Mesmo dirigentes que disputam espaço com o PT em seus estados ou ocupam cargos em governos do PSDB dizem concordar com aliança
PSD, partido de Kassab, deve apoiar Dilma na disputa presidencial (Juca Varella/Folhapress) |
O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab,
vai receber o aval dos 27 dirigentes regionais do partido para aderir
formalmente à base aliada do governo Dilma Rousseff (PT) e apoiar a
reeleição da petista em 2014. Para superar resistências aos petistas e
assegurar a aprovação da aliança, Kassab deu carta branca para que os
líderes da sigla façam oposição ao PT ou mantenham alianças com
governadores do PSDB em 12 estados.
Levantamento feito na última
semana revela que não há restrições entre os presidentes estaduais do
PSD ao plano de Kassab de integrar a base de Dilma – a exceção é o Rio,
onde a sigla ainda realiza consultas, mas seu apoio é dado como
certo. Mesmo dirigentes que disputam espaço com o PT em seus estados ou
ocupam cargos em governos do PSDB relatam que concordam com a adesão.
Neutros – Além dos 12 estados onde o PSD se comporta
como adversário do PT, o partido se considera "neutro" em quatro locais e
apoia os petistas nos outros 11 – entre os quais estão a Bahia do
governador Jaques Wagner (PT), e o Rio Grande do Norte, onde o vice
Robinson Faria (PSD) rompeu com a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e
se aproximou dos petistas.
A explicação para tantas alianças ambíguas é que a maior parte dos
governadores apoiou a criação do PSD em seus estados, com o objetivo de
capturar para suas bases políticos descontentes com a oposição. Isso
aconteceu tanto no caso do governador sergipano Marcelo Déda (PT) quanto
no Pará de Simão Jatene (PSDB).
Uma das poucas exceções entre os governadores amigáveis foi Geraldo
Alckmin (PSDB), em São Paulo. Ele se opôs à fundação do novo partido
como gesto de fidelidade ao aliado DEM, que perdeu parte de seus quadros
para a sigla. Em 2014, a hipótese mais provável é que o PSD lance
adversário à reeleição do governador ou apoie candidato do PT.
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