Para ficar no interior, médico quer plano de carreira no SUS

Para presidente do Conselho de Medicina, médicos deveriam começar em locais distantes e ir para uma cidade maior a cada promoção

Numa audiência pública realizada ontem pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, médicos disseram que a falta de profissionais nas regiões mais afastadas do Brasil só será resolvida quando for criado um plano de carreira no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
 
Para o presidente eleito do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Wilson Alecrim, a distribuição igualitária de profissionais em todo o território brasileiro depende da criação de uma carreira de Estado, com flexibilização de horário, auxílios transporte e alimentação, moradia, boas condições de trabalho, plano de cargos e salários e vínculo empregatício.
 
O presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto Luiz d’Avila, defendeu a criação de uma carreira de Estado nos moldes da que existe para juízes. No início da carreira, sugeriu, o profissional trabalharia no interior e, ao progredir, seria transferido para cidades maiores.
 
O representante da Federação Nacional dos Médicos, Waldir Cardoso, acrescentou:
— O Estado tem de ser o indutor da garantia do acesso da população à saúde. Não podemos trabalhar com a ideia de sensibilizar o médico, que é um trabalhador como qualquer outro. O Estado precisa atuar.
 
Estrangeiros
 
Durante a audiência pública, observou Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), estudantes amazonenses de medicina ­realizavam manifestação contra o projeto de lei da senadora (PLS 15/12) que propõe a revalidação automática de diplomas estrangeiros para profissionais de saúde exercerem a medicina no estado. Os estudantes consideram uma “invasão de seu mercado”.
 
A parlamentar ressaltou que 30% dos médicos que atuam no Amazonas são estrangeiros, muitos sem registro no Brasil.
 
Ela garantiu que a intenção não é trazer médicos incompetentes nem ocupar o lugar dos brasileiros. No entanto, ponderou, há uma carência desses profissionais em localidades em que médicos brasileiros se recusam a trabalhar.
 
A audiência de ontem foi proposta por Vanessa e por Paulo Davim (PV-RN).
 
A CAS realizará seminário para discutir medidas que fixem médicos no interior do Brasil. A proposta foi apresentada por Humberto Costa (PT-PE), durante a audiência pública.
 
Fonte: Jornal do Senado

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