Luciano avalia atuação do PCdoB na frente institucional

Por que e para que ocupamos cargos no Executivo e no Legislativo hoje? Como é possível no exercício dos nossos cargos acumularmos forças em função do rumo e do caminho para alcançar o socialismo no País? Que passos devemos dar agora no âmbito dos espaços ocupados no Governo do Estado, nas prefeituras e nas câmaras municipais?

As respostas a esses questionamentos foram o cerne da palestra do vice-prefeito do Recife e presidente do Comitê Municipal do PCdoB no Recife, Luciano Siqueira, no Seminário Frente Institucional e Projeto Político do PCdoB promovido pelo Comitê Estadual do Partido em Pernambuco, no dia 20 de abril.

Sobre o sentido da ocupação de cargos públicos pelos membros do partido, Luciano destacou que entre as muitas respostas possíveis uma é essencial: Disputar a hegemonia política e acumular forças para realizar a transição do capitalismo para o socialismo no Brasil, que vem a ser o objetivo estratégico dos comunistas.

“Para tanto, é preciso acumular forças de modo que a maioria dos brasileiros compreenda a necessidade da transição ao socialismo e a deseje realizar. Isso não é apenas um ato de vontade, implica em luta política e em ter claro o rumo (o socialismo) e o caminho para chegar aí (conteúdo do Programa do PCdoB)”, explicou Luciano.

Rumo ao socialismo

Segundo ele, “no atual nível da luta política no Brasil e no mundo, a batalha central que se trava é para realizar a transição do modelo neoliberal, herdado por Lula da Era FHC, para um novo projeto de desenvolvimento para o País que possibilite a afirmação da soberania nacional; o desenvolvimento com distribuição de renda, valorização do trabalho e sustentabilidade ambiental; o enfrentamento das desigualdades regionais e intra-regionais; a ampliação da democracia; e a integração regional da América do Sul”.

Luciano destacou ainda que são esses objetivos que dão conteúdo ao caminho que os comunistas denominam Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento (NPND), que propõe seis reformas estruturais: as reformas tributária, agrária, do sistema educacional, urbana, política e da mídia, bem como a defesa e fortalecimento do SUS - Sistema Único de Saúde e da Seguridade Social e a implantação de um sistema nacional de segurança que garanta condições de vida seguras para o cidadão.

“Perseguimos esses objetivos mirando resultados concretos de grande valor estratégico, tais como, destravar os obstáculos ao pleno desenvolvimento do País; alcançar grande progresso nas condições de vida material e espiritual do povo brasileiro; elevar o nível de consciência de organização dos trabalhadores e do povo; inverter a correlação de forças estratégicas em favor do PCdoB e das forças aliadas interessadas na transição do capitalismo ao socialismo e transformar o Partido em poderosa corrente de pensamento de massas reconhecida pelos trabalhadores e o povo”, afirmou.

Frentes de luta

Ao responder sobre como é possível acumular forças, no exercício dos cargos, no sentido de alcançar o socialismo no Brasil, o vice-prefeito do Recife sublinhou duas linhas de conduta.

A primeira, combinar, de modo indissociável, as três frentes de luta permanentes: a luta institucional, a luta social e a luta de ideias.

“O caso do Recife é emblemático, pois, por ocuparmos a vice-prefeitura, somos co-protagonistas da hegemonia exercida pelo PSB, mas esse co-protagonismo não é algo consolidado naturalmente, nem cartorial. Exige luta permanente em que preservamos a unidade com o PSB e demais aliados e ao mesmo tempo buscamos alargar nossa própria força. Isto coloca a necessidade de articular a presença no governo com o mandato do vereador Almir Fernando; a presença no governo e o mandato do vereador com a luta de massas e a luta cotidiana com o debate das idéias”, ressaltou.

Segundo ainda Luciano, a outra linha de conduta é abordar dialeticamente a parte e o todo, o particular e o geral, no cotidiano da ação de cada um, enfrentando cada problema no dia a dia à luz das idéias contidas no Programa Socialista e nas orientações táticas do PCdoB, “e assim nos diferenciando das demais correntes políticas”.

“A conjuntura atual em Pernambuco é rica de oportunidades nesse sentido. Um exemplo é a desoneração fiscal parcial da indústria e a queda do FPE e do FPM. Por que não debater a reforma tributária? Com relação às consequências da seca, por que não introduzir a reforma agrária no debate? Os problemas da mobilidade urbana, da habitação, do saneamento, por que não abordá-los à luz da reforma urbana?”, questionou.

Sobre os passos que devem ser dados nos espaços que o PCdoB ocupa nos governos municipais e estadual, Luciano fez algumas indicações: debater o conteúdo do seminário institucional com a militância; utilizar o Programa Socialista do PCdoB, as resoluções políticas e as orientações setoriais como referência na abordagem dos problemas do dia a dia; utilizar os meios de comunicação do Partido, como os portais Vermelho e da Fundação Maurício Grabois, a revista Princípios e o jornal A Classe Operária como fontes permanentes de informação e orientação, e, por último, planejar o trabalho.

Ao finalizar sua intervenção, o dirigente chamou atenção para a consígnia do PCdoB em relação à presença dos comunistas nos governos: “Amplitude; desenvolvimento com inclusão; e participação popular”.

Fonte Site de Luciano Siqueira

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