Ex-secretário de Transportes nega relação com acusados na operação Regin

O ex-secretário de Transportes do DF Alberto Fraga negou as acusações feitas contra ele. Segundo Fraga, o envolvimento de seu nome na operação tem como objetivo “esconder as mazelas do atual governo”. Júlio Luís Urnau, que está foragido, exerceu a segunda cadeira mais importante na pasta dos Transportes, como secretário adjunto. Indicado ao cargo em janeiro de 2007, Urnau chegou a ocupar interinamente o comando da secretaria em março de 2008, quando Fraga pediu exoneração por discordar da demissão do então comandante da Polícia Militar do DF, coronel Antônio José Serra Freixo, afastado por supostamente acobertar PMs envolvidos em crimes.


Alberto Fraga — que é coronel aposentado da corporação — reconsiderou a decisão e aceitou retornar à chefia da pasta menos de um mês após colocar o cargo à disposição. Com a volta de Fraga, Urnau assumiu novamente o posto de coadjuvante na secretaria. Apesar de terem trabalhado juntos, o ex-secretário garantiu não ser próximo de Júlio Urnau. “Minha relação com o Júlio sempre foi funcional. Conheci ele na campanha política de 2006. Quando apareceram algumas denúncias envolvendo o nome dele, eu o transferi para a Diretoria de Trânsito”, disse Fraga.


As irregularidades a que Fraga se refere dizem respeito às irregularidades apontadas em contratos firmados entre o GDF e o Centro de Assistência Social às Pessoas Portadoras de Deficiências do DF (Casped). Entidade sem fins lucrativos, o Casped foi contratado pelo DFTrans com o objetivo de intermediar a indicação de deficientes físicos para trabalhar na autarquia sob ingerência da Secretaria de Transportes. Mas os servidores não apresentavam necessidades especiais, eram fantasmas e, alguns, tinham parentesco com os próprios ex-gestores do órgão. (Leia Memória)


Fontes da Polícia Civil contaram ao Correio que a operação deflagrada pela Decap tinha como alvo a casa de Fraga, no Lago Norte. O mandado de busca e apreensão, no entanto, não foi cumprido porque os agentes entenderam que já tinham material suficiente para fechar as investigações. Fraga alegou desconhecer o fato e desafiou os agentes a encontrarem qualquer tipo de prova que o comprometa. “Tenho família e vou passar incólume por essas acusações. Desafio qualquer um a encontrar algo que envolva o meu nome. Passei intacto pela Caixa de Pandora porque não devo nada. Agora, se for preciso, eu aceito a quebra do meu sigilo bancário, do meu sigilo telefônico.”


O advogado de Josenildo, André Luiz Pereira, pretende entrar com pedido de habeas corpus ainda hoje. Ele não quis comentar a prisão do cliente antes de ter acesso e aos autos do processo. “Não posso falar muito. A rigor, nem denúncia existe, porque é o Ministério Público que vai sugerir ao Judiciário se há denúncia ou não”, ponderou o defensor.


O diretor administrativo da Coopatag, Hertes de Souza, mostrou-se surpreso com a detenção de Josenildo e garantiu desconhecer qualquer tipo de ilegalidade na relação entre a Cooperativa e o ex-secretário Alberto Fraga. “Estou tão surpreso como vocês. Foi feita licitação. Por isso, entendo que não havia necessidade de pagamento extra por mais nada”, disse. ( TL e SA)


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