Aldo Rebelo deve concorrer ao posto de ministro do Tribunal de Contas


O ex-relator do Código Florestal testa a viabilidade
da candidatura na base e na oposição
O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) se prepara para concorrer à vaga de ministro do Tribunal de Contas de União (TCU) que cabe à Câmara dos Deputados — aberta pela aposentadoria de Ubiratan Aguiar. A candidatura foi definida na semana passada, numa reunião do partido. “O PCdoB colocou o meu nome. Estou consultando os líderes. Nesta quarta-feira anuncio a decisão final”, afirmou Aldo ao Correio. A aposta dele é de que, com a profusão de candidatos que se colocam hoje — com ele, são 12 interessados–, suas chances crescem.

A candidatura de Aldo respinga inclusive na correlação de forças que se forma para a sucessão do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS). O líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), pré-candidato à Presidência da Casa, está entre a cruz e a espada. Aldo pode ser um concorrente à Presidência da Câmara daqui a um ano. Portanto, ajudar a elegê-lo ministro do TCU, agora, seria eliminar um concorrente e angariar a simpatia do PCdoB, que, embora pequeno, faz barulho. Mas, se não apoiar o candidato de seu partido, Henrique perde votos entre os peemedebistas. “Quem quer presidir a Câmara não pode deixar de valorizar o PMDB”, comentava dia desses no plenário o pré-candidato Átila Lins (PMDB-AM).

O PMDB faz amanhã uma votação interna para definir quem indicar ao posto. Três pré-candidatos da legenda disputam a vaga: Lins; Fátima Pelaes (AP); e Osmar Serraglio (PR). Os peemedebistas consideram que é papel do seu líder apoiar o nome da bancada, seja quem for o vencedor. Só que, na semana passada, Henrique e o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), conversavam no plenário para verificar as chances de Rebelo. O PT também tem pré-candidato, o deputado Sérgio Barradas Carneiro (BA), que foi procurador da Câmara e viu o pai, o senador João Durval (PDT-BA), retirar a assinatura para a CPI dos Transportes com o intuito de não atrapalhar seus planos. O PT, entretanto, ainda não fechou quem apoiará e está dividido entre as várias opções em tela.

Briga acirrada

Entre os nomes em campanha, destacam-se ainda o deputado Jovair Arantes (PTB-GO), líder do partido com ampla simpatia entre os colegas, e a líder do PSB, a deputada Ana Arraes (PE). Ela é mãe do governador de Pernambuco e presidente do partido, Eduardo Campos. Há cerca de quatro meses, o governador procurou Aldo e perguntou se ele queria concorrer. O então relator do Código Florestal preferiu não tratar o tema do TCU junto com o do Código. Na semana passada, foi Aldo quem procurou Campos. O governador pediu desculpas, mas disse que a candidatura de Ana Arraes estava na rua. “Ela é candidata e não vai desistir”, comentou Campos.

Ana Arraes tem apoio na oposição e no PSD, de Gilberto Kassab. O prefeito de São Paulo é tão próximo do PSB que, antes mesmo de criar o seu novo partido, falava em fusão com os socialistas. O problema é que Milton Monti (PR-SP), outro com amigos no PSD, é pré-candidato, assim como Sandes Júnior (PP-GO). Em meio a tantos nomes, ninguém arrisca dizer quem levará o cargo vitalício, com salário de R$ 26 mil. A escolha será feita pelo voto secreto, no plenário da Câmara. O presidente da Casa, Marco Maia, deve marcar a votação para o fim deste mês. Diante de tantos candidatos, a presidente Dilma Rousseff foi aconselhada a não mexer nessa cumbuca. Há quem diga que é melhor esperar e fazer festa ao vencedor do que ter nove perdedores irritados com ela na Câmara.

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