Temporais matam 10 pessoas e e isolam cidades no Rio Grande do Sul

Em Igrejinha, cinco pessoas, sendo duas crianças, perderam a vida sob o
escombro de casas. Após os resgates, começou a distribuição de lonas.
As chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde última sexta-feira, normais para a época, segundo a Defesa Civil estadual, mataram 10 pessoas até a tarde de ontem, cinco delas crianças. Ainda há pelo menos quatro desaparecidos entre os escombros de casas que desabaram ou foram arrastadas por queda de encostas. Além dos alagamentos que atingiram cidades inteiras, as estradas da região sofrem as consequências dos temporais, que provocaram ainda falta de energia elétrica.

Pelo menos oito pontos de rodovias gaúchas estão parcialmente bloqueados por causa de quedas de barreiras e árvores provocadas pela chuva que castiga o estado. A BR-116 tem sete trechos com fluxo complicado por causa de interdições. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), há desvios em todos os trechos da rodovia, seja por uma das pistas, pelo acostamento ou por dentro dos municípios.

Um deslizamento de terra na cidade de Igrejinha derrubou cinco casas, provocando a morte de cinco pessoas (Marli Terezinha Jardim, 42 anos; Fernando Leite de Lima, 43; Iraci Pereira, 41; Joshuan de Lima, 11; e Rafael Pereira de Lima, 9). Em Novo Hamburgo, as vítimas foram três crianças (os irmãos Gustavo, 9; Evandro, 11; e Tauane dos Santos Alves, 13), soterradas com a queda da casa em que moravam. Um fio de energia caído em Sapucaí do Sul matou eletrocutado Edson Miguel Trindade Farias, 58. O agricultor Ademar Hagemann, 67 anos, morreu ao ser atingido por um galpão que caiu no interior da Fazenda Vila Nova, no Vale do Itaquari.

O primeiro momento de atuação diante dos estragos foi o socorro imediato aos feridos e o resgate de possíveis sobreviventes entre os escombros, como explicou o major Ari Ferreira, da Defesa Civil. Mas os agentes já começaram a distribuir lonas para as famílias das casas destelhadas pelo forte vento, principalmente em São Luiz Gonzaga.

A cidade de Taquari decretou situação de emergência em decorrência dos estragos. Na tarde de ontem, mais de 30 pessoas já haviam deixado suas casas, entre desabrigadas e desalojadas. Cerca de 800 pessoas foram afetadas pela chuva na cidade.

O município de Santa Cruz do Sul, que também enfrenta problemas causados pela chuva, enviou uma Notificação Preliminar de Desastre (Nopred). Há registro de prejuízos também nas cidades de Sapucaia do Sul, Novo Hamburgo, Teutônia, São Leopoldo, Porto Alegre e Venâncio Aires.

Alagamentos

O transbordamento do arroio Lajeadinho alagou cerca de 80% de Santa Cruz do Sul, atingindo 350 casas de 14 bairros. As comunidades de Pachecos, Cavernas, Morro do Pedro Rosa e Aterrados estão sem acesso à cidade por conta da queda de pelo menos 13 pontes. Em Teutônia, um chiqueiro com 700 leitões e dois aviários foram totalmente destruídos. Dezenas de residências foram destelhadas e houve prejuízos nas plantações de milho.

Por causa da cheia no Rio Caí, que está 8,5 metros acima do nível normal, cerca de 50 famílias ribeirinhas deverão ser retiradas da região.
A Defesa Civil precisou distribuir lonas para um grupo de índios caingangues, acampados perto da rodoviária. Barracas dos indígenas foram levadas pelas águas e os moradores perderam roupas de cama e colchões.

O temporal que atinge parte do Rio Grande do Sul deixou cerca de 84 mil clientes sem energia elétrica, na manhã de ontem. Segundo as concessionárias, não há previsão para que a situação seja normalizada. Na sexta-feira, o número de clientes afetados chegou a 200 mil.

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