Na
tribuna do Senado, Reditario Cassol, do PP, diz que detentos recebem
tratamento melhor do que os trabalhadores
Reditario Cassol: "Mesmo que seja auxílio temporário, a prisão não é colônia de férias" (Waldemir Barreto/Agência Senado) |
O senador Reditario Cassol (PP-RO) defendeu nesta quinta-feira, da
tribuna do Senado, o fim do auxílio-reclusão para os condenados que
estiverem cumprindo pena e a adoção da pena de chicotadas contra os
presos que se recusarem a trabalhar nos presídios. Ele alega que
"pilantras, vagabundos e sem-vergonha" recebem um tratamento melhor do
que os trabalhadores brasileiros.
"Nós temos de fazer o nosso trabalho, ilustre presidente e nobres
senadores, modificar um pouco a lei aqui no nosso Brasil, que venha
favorecer, sim, as famílias honestas, as famílias que trabalham, que
lutam, que pagam impostos para manter o Brasil de pé", defendeu. "E não
criar facilidade para pilantra, vagabundo, sem-vergonha, que devia estar
atrás da grade de noite e de dia trabalhar, e quando não trabalhasse de
acordo, o chicote voltar, que nem antigamente", defendeu.
"Desamparo" - Suplente de seu filho, o ex-governador
de Rondônia Ivo Cassol, que está licenciado, Reditario questionou o
"desamparo" dos parentes das vítimas, enquanto o governo - segundo ele -
gasta por ano "mais de 200 milhões de reais do orçamento para sustentar
a família dos presos que cometeram crime hediondo, crime bárbaro".
"O vagabundo, sem-vergonha, que está preso recebe uma bolsa de 802,60
reais para seu sustento. Mesmo que seja auxílio temporário, a prisão não
é colônia de férias", protestou. No seu entender, a pessoa condenada
por crime grave deve sustentar os dependentes com o trabalho nas
cadeias. Ele comparou a situação aos trabalhadores desempregados que,
"além de tudo isso, muitas vezes é assaltado, tem a casa roubada e
precisa viver recluso atrás das grades de sua própria casa".
Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), disse que compreendia a
"indignação" do colega, mas que, em nenhuma hipótese, aprovaria a
utilização do chicote, "porque seria uma volta da Idade Média".
(Com Agência Estado)
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