Comissão rejeita requerimento para convocar Ideli sobre 'aloprados'

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado rejeitou nesta terça-feira (12) requerimento para convocar a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, para que ela prestasse esclarecimentos sobre suposto envolvimento na compra de dossiê, em 2006, contra o ex-governador de São Paulo José Serra.

A revista "Veja" apontou em reportagem no fim de junho que Ideli teria participado das negociações para compra do dossiê. O também ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, foi citado como mentor do dossiê pela revista. Ele foi no fim de junho à CAE e negou envolvimento.

O episódio ficou conhecido como dossiê dos "aloprados", após o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter classificado como aloprados os petistas que participaram do caso.

Também foram rejeitados requerimentos com convite para ouvir a ex-senadora Serys Slhessarenko "para prestar os devidos esclarecimentos sobre a matéria entitulada 'A confissão do aloprado'" e para ouvir o ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Veloso, sobre a mesma reportagem.

A revista cita gravação em que Expedito Veloso fala sobre o dossiê. Veloso foi exonerado do Banco do Brasil, em 2006, após acusação de envolvimento no suposto esquema. Em relação a Serys, a 'Veja' afirmou que ela teve informações sobre as negociações.

Todos os requerimentos foram propostos pelo líder do PSDB, senador Álvaro Dias.

Carta de Veloso

Após a rejeição dos requerimentos, o presidente da CAE, senador Delcídio do Amaral (PT-MS), leu uma carta enviada por Veloso à comissão. Veloso afirmou que, caso fosse convidado a prestar esclarecimentos, "compareceria em apreço ao Senado".

"Quero me antecipar em esclarecer, para avaliação da necessidade de tal depoimento, que nada acrescentaria aos inúmeros depoimentos que prestei, inclusive na CPMI instaurada pelo Congresso. A 'Veja' transcreveu o que seria uma conversa minha, onde teria especulado sobre o que poderia ter ocorrido e envolvido os nomes de Quércia (ex-governador de São Paulo) e Mercadante. (...) Comentei o que a imprensa especulava. Declarações na Veja não foram e não serão confirmadas por mim. Lamento que tenham usado uma conversa fora do contexto para prejudicar Mercadante e Ideli", disse Expedito na carta lida por Delcídio Amaral.

Mercadante

Quando depôs na CAE, Mercadante disse que o Supremo Tribunal Federal decidiu arquivar as investigações sobre o envolvimento dele no tema. "Quem não deve não teme e tem que ter transparência e liberdade para falar tudo que a gente sente e tudo que aconteceu”, disse Mercadante.

O ministro deixou o Senado afirmando que pretende “tomar medidas judiciais” para apurar as responsabilidades dos envolvidos no episódio, mas preferiu não dar nomes aos supostos alvos das futuras ações: “Vou tomar as medidas judiciais assim que apurar tudo que aconteceu e entender todas as responsabilidades e, de fato, o que é que está em curso. Tomarei todas as medidas judiciais que estiverem ao meu alcance ao fim desse processo.”

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