013, considerada “cosmética” e rasa por movimentos sociais e criticada severamente, nos bastidores, por lideranças do PT, incluindo o presidente nacional da legenda, Rui Falcão, que publicamente defende uma reforma política estrutural, feita por uma Assembleia Constituinte exclusiva. O financiamento público de campanha é um dos principais pontos defendidos por Falcão e líderes petistas, para tornar as eleições mais transparentes e livres da influência do capital empresarial.

Mas todos, diretamente ou nas entrelinhas, apontam para as dificuldades políticas que uma proposta de reforma profunda enfrentará. Em entrevista coletiva concedida no dia seguinte à reeleição de Dilma, em 27 de outubro, Falcão expressou seu realismo: "Só vamos obter a reforma política com mobilizações. Só pelo Congresso Nacional, seja com essa legislatura, seja com a futura (a partir de 2015), é praticamente impossível", disse.

Na mesma linha, em entrevista publicada na edição de outubro da Revista do Brasil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que “a reforma política passa a ser a mais importante neste momento: porque é impossível você lidar com um Congresso com 32 partidos. E não são partidos ideológicos. São agrupamentos de interesses que não produzem uma coisa boa”, analisou. Ele defendeu que uma reforma política tenha de ter cláusula de barreira para impedir a formação de partidos fisiológicos e “valorizar a questão partidária”.

Lula manifestou posição radical sobre o financiamento privado de campanhas. “Na minha opinião, nós deveríamos transformar o financiamento privado de campanhas em crime inafiançável. Porque o financiamento público é uma coisa muito mais digna.”

Embora, na prática, a “mãe de todas as reformas” esbarre em conflitos de interesse intermináveis, pelo menos no discurso sua urgência parece consensual entre as grandes lideranças. Tanto que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), por exemplo, é outro que, em aparições públicas, tem defendido propostas em alguns casos semelhantes à de Lula. “Temos 32 partidos, e vai ter mais. Tem que ter cláusula de barreira, fidelidade partidária”, defendeu, em discurso a empresários e políticos no Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi), em março deste ano.

Na ocasião, Alckmin argumentou que as reformas constitucionais têm de ser executadas no primeiro ano de mandato, momento em que o presidente eleito tem legitimidade e apoio. “É quando os eleitos estão machucados pela campanha, mas têm o respaldo de milhões de pessoas (que os elegeram)”. Ele também disse que, com o sistema atual, “a política faliu”.

Seja como for, no mandato presidencial que se encerrou na quarta-feira (31), nem mesmo a reforma superficial proposta pela PEC do grupo comandado por Vaccarezza prosperou no Congresso. A PEC 352 apenas acaba com a reeleição para o Executivo, propõe que uma reforma política aprovada pela Câmara passe por referendo popular e torna o voto facultativo. As doações de campanha, na prática, ficam como estão, já a proposição prevê que caberia ao partido definir se quer financiamento público, privado ou misto.

Questões como financiamento público de campanha, plebiscito popular e Assembleia Constituinte exclusiva ficaram longe da PEC 352.

Segundo mandato


Quatro anos depois de tomar posse para seu primeiro mandato, no discurso logo após ser reeleita, em 26 de outubro de 2014, Dilma foi mais explícita do que em 2011 e mesmo do que na posse. "Entre as reformas, a primeira e mais importante deve ser a reforma política”, declarou, com a mesma ênfase que Rui Falcão tem usado ao longo do ano. “Deflagrar essa reforma, que é de responsabilidade do Congresso, deve mobilizar a sociedade por meio de um plebiscito, de uma consulta popular. Somente com um plebiscito nós vamos encontrar a força e a legitimidade para levar adiante este tema", disse no fim de outubro.

No discurso proferido em sua diplomação, dia 18 deste mês, ela voltou a mencionar o tema, propondo um pacto nacional: “Chegou a hora de firmarmos um grande pacto nacional contra a corrupção, envolvendo todos os setores da sociedade e todas as esferas de governo. Esse pacto vai desaguar na grande reforma política que o Brasil precisa promover a partir do próximo ano”.

Mas a mesma falta de acordo (leia-se interesse) dos líderes, que enterrou o relatório de Henrique Fontana em abril do ano passado, ameaça qualquer tentativa de mudar o sistema político brasileiro estruturalmente.

O deputado Eduardo Cunha, líder do PMDB do Rio de Janeiro na Câmara, uma das principais “pedras no sapato” de Dilma no Congresso durante o primeiro mandato da petista, já avisou que, se for eleito presidente da casa, vai colocar em votação a reforma política da PEC 352, do grupo comandado por Vaccarezza, que não se elegeu em outubro.

Cunha é um dos três candidatos a presidir a Câmara. Os outros são Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Júlio Delgado (PSB-MG).

Financiamento privado e STF

Enquanto o Legislativo não se mexe, instituições e entidades da sociedade civil tentam encurtar o caminho. Está atualmente no Supremo Tribunal Federal (STF) o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) n° 4.650, movida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em que esta pede a declaração de inconstitucionalidade da doação privada a campanhas e políticos. Em tese, a decisão já está tomada. A maioria do tribunal (seis votos a um) votou a favor da tese da OAB. Um dos que votaram pela inconstitucionalidade do capital privado, o ministro Ricardo Lewandowski justificou sua posição: “A vontade das pessoas jurídicas não pode concorrer com a dos eleitores, e muito menos sobrepor-se a ela”.

O problema é que o julgamento foi suspenso, em 2 de abril passado, por pedido de vista do ministro Gilmar Mendes, que, como se diz no jargão jurídico, se sentou em cima do processo e, depois de nove meses, até hoje não deu explicações sobre o “trancamento”.

Os gastos totais das eleições de 2002 no Brasil, para presidente da República, governadores, deputados e senadores foram de R$ 827 milhões. Em 2010, os valores chegaram a R$ 4,9 bilhões. Este ano, de acordo com o TSE, o valor foi igualmente espantoso, de R$ 5,1 bilhões.

A principal deturpação decorrente do financiamento privado é que as empresas investem nos candidatos que, posteriormente, eleitos, têm de retribuir o investimento, geralmente com obras. É este um dos principais focos legislativos de corrupção do país, segundo os defensores do financiamento público de campanhas.

Em seu voto no julgamento da ADI 4.650, o ministro Luís Roberto Barroso foi além do “juridiquês” e expressou sua visão sobre a importância da reforma política, sem poupar a omissão do Parlamento. “É hora de o poder Legislativo se reinventar”, disse. “O que é preciso é fazer com que a política tenha credibilidade. É preciso uma reforma verdadeira que reconstitua sua empatia com a sociedade, e cabe a ele (Congresso) fazer isso.”

Plebiscito popular

Seja pela omissão do Congresso, seja pela vontade de Gilmar Mendes, a reforma política ou mesmo mudanças relevantes em pontos específicos da legislação, como no caso do financiamento privado, continuam difíceis a curto prazo.

Principalmente pela composição do Parlamento, que está longe de ser representativa da sociedade. Enquanto, nas eleições de 2014, foram eleitos 462 homens e 51 mulheres (11%), o gênero feminino compõe 53% da população do país. Os negros são 51% dos brasileiros, segundo o Censo do IBGE de 2010. Mas, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, dos 513 deputados eleitos em outubro, 79,9% se declararam brancos, 15,7% disseram ser pardos e 4,29%, negros.

Por isso, centenas de entidades da sociedade civil promoveram, entre 1° e 7 de setembro, o Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político. Dos 7.754.436 de votos apurados, 97,05% votaram no “sim” e 2,57% disseram “não”. Brancos e nulos não chegaram a 0,5%.

O documento com os quase 8 milhões de votos foi entregue a Dilma em 13 de outubro. “Não podemos achar que o Congresso Nacional se autorreforma. Eu acho que nenhuma instância se autorreforma sem a manifestação popular”, opinou a presidenta à data. Na cerimônia estavam presentes representantes de MST, CUT, PT, Psol, PCdoB, Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf) e Movimento Juntos!, entre outras entidades.

Fonte: Rede Brasil Atual

Aldo Rebelo defende valorização da agenda científica

O novo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, defendeu maior valorização da agenda científica no governo federal e no Congresso Nacional. "Nós dependemos do Congresso em muitas coisas, em primeiro lugar do próprio orçamento.", afirmou, na cerimônia em que recebeu o cargo de titular da pasta do seu antecessor Clelio Campolina Diniz, nessa sexta-feira (2), em Brasília. 
"A inovação é fundamental na disputa da economia. O Brasil, ou enfrenta esse desafio ou fica para trás", declarou o ministro.
Rebelo acrescentou que CT&I está associada aos interesses do desenvolvimento do País, da elevação do padrão de vida da população e da democratização da sociedade. "São temas que devem ser tratados em relação estreita e profunda com a política, com o Congresso e o governo", disse.

Ele também defendeu uma integração com as indústrias “para cobrir as necessidades do horizonte alargado que nós queremos para o desenvolvimento científico e tecnológico do País".

O ministro afirmou que é preciso apoiar a inovação e a produtividade das empresas nacionais, o que é, segundo ele, uma recomendação da presidenta Dilma Rousseff. "Todos nós sabemos que a inovação é fundamental na disputa da economia. O Brasil, ou enfrenta esse desafio ou fica para trás", disse.

Ao mesmo tempo, ele destacou que inovação não é apenas para grandes indústrias. "A inovação é também o que a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) faz ao desenvolver tecnologia para o pequeno agricultor lá do interior do País, sem nenhum prejuízo para os grandes projetos e investimentos".
Fonte: Ministério de Ciência e Tecnologia

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