Hoje é o aniversário da deputada LUCIANA SANTOS (PCdoB)

Hoje é o aniversário da deputada LUCIANA SANTOS (PCdoB). Uma mulher que aprendemos no dia-a-dia a admirar, a respeitar e por quem nutrimos profundo carinho. Uma mulher identificada com as aspirações do povo brasileiro, dona de grande carisma e indizível simplicidade. Doce e firme, aguerrida, persistente, combativa e ao mesmo tempo delicada e suave. Aproveitamos a data de hoje para lhe dizer, de público, o quanto nos enche de alegria trabalhar ao seu lado e para desejar, a nossa incansável deputada, toda felicidade e todo sucesso que essa vida puder lhe trazer.

Um beijo grande, “soberana”, seguimos contigo, firme na luta!

Mensagem dos que fazem o PCdoB em Lagoa Grande a toda população lagoagrandendese



LAGOA GRANDE: Presidentes dos partidos no município, emite nota conjunta sobre comentário do ex-presidente do PPS

É interessante que a matéria intitulada “Os pré-candidatos meninões” dos bastidores da notícia que tem como colunista Fábio Cardoso o qual é ex-presidente do PPS, aonde mantém-se filiado até hoje. Um fato que chama atenção é que o grupo que coordenou a campanha do pré-candidato a Dep. Estadual do PPS, cogita no município a possibilidade do mesmo disputar o executivo municipal.

O estanho é que o Fábio classifica de besta a intenção de qualquer um outro grupo pleitear o cargo executivo em Lagoa Grande. Será que ele realmente pensa isso de Vilmar (PPS) e Fernando Angelim (PPS)? Que ambos são meninões e besta por querem disputar o cargo de prefeito? Como perguntar não ofende quanto estaria ganhando Fábio para estar estilando essas aberrações na cidade?

Logico que ele usa uma termologia que não tem nenhuma definição ainda na língua portuguesa “MENINÕES”, na verdade ele é um colunista frustrado politicamente, diante da falta de expressão política, Fábio Cardoso que atual , que mantém um diálogo a bastante tempo com o ex-coordenador do núcleo de na gestão da ex-prefeita na área de comunicação da prefeitura, hoje, mantém uma pauta de discussão com o ex-coordenador do Núcleo de Comunicação de uma possível composição do PPS e PSB em Lagoa Grande, fato esse que remeteria ele a pleitear um cargo no Núcleo de Comunicação já que também tem conversando muito com o atual gestor da pasta.

Vamos aguardar os desenrolar desta negociação para que possamos anunciar em definitivo a composição.


Matéria publicada, 28 de novembro de 2014


Direitos Humanos debate 20 anos do Fórum de Erradicação do Trabalho Infantil

A deputada Luciana Santos participou na manhã desta quinta-feira (27/11) da audiência pública para debater os 20 anos do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI) e os desafios na prevenção e erradicação do trabalho infantil, promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Participam do FNPETI 26 Fóruns Estaduais de Erradicação do Trabalho Infantil e do Distrito Federal, governo federal, organizações da sociedade civil, dos empregadores, dos trabalhadores, do sistema de Justiça e de agências internacionais (Organização Internacional do Trabalho – OIT e Fundo das Nações Unidas para a Infância - Unicef) que integram a Rede Nacional de Combate ao Trabalho Infantil.

Luciana explicou que o trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito do Trabalho Infantil, da qual é relatora, está chegando ao fim. Ela afirmou que foram realizadas audiências públicas de qualidade que permitiu um olhar sobre o panorama do trabalho infantil no país e citou a realização de uma diligência para coibir o trabalho de crianças em Pernambuco, realizada em parceria com a Polícia Rodoviária Federal.

A parlamentar exaltou o papel do Fórum no combate ao trabalho infantil e destacou a importância da atuação dos fóruns estaduais, citando como exemplo as campanhas e atividades desenvolvidas pelo Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil em Pernambuco (FEPETIPE). “Nós precisamos fazer o debate de convencimento, porque a incidência daquele trabalho como agricultura familiar, trabalho doméstico entre outros que aparentemente não prejudicam a criança precisam ser combatidos com uma mudança de cultura dentro da sociedade”, comentou.

Foram convidados para a audiência a diretora do escritório da OIT no Brasil, Lais Abramo; a vice-procuradora geral do Ministério Público do Trabalho (MPT), Eliane Araque dos Santos; o secretário de inspeção do trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, Paulo Sérgio Almeida; o vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Lourenço Ferreira do Prado; a representante da Fundação Telefônica, Patrícia Mara Santin; e a secretária-executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), Isa Maria de Oliveira.

Ana Cristina Santos (Foto: Richard Silva/PCdoB Câmara)

Dilma conquista a quarta vitória do povo. A prioridade, agora, são as reformas

Em duro e acirrado embate, de intensa polarização, numa trajetória político-eleitoral marcada por reviravoltas e surpresas, a presidenta Dilma Rousseff alcançou em 26 de outubro último a quarta vitória consecutiva do povo, com a maioria de votos da nação. Vitória histórica, inédita, dado que é o terceiro mais longo período de governo desde o segundo Reinado de Pedro II. Quando Lula assumiu a presidência em 2003 não tínhamos no horizonte a certeza de que as forças democráticas, progressistas e de esquerda pudessem galgar umbral como esse.

A presidenta liderou a campanha do início ao final. E soube conduzir a Campanha com firmeza e sem recuos, mesmo nos momentos mais difíceis.

Na verdade, ela teve de enfrentar praticamente duas eleições no pleito presidencial de 2014, contra os dois candidatos das forças conservadoras: primeiro, enfrentar e derrotar Marina Silva e, em seguida, enfrentar e derrotar Aécio Neves, já no segundo turno.

Nesses dois grandes embates procurou sempre demarcar o seu compromisso com a amplíssima maioria da nação: os trabalhadores e as camadas pobres da população. E o resultado da eleição presidencial manifesta, de fato, que a maioria do povo respondeu e depositou sua confiança nesse compromisso assumido pelo governo da presidenta e reiterado por ela durante todo o processo eleitoral.

Somente assim foi possível vencer a cruzada antidemocrática, antipopular e obscurantista contra o Brasil, que já vinha desde a guerra suja que tudo fez para boicotar a realização da Copa do Mundo no Brasil com o intuito de desacreditar Dilma; as manobras especulativas da Bolsa de Valores se sucediam numa campanha aberta contra ela; a presidenta teve de confrontar uma delação premiada, medida realizada para criar um ambiente de escândalo e desgaste contra ela nos momentos mais sensíveis da campanha eleitoral; chegou-se ao cúmulo de perpetrar um golpe midiático-eleitoral-político, iniciado 48 horas antes da votação (reportagem, de capa forjada, sem provas, da revista Veja), para atingir frontalmente Dilma e Lula – as duas maiores lideranças do nosso campo –, quando vigorava a Lei do Silêncio que antecedeu uma votação.

Pelo nível dessa aguda polarização, demarcando de forma classista mais nitidamente dois campos políticos, a vitória tem uma dimensão de grande evento histórico, abrindo caminho para um “novo ciclo de transformações” no Brasil. Foi barrada a cruzada conservadora e antidemocrática que atingiu também seu auge, reagrupando todas as forças de direita. Triunfou o campo democrático, progressista, popular e patriótico, conseguiu no segundo turno reunir mais amplamente a esquerda. Vitória também dessas mesmas forças políticas e classistas do mundo, mais especificamente da América Latina, demonstrando sua dimensão internacional em reforço à luta da integração latino-americana e caribenha, à luta por uma nova ordem mundial de paz, cooperação entre as Nações, direito à soberania e ao desenvolvimento.

O ex-presidente Lula, pela elevada expressão de sua liderança política e popular, exerceu papel importante para a construção da vitória alcançada. Mas é muito importante salientar que o movimento social organizado foi decisivo nas muitas batalhas da campanha. A atuação do movimento social em geral e das organizações nas quais o PCdoB tem influência teve papel saliente, destacando-se a ação da juventude. O Partido deu também valiosa contribuição na comunicação e na luta de ideias por meio de seu coletivo dos movimentos sociais e da cobertura ampla realizada pelo portal Vermelho. E apoiou as iniciativas do Centro de Mídia Alternativa Barão de Itararé, e através da sua Fundação Maurício Grabois. A posição da presidenta, que demarcou à esquerda temas de fronteira ao movimento, entusiasmou a militância e a levou a uma crescente mobilização. Essa resultante é uma conquista política significativa, sobretudo depois da vitória, que vai exigir uma ação comum, sustentando e impulsionando o governo no sentido das mudanças.

Podemos afirmar que o PCdoB tem sido uma das forças construtoras dessa quarta vitória de grande dimensão para as forças avançadas.

Desde as indicações lançadas no seu 13º Congresso, de novembro de 2013, e as Resoluções decorrentes, o PCdoB empenhou-se e se inseriu na campanha presidencial em todo o país e teve papel destacado na reeleição de Dilma Rousseff – fato reconhecido pela própria presidenta.

A intensidade da ação política e maior embate dos interesses de classe na eleição presidencial de 2014 é uma manifestação resultante de efetiva mudança democrática e progressista desses quase 12 anos.

Dilma vem se empenhando em prosseguir o projeto político iniciado por Lula em 2003, apesar dos limites e grandes obstáculos, numa marcha para frente, visto que a presidenta é a que mais quem mais avançou no sentido democrático-popular (“esticou mais a corda”). O resultado disso, inevitavelmente, é um embate mais agudo e mais acirrado com as forças conservadoras, a direita e seus apêndices extremistas que saem da penumbra, a oligarquia financeira, que é o estrato dominante do sistema capitalista contemporâneo.

Dilma deu curso à democratização da sociedade brasileira iniciada por Lula, quando cumulativamente propiciou o surgimento de significativa mobilidade social, reduzindo a desigualdade, diminuindo e modificando os muitos espaços de privilégios das camadas médias altas da sociedade brasileira: maior acesso às melhores universidades, ampliação de oportunidades, aumento real sucessivo do salário mínimo, direitos dos trabalhadores domésticos, transporte aéreo massivo, alcance amplo aos centros de consumo etc.

Em resposta a tais mudanças essas camadas médias privilegiadas e endinheiradas cresceram sua oposição e até mesmo o seu ódio contra a presidenta. E no estrato dos círculos financeiros dominantes e globalizados, que apoiaram ostensivamente Aécio Neves, o que transpareceu? Seus articulistas e porta-vozes de confiança, tanto no plano interno como no internacional, afirmam sinteticamente o seguinte: “o que está em questão é o consenso formado há quase três décadas, sobre como a economia deve ser gerida”. FHC consolidou esse consenso, Lula ainda seguiu (de certo modo) o consenso. “Dilma o rompeu e é disso que se trata a eleição de domingo” (Artigo de Cristiano Romero, no jornal Valor Econômico, em 26-10-2014). Portanto, não é circunstancial ou conjuntural que esses estratos sociais dominantes e intermediários – que se voltam contra a presidenta, que detêm grande poder na mídia, na justiça, nos órgãos de controle e policial, nas forças armadas – atuassem e aceitassem democraticamente a perda de poder, status e privilégios.

Assim, é insofismável a lei objetiva do avanço civilizacional: quem inviabiliza a saída de diálogo, com tolerância e pacífica para as mudanças mais profundas na sociedade são os setores dominantes dessa sociedade, na contemporaneidade – a sociedade capitalista. Não são as correntes mudancistas, os trabalhadores e os contingentes populares que inviabilizam o caminho do diálogo e da ação pacífica.

Desse modo, na nova situação se acentua uma conduta agressiva, antidemocrática e golpista da oposição, estimulada pela votação obtida e pela reaglutinação de suas fileiras. O PSDB apela desaforadamente ao Tribunal Superior Eleitoral pedindo auditagem, sem nenhuma base, na apuração da eleição presidencial. Não aceita a derrota. A minoria batida nas urnas, conduzida pela direita, é que quer impor seu governo ao país. Impelir o seu programa por todos os meios – dando cobertura até aos intentos extremados da reação, que clama por uma intervenção militar através de mobilizações de rua nos grandes centros. Tudo fazem para desacreditar a presidenta já antes de sua posse.

Apesar das contradições e divisões entre eles, procuram sustentar a liderança da vez, Aécio Neves, respaldado pela grande mídia, para encabeçar um pretenso terceiro turno.

Esta é uma demonstração açodada de que eles não aceitam o resultado das urnas. E desde já estão a fim de truncar ao máximo que a presidenta eleita governe o país, levando o governo a um impasse econômico e político, pretendendo provocar uma crise institucional de governo. Na operação Lava Jato eles tramam uma tempestade contra o governo Dilma, em um vetor para a operação de impeachment.

No curso atual, a presidenta Dilma Rousseff, com a reeleição, reforçou sua autoridade e liderança. Mas continua a intensa luta para barrar o seu governo ou levá-la a condescender os seus compromissos perante o povo na campanha. Dificultá-la na composição da maioria de sua base e na formação do seu governo. Paralisar a economia nacional num período de convalescência de uma crise geral sistêmica. Isolá-la no cumprimento do programa a fim de seguir a mudança e realizar as reformas, como ela renovou no discurso da vitória na noite do dia 26. A presidenta vem contrariando fortes pressões da mídia e do mercado.
E vem reafirmando que não realizará nenhum tarifaço, choque de gestão, ou ajuste fiscal duro, mantendo a premissa de garantir emprego e renda para o trabalhador, reduzindo progressivamente a inflação.

Diante disso, torna-se premente, numa ação comum, o apoio e sustentação à presidenta Dilma de todas as forças que a elegeram para garantir-lhe o cumprimento do programa de mudança e reforma, impedindo as investidas para o retrocesso. Crescem de importância as mobilizações de rua das forças democráticas e populares.

Em suma, emerge uma nova situação, com outros componentes resultantes do grande embate pós-eleições de 2014. É mais renhida e demarcada a luta entre o avanço das mudanças e reformas na atual etapa e o retrocesso aos paradigmas e pactos neoliberalizantes da década de 1990.

Vai sendo formada uma convergência no campo da esquerda e progressista de que o Brasil começa a viver um “novo ciclo histórico de transformação” (presidenta Dilma Rousseff), de “abertura de um novo ciclo de mudanças” (PT), de “um novo momento de transição” (Tarso Genro). E se generalizam os anseios e propostas de fortalecer e ampliar a esquerda: formação de ampla frente de esquerda, “onde movimentos sociais, partidos, setores de partido, intelectuais, juventudes, sindicalistas possam numa ação comum (…) lutar por reformas democrático-populares”. E para “transformar o Brasil é preciso combinar ação institucional, ação social e revolução cultural” (PT) – qualquer semelhança conosco é mera coincidência. O PT é levado a uma posição mais à esquerda. (Última Resolução: “Giro Histórico?”. Breno Altman)

Vejam, torna-se mais atual o que o PCdoB indicava em seu 13º Congresso, de agregar e pôr em ação todos os que tenham afinidade e compromisso com as bandeiras da esquerda – partidos ou setores deles, os diversos movimentos sociais, as centrais sindicais dos trabalhadores, personalidades, intelectuais e artistas progressistas – para respaldar e impulsionar o governo Dilma Rousseff a realizar as reformas e cumprir seus objetivos. Ao encontro dessas ideias e propostas já tivemos uma experiência concreta no segundo turno da eleição presidencial, quando essa unidade da esquerda foi determinante para impedir o retrocesso e alcançar a vitória. E, agora, pode prosseguir de modo ainda mais organizado e ativo na busca dessa unidade.

Portanto, o PCdoB se empenhará nesse sentido de fortalecer e ampliar a esquerda, prestando seu apoio e sustentação à presidenta Dilma.

Ademais, consideramos que neste momento estão diante da presidenta Dilma dois desafios que demandam solução imediata e exigem dela própria a condução direta, apoiada em lideranças à altura dessas tarefas: 1) constituir a efetiva maioria nas duas Casas do Congresso Nacional e pactuar acordo que assegure à base aliada a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado Federal; e 2) retomar o crescimento econômico, com o aumento significativo do investimento público e privado, restabelecendo a confiança com o setor produtivo, empresários, investidores e empreendedores interessados no amplo desenvolvimento nacional.

Com diálogo, persistência e apoio das forças que a elegeram a presidenta terá os meios necessários para, de forma autônoma, escolher o novo ministro da Fazenda, que seja independente do pensamento único imposto pela mídia monopolista e o mercado – o mantra da austeridade fiscal e monetária, verdadeiro terror econômico –, mas comprometido, sim, com desenvolvimento e inclusão social.
Consideramos que, na nova situação, a construção da maioria política para sustentação do novo governo teria que contar com a participação de um amplo Bloco de esquerda, conformação e estabilização do bloco de centro, com base num plano político que dê conta dos objetivos programáticos assumidos pela presidenta Dilma Rousseff.

Reformas – prioridade de governo


A presidenta tem acentuado a realização das reformas como prioridade de seu segundo governo. O PCdoB, desde 2009, no seu Programa Socialista, defende as reformas democráticas estruturais da maneira que se possam superar os grandes obstáculos que entravam a abertura de nova etapa do desenvolvimento nacional.

Na proposta de Resolução — encaminhada para discussão nesta reunião — reafirmamos o elenco de reformas que avaliamos ser imprescindíveis. Quero me reportar a duas delas, consideradas prioritárias: a reforma política e a Lei da Mídia democrática.

Essas duas reformas sem dúvida são imprescindíveis para o avanço democrático do país. Para o seu êxito se requer, segundo nosso ponto de vista, a aglutinação do campo democrático e popular, em especial uma convergência da esquerda a respeito da plataforma das reformas, buscar respaldo na mobilização social, condição decisiva, e construir apoios no âmbito do Congresso Nacional. Qualquer proposta passa por ele, outra condição decisiva. Em resumo: mobilização popular ampla e vencer no Congresso Nacional.

No caso da reforma política existem duas plataformas no campo progressista – plebiscito em defesa de uma Constituinte exclusiva para deliberar e promulgar a reforma política; e a chamada Coalizão, que reúne mais de uma centena de entidades da sociedade, encabeçada pela OAB e CNBB, que através da iniciativa popular defende um Projeto de Lei ao Congresso Nacional, com um conteúdo definido, que ressalta a forma de investimento somente da pessoa física, com base em um teto, nas campanhas eleitorais, excluindo a forma de financiamento da pessoa jurídica. De nossa parte temos procurado até agora construir uma convergência entre as duas propostas.

Ainda considerando que a indicação de uma Constituinte exclusiva agora não encontraria respaldo amplo na sociedade e no Congresso Nacional, e se tornaria uma proposta que se situa apenas no círculo da propaganda da esquerda, sem consequência de ação ampla e sem resultado prático viável etc. A referência para o Partido na busca de uma convergência no campo democrático, popular e progressista é a proposta da Coalizão.

No caso da reforma democrática da mídia existe uma unidade maior das forças democráticas e de esquerda. A luta passa por uma nova fase em função das posições assumidas pela presidenta Dilma acerca da essencialidade e premência da regulação econômica da mídia do país, constituída de monopólios e oligopólios. Como todas as reformas dependem do Congresso Nacional, para o êxito de tal reforma democrática, somente é viável por meio de ampla mobilização social, que congregue maiores parcelas do povo. Mas, existem também iniciativas em curso que já podem se tornar em ganhos iniciais e preparação para uma democratização mais profunda dos meios de comunicação.

O resultado político do PCdoB nas eleições de 2014

Já discorremos sobre o papel protagonista e destacado do PCdoB na vitória da reeleição da presidenta Dilma Rousseff. A proposta de Resolução encaminhada a vocês apresenta elementos básicos sobre o resultado político-eleitoral do Partido – primeiro passo que deverá ser aprofundado e desenvolvido. Quero agora me ater a alguns aspectos que merecem nossa reflexão.

Do resultado eleitoral, o ponto mais alto de nossa conquista é o destacado êxito da eleição de Flávio Dino, governador do Maranhão, feito alcançado pela primeira vez na história do nosso Partido, numa campanha de grande significado para esse estado e no âmbito nacional. Saúdo toda a militância, bem como das forças progressistas e de esquerda daquele estado, dos movimentos sociais e da militância nas redes sociais, que se somaram à vitória alcançada nas eleições de outubro.

A eleição de Flávio Dino governador coroou o anseio do PCdoB de todo o país, vencendo a disputa com sua própria legenda, à frente de ampla aliança política, já no primeiro turno, obtendo a segunda marca mais elevada do país, com 63,62% dos votos válidos. A vitória era um dos objetivos mais expressivos alcançados pelo PCdoB de todo o país nestas eleições, agregado às eleições proporcionais, onde também o Maranhão se destacou com a destacada vitória da eleição de um deputado federal e 3 deputados estaduais, e mais um suplente que assume logo no início de 2015.

O êxito tem importante caráter nacional. Ele se integra à grande batalha pela reeleição de Dilma Rousseff à presidência da República. No Maranhão, Dilma alcançou no segundo turno praticamente 70% dos votos, a segunda maior do país. A inédita experiência do PCdoB em encabeçar um governo de Estado representa um desafio duro perante a realidade social que se herdará, mas abrem uma agenda política renovada e promissora para o Maranhão, a partir da nova correlação de forças políticas e sociais que se estabeleceu com o resultado das urnas.

O essencial será fortalecer a elevada relação de parceria entre os novos governos federal e estadual, no plano político e administrativo, aprofundando os vínculos políticos de aliados históricos que são o PCdoB e o PT, Dilma Rousseff e Flávio Dino. O Brasil e o Maranhão só têm a ganhar com isso. Essa voz mais forte do povo maranhense nas urnas.

Também registro importante é o Partido ter alcançado a vitória para vice-governador no Rio Grande do Norte, com Fábio Dantas. E ainda é significativo o resultado alcançado nas eleições estaduais, com a eleição de 25 deputados estaduais em 16 estados, 40% maior do que na de 2010 – com 13 deles eleitos em chapas próprias.

No Congresso Nacional residiu nosso maior entrave. Na eleição para o Senado não conseguimos eleger nossa candidatura mais viável, a de Perpétua Almeida, no Acre, perdendo uma cadeira no Senado. Foi bom o desempenho de Ricardo Gomyde no Paraná. Entretanto, o que merece nossa atenção maior é o refluxo acentuado de quase 1/3 na votação do Partido para a Câmara dos Deputados. E se reduziu o número de eleitos de 15 para 10.

Voltamos a um patamar menor que 2002 interrompendo um crescimento eleitoral gradativo e contínuo, que vinha se realizando, nas ultimas 4 eleições.

Era nossa prioridade a eleição para a Câmara dos Deputados, definida num plano que perseguia ultrapassar os 15 eleitos em 2010, tendo como referência alcançar o patamar de 20 deputados. No decorrer da própria campanha já vínhamos constatando a inviabilidade desse plano. E no mês final da campanha já percebíamos a dificuldade de manter até mesmo o número de 15 eleitos. Portanto, é um resultado que expressa um revés considerável, que exige de nós a retirada de ensinamentos.

A Resolução já constata alguns elementos no conjunto das eleições como a situação na qual todas as legendas da coligação nacional com Dilma Rousseff, com exceção do PRB, reduziram sua votação e bancada federal, diminuindo em conjunto 61 cadeiras. Ainda se deve levar em conta a fragmentação de legendas com assento na Câmara Federal (seis a mais em relação a 2010), que levou os demais partidos, com poucas exceções, a reduzirem também as suas bancadas.

No caso do PCdoB, um dado considerável foi a ausência de quatro candidatos com condições plenas de se elegerem que, por motivos variados, ficaram de fora do pleito para a Câmara dos Deputados: Aldo Rebelo, Manuela D’Ávila, João Ananias, Perpétua Almeida. No entanto, assumiram mais quatro parlamentares estreantes: Orlando Silva, Aliel Machado, Rubens Pereira, e João Derly.

No resultado eleitoral do PCdoB, se destaca que, num quadro estratificado de forças partidárias, a eleição para governador no Maranhão pelo Partido demonstra o deslocamento de partido grande, para dar protagonismo eleitoral nas eleições majoritárias à legenda 65, do PCdoB – objetivo que temos perseguido. Neste caso cumpre maior êxito.

Entretanto, o que merece a nossa mais viva atenção é o contexto político-social e da construção partidária com o qual chegamos a esse resultado.

Plano político-social

Pela evolução da polarização, desde o novo ciclo político aberto em 2003, entre as forças democráticas e progressistas – no governo – e as forças conservadoras e neoliberais – na oposição –, radicalizou-se a investida desta no embate antipetista, antiesquerda (contra o” bolivarianismo”, no contexto latino-americano), atingindo também o PCdoB, que sempre teve rumo e lado definidos, e tem sido alvo de ataques diretos, por parte da mídia monopolista hegemônica, que atinge milhões permanentemente. A nossa mídia, o nosso coletivo nas redes sociais, atinge milhares. Compõe esse quadro a evolução da recente mobilidade social, especificamente de novos estratos de trabalhadores nos grandes centros urbanos, disputados pela hegemonia dos meios de comunicação da classe dominante capitalista – estratos nos quais o Partido ainda não encontrou as formas viáveis de liame político e cultural. Essas são questões que merecem resposta do Partido, indo além do que temos formulado.

Plano da construção do Partido

Em decorrência das transformações sociais no Brasil e da nova situação após 12 anos do ciclo político aberto pelo ex-presidente Lula, a questão determinada se relaciona com a identidade político-ideológica e eleitoral do PCdoB. A questão primeira é o Partido reforçar a sua identidade de partido revolucionário de esquerda, como integrante do governo que tem a hegemonia do PT. Em última instância, se trata de como usar meios e formas modernas para disputar política e ideologicamente, não só pequenos círculos, mas amplas camadas dos trabalhadores e setores populares.

Começa sempre pelo fortalecimento da propaganda e comunicação militante das idéias e do programa do Partido, e pela atuação constante no debate de ideias candentes que está em curso no país. É preciso atualizar a vida partidária e da organização do Partido, desde a base à consolidação dos comitês dirigentes.

No plano eleitoral consideramos justo e atual manter a orientação de afirmar a legenda do Partido, com disputas majoritárias; abrir-se para novas lideranças públicas que se identifiquem com o Programa do Partido e constituindo chapas próprias; construir redutos partidários e eleitorais mais permanentes, mediante ação política, luta social e de ideias fora dos períodos eleitorais; aproveitar as participações governamentais no reforço dessa linha geral; e fortalecer-se nos grandes centros urbanos, em especial nas capitais.

Acerca dos resultados eleitorais atuais alcançados — partindo de uma avaliação crítica e autocrítica — avaliamos que a tática geral do Partido tem se revelado justa, pelo exame do curso da luta política em nosso país, mas pode ter havido antes e no curso dessas eleições erros tanto de aplicação quanto de condução da nossa orientação política. Por isto, é preciso confrontar os resultados com a tática eleitoral definida em cada unidade da Federação, considerando-se as alianças políticas realizadas, os acordos estabelecidos, a real mobilização partidária efetuada com base na orientação do Partido e retirar lições das experiências exitosas e dos revezes.

O PCdoB se encontra diante de novos e maiores desafios. A condição de tornar realidade a missão e o grande ideal comunista passam necessariamente por grandes, variados e crescentes embates. Temos a convicção de que nas condições contemporâneas – aos 92 anos de sua história — o PCdoB está mais forjado para ser protagonista e condutor da luta pelo avanço civilizacional, pela vitória da nova sociedade – o Socialismo.

RENATO RABELO
Presidente do Partido Comunista do Brasil

Luciana defende regras para publicidade de órgãos públicos

Autora de projeto de lei que cria um fundo de desenvolvimento para mídia alternativa, a deputada federal Luciana Santos (PCdoB-PE) propõe rediscutir como o Governo Federal aplica suas verbas de publicidade. Ela trata também da decisão da presidenta Dilma de não enviar um projeto de lei ao Congresso, mas rediscutir a questão da Ley de Medios. Sexta-feira (7), Luciana Santos conversou com Paulo Henrique Amorim, do site Conversa Afiada.
 
Luciana Santos - Nós temos a pretensão de criar um fundo com várias fontes (de recursos). Precisamos antes definir o que é mídia alternativa. A gente priorizou o conceito de rádio difusão comunitária, canais de programação educativa, produtoras brasileiras regionais independentes e veículo de comunicação de pequeno porte.

A receita (virá) desde a destinação na lei orçamentária, com o Orçamento Geral da União. Teremos também um percentual dos 50% dos recursos auferidos da outorga onerosa da concessão, contribuição de 1% sobre a receita operacional bruta (das emissoras de tevê), excluídos os impostos, e do acesso condicionado que são os canais a cabo. Queremos uma espécie de Lei Rouanet para a mídia alternativa. Temos o caminho para que o BNDES também abra uma frente para a mídia alternativa. Esse é o conteúdo principal do projeto de lei.

PHA - Já existe uma avaliação de quanto isso pode gerar por ano?

Luciana - Não temos, mas só de a gente destinar o 1% sobre a receita operacional bruta já seria algo muito relevante. Só a família Marinho tem (segundo a revista Forbes) uma receita operacional bruta maior do que o Orçamento de um Estado como Pernambuco.

PHA - Deputada, quem aplicaria esses recursos? Eu imagino que os blogs seriam contemplados.

Luciana - Sem dúvida, os blogs estão no conceito de mídia alternativa de pequeno porte. Nós temos a necessidade de criar o Conselho Nacional da Comunicação, que teria a participação do Governo e da sociedade civil organizada para poder arbitrar a destinação dos recursos do fundo, como tem na Cultura, por exemplo.

PHA - Em que pé está o projeto, no Congresso?

Luciana - Ele está na Comissão de Cultura, com um parecer favorável da deputada Alice Portugal (PCdoB-Bahia), presidente da Comissão e relatora. Nós sabemos que só de mexer no recurso da outorga onerosa já é uma coisa relevante. Agora, há um clamor grande de que se democratize mais esse financiamento. O que mais provoca reação é tudo aquilo que mexe com monopólio. Como mexemos na destinação dos recursos, é possível que consigamos navegar como aconteceu com os recursos da Ancine (Agência Nacional de Cinema).

PHA - A senhora deve ter lido entrevista da presidenta Dilma Rousseff ao PiG em que ela disse que não existe esse monopólio, que essa é uma visão dos anos 1970, que ela não pretende enviar um projeto de lei ao Congresso para tratar da regulação econômica da mídia, mas sim abrir um amplo espaço para a discussão. A senhora concorda com essa estratégia?

Luciana - Nesse segundo turno aconteceu a demonstração cabal (da necessidade) de se discutir o monopólio econômico. A própria presidenta reagiu com força à tentativa golpista da Veja, a ponto de buscar direito de resposta e dizer explicitamente que era golpe, que era tentativa de influenciar de maneira sorrateira a vontade popular. Então, não tenho dúvida de que isso faz parte da necessidade de remodelar o Estado Democrático de Direito. Não pode haver isso. Em nenhum lugar do mundo tem isso. É a única atividade econômica que não tem regulação. Você tem a ANP (Agência Nacional de Petróleo), a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).

PHA - A senhora acha correto não enviar o projeto de lei ao Congresso?

Luciana - Eu acho que o projeto de lei de iniciativa popular que a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) , a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), a UNE (União dos Estudantes), as centrais sindicais estão na rua propondo é um bom caminho porque é um movimento que vem de fora para dentro (do Congresso) e ele está em curso. Eu acho que deve haver uma iniciativa do governo de fazer uma segunda Conferência de Comunicação, que culminasse com a proposta da iniciativa popular, pois as principais vítimas desse processo são o governo e a presidenta Dilma, que é bombardeada por posições conservadoras, por manipulação das informações.

PHA - A senhora acha correto a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil, a Petrobras, os Correios e outras empresas estatais anunciarem na Globo?

Luciana - Eu acho desproporcional. Nós temos uma outra iniciativa, dessa mesma subcomissão, que estabelece regras para a publicidade dos órgãos públicos. É um outro PL, que foi resultado da subcomissão, e trata exclusivamente da verba publicitária. A gente aí define que os órgãos, sejam eles dos Poderes Legislativo e Executivo, estaduais e municipais destinem, da sua verba de publicidade, um percentual de 30% para a chamada mídia alternativa.

PHA - Em que pé está a iniciativa de processar o Diogo Mainardi, do Manhattan Connection?

Luciana - Nós entramos com uma representação junto à Procuradoria Geral da República em função das declarações dele no dia da eleição. Sob o manto da liberdade de expressão, ele cometeu um crime. Se a Constituição Brasileira protege a liberdade de expressão, por outro lado ela criminaliza a prática de racismo, de preconceito, de qualquer coisa que ofenda a dignidade humana.

PHA - A senhora se refere à frase dele de que nordestino é bovino?

Luciana - Exatamente, não só ser bovino, mas despreparado, subalterno, atrasado, pouco educado… Ele usa muitos adjetivos. Ele dissemina esse tipo de conceito na sociedade. E não é a primeira vez. Nós queremos evidenciar que ele cometeu um crime. Isso foi subscrito por mim e pelos deputados federais Pedro Eugênio (PT); Erika Kokay (PT); Jandira Feghali (PCdoB); Alice Portugal (PCdoB) Henrique Fontana, líder do PT.

Sem resposta, esse é o resultado das investigações da morte do blogueiro Nilberto José

Aos 120 dias de sua execução do blogueiro Nilberto José (PCdoB) o que já foi apurado? Ou seja esse ainda é um caso a ser solucionado; nenhum culpado, nenhuma causa foram apontadas como fator motivador daquele assassinato brutal.

Para que não transforme em apenas estatística algumas perguntas são necessárias fazer o que já foi apurado? Quem já foi ouvido? A quem interessava a morte do blogueiro? Um cidadão preocupado com o bem-estar dos seus conterrâneos. Quais as denúncias existente no município de Lagoa Grande que pesava contra ele? E de onde foram? Qual o último trabalho que ele fez no município?

Nilberto além de manter o seu blog, também era parceiro em outro blog, denúncias do município relacionadas a outros descasos eram registrada por ele e compartilhada com os outros blogs a exemplo do Lagoa Grande Noticia e Diário Popular.

O fato é que no dia 11 de julho de 2014 o blogueiro Nilberto José, autor das fotos e de várias investigações dobre o descaso e abandono do município principalmente aqueles que afetavam diretamente a saúde e o bem estar das pessoas, mais na tarde de sexta-feira ele foi brutalmente executado quando retornava do seu trabalho na cidade vizinha de Petrolina para Lagoa Grande. O que se segue depois um silencio total.

Os blogues não pode silenciar porque “A injustiça que faz a um, é um ameaça que se faz a todos”. Está sendo organizado uma manifestação pública com a presença de vários blogs.

Como a visão no futuro político de Lagoa Grande grupos já define seus caminhos com isso a TERCEIRA VIA vai se fortalecendo

Com os resultados e decisões políticas no município o ex-prefeito Jorge Garziera (PR) está com um novo grupo que tem na sua composição os seguintes partidos PR, PTB, PDT e PSD na mesma condição está o ex-prefeito Robson Amorim (PSB) que recentemente perdeu aliados importantes a exemplo de Mantena (PSB) e Doutor de Iolanda (PSD) que tem pretensão de ser candidato a prefeito, Robson permanecem apenas com os partidos PSB, PT, PSDB e PHS.

No outro lado vem a TERCEIRA VIA que tem conhecimento dos problemas do município e das necessidades da população lagoagrandense, esse grupo hoje é composto pelos partidos PCdoB, PP, PMDB, PPS, PV, DEM, PSL, PRP que conta ainda nesta composição com aliados advindo do PTB e PHS que vem compor esse grupo a exemplo do próprio presidente e tesoureiro e filiados do PTB e outros filiados do PHS.

O grupo já fez algumas reuniões está aguardando o final do processo eleitoral 2014 para concluir o esboço do Programa de Governo e levar as discussões das propostas para as comunidades do perímetro urbano, irrigado e sequeiro já em 2015.

O PCdoB de Lagoa Grande, parabeniza um dos seu filiados ilustre

Benilton Cristino ou “Benilton Fotografo” filho de pessoa humilde mais de uma grandeza como poucos, digno e assim de tudo honesto e responsável em tudo que busca seja para sim ou para ajudar um amigo realmente um parceiro para todos os momentos.

Falar dele sem pensar nos grandes momentos que passamos e enfrentamos juntos em duas campanha eleitoral mais que nunca fugiu dos seus objetivos.

Nesta da tão especial o PCdoB de Lagoa Grande deseja a você um FELIZ ANIVERSÁRIO e que Deus continue iluminando sua vida para que cada passos dado sejam em busca da consolidação do sucesso. Parabéns estamos sempre à disposição CAMARADA.

De todos que compõe essa família comunista

Nota de Esclarecimento

Respondendo o “Ei, Psiu” do blogueiro Fábio Cardoso na sua coluna "Bastidores da política", quero informar que até o momento o PCdoB não foi procurado por nenhum candidato a DEPUTADO ESTADUAL ou FEDERAL, por tanto não apresentei nenhum candidato. 
No momento oportuno quando realmente encontrar um candidato que tenha compromisso com a população lagoagrandense e não comigo e muito menos para 2014 mais sim um projeto futuro que é a TERCEIRA VIA ai nesse dia apresentarei a sociedade esses candidatos. Até porque a sociedade deve fazer sua avaliação dos políticos que vão eleger e que irão lhe representar principalmente na nossa querida Lagoa Grande que encontra-se abandonada pelo executivo municipal. 
Quanto a sua indagação se eu voto ou não, basta você ver que sou filho natural de Lagoa Grande e sempre votei na minha cidade porque acredito que um dia irá apareçer um político que realmente faça os investimentos necessários, resido na cidade apesar de ter ficando ausente no período de 1989 até 2003 mais sempre votei na minha cidade. Diferente do colega que nunca residiu em Lagoa Grande, apesar que seus documentos consta que ele é filho de Lagoa Grande, mais nunca residiu e nem conhece os problemas da cidade. 
Como perguntar não ofende quem de fato são os candidatos do ex-presidente do PPS e blogueiro Fábio Cardoso?

NOTA DE FALECIMENTO

Foi com um sentimento profundo de pesar que recebemos a notícia do falecimento do filiado Nilberto José da Silva, nesta sexta-feira (11), vítima de um assalto ocorria nas proximidade do Aeroporto Senador Nilo Coelho.

Nilberto José da Silva, irmão do presidente do PCdoB Municipal, Carlos Antonio, era filiado ao partido desde 2007, concorreu ao cargo de vereador em Lagoa Grande em 2008 e 2012.

Na hora da tragédia, o mesmo estava vindo da empresa com destino a sua residência em Lagoa Grande ele deixa esposa e cinco filhos.

O PCdoB se solidariza com os familiares de Nilberto José da Silva por essa tragédia. Todos lamentamos que a sociedade tenha que conviver, cotidianamente, com tanta violência.

Comissão Política do PCdoB

Patrimônio de Aécio cresceu 303% desde 2010

O senador Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente da República neste ano, aumentou seu patrimônio em 303,25% desde 2010, ficando R$ 1.873.938,23 mais rico. Em 2010, quando disputou a eleição para o Senado, Aécio declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 617.938,42. Neste ano, quando pediu registro para disputar a Presidência da República, ele declarou um patrimônio de R$ 2.491.876,65.

Em nota, o PSDB explicou que o patrimônio de Aécio cresceu porque ele recebeu uma herança de seu pai, Aécio Ferreira da Cunha, falecido em outubro de 2010.

O bem mais valioso do tucano, segundo informado por ele à Justiça Eleitoral, são 88 mil cotas da Rádio Arco Íris Ltda, que valem R$ 700 mil. O segundo bem mais caro da lista de Aécio são 19.791 cotas da Perfil Agropecuária e Florestal Ltda., que valem R$ 666.660,00.

Eleições 2014: propaganda eleitoral começa neste domingo, 6 de julho

A partir deste domingo, 6 de julho, os candidatos podem dar início à propaganda eleitoral, prevista na Lei nº 9.504/1997 (art. 36, caput). A data está no Calendário Eleitoral e permite a propaganda após o prazo para que os partidos solicitem o registro dos seus candidatos à Justiça Eleitoral.

Os candidatos, partidos e coligações devem obedecer a algumas regras para a realização da propaganda eleitoral, como a utilização de alto-falantes ou amplificadores de som, que podem funcionar das 8h às 22h nas sedes dos partidos. No caso dos comícios, é necessário que comuniquem à autoridade policial com 24 horas de antecedência, sendo vedada a distribuição de brindes ou quaisquer outros bens e materiais que possam proporcionar vantagem ao candidato durante a realização da campanha. É proibida também a contratação de artistas para animar a reunião eleitoral.

Na internet, é permitida a divulgação por meio do site do candidato, que deve comunicar a Justiça Eleitoral o endereço eletrônico da página. É vedada qualquer tipo de propaganda eleitoral paga, ainda que gratuitamente, em sites de pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos, oficiais ou hospedados por órgãos ou entidades da administração pública direta ou indireta da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

De acordo com a resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que disciplina a propaganda (Resolução nº 23.404), é livre a manifestação do pensamento, vedado o anonimato durante a campanha eleitoral, por meio da rede mundial de computadores (internet), assegurado o direito de resposta, e por outros meios de comunicação interpessoal, mediante mensagem eletrônica.

Propaganda irregular

A lei também veda a utilização de outdoors, sendo que a propaganda por meio visual não pode ultrapassar quatro metros quadrados. Caso haja irregularidade nesse sentido, a empresa responsável, os partidos, as coligações e os candidatos ficam sujeitos à imediata retirada da propaganda irregular e ao pagamento de multa, que pode variar de R$ 5 mil a R$ 15 mil dependendo do tipo da propaganda irregular. A multa poderá ser aplicada se o candidato não retirar a propaganda após o prazo de 48h após a notificação.

Fiscalização

Todos os cidadãos podem contribuir para a fiscalização da propaganda eleitoral irregular. De acordo com o ministro do TSE Henrique Neves, os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) mantêm equipes de fiscalização e “o eleitor pode se dirigir ao tribunal e indicar, por exemplo, um cartaz colocado em local impróprio ou uma pintura de muro que ultrapassa os quatro metros quadrados”. O candidato beneficiado será notificado para que retire no prazo previsto na lei. Além disso, o eleitor pode se dirigir ao Ministério Público Eleitoral, que também tem condições de verificar. Segundo o ministro Henrique Neves, caso a denúncia seja procedente, o órgão deve investigar outros fatos que estejam relacionados à denúncia.

Horário eleitoral

A partir do dia 8 de julho, os tribunais eleitorais devem convocar os partidos políticos e as emissoras de rádio e de televisão para elaborar o plano de mídia que define a parcela do horário eleitoral gratuito em rede nacional que cada partido tem direito.

Essa convocação deve ocorrer em audiência pública a ser convocada por cada TRE. O TSE já marcou a audiência pública para definir os horários que cabem aos candidatos à Presidência da República. Será no próximo dia 16 de julho, às 14h30, na sede do Tribunal, em Brasília. PN/CM, LC

Comunista, mãe de menina diz a Luciano Huck: “Não faça uma ‘M’ dessas”

Olá Luciano Huck. Recentemente vimos as redes sociais tomadas por uma avalanche de críticas ao novo quadro do seu programa. A primeira coisa que pensei foi “lá vem, meu Deus, o que será que aconteceu agora?”. Isto me fez lembrar de três fatos polêmicos em que você se envolveu.

Por Michelle Fraga*
 
O primeiro foi o “grande drama” que você passou ao ter o seu Rolex roubado no dia 27 de dezembro de 2010, lembro bem que você montou um verdadeiro circo – bem a cara do seu programa – quando isso aconteceu. A única diferença nisso tudo é que no seu programa o circo de política assistencialista é muito bem patrocinado por grandes empresas para que você faça todo aquele papel de bom moço.

Temos que concordar. O “Lar Doce Lar” e o “Lata Velha” deixam você cada dia mais rico na mesma proporção que emociona a maioria dos brasileiros. Esse episódio lhe rendeu a situação de vermos sua mulher, Angélica, tendo que dar declarações de que você havia falado aquilo no calor da emoção.

O segundo foi no dia três de dezembro de 2012, quando você foi flagrado dirigindo alcoolizado. O episódio poderia ter ficado por ali, você dando uma declaração de que estava errado, que assumia a culpa, que iria se conscientizar e nunca mais fazer isso, ou até mesmo – do jeito que você tira proveito de tudo – vê-lo em futuras campanhas de prevenção a acidentes no trânsito. Mas, para sua infelicidade, Rafinha Bastos, ele mesmo, um dos comediantes mais polêmicos por tantas vezes ultrapassar o limite da piada, resolveu escrever uma “cartinha” e publicá-la em sua página no Facebook (ver aqui), te dando alguns conselhos. Mais uma vez, Angélica precisou amenizar a situação: “Ele já está consciente do erro que cometeu”. Que papelão, hein?

O terceiro, deu-se em 27 de abril deste ano, quando Daniel Alves resolveu ridicularizar o racismo e você lucrar com isso. Lembro que até entrei na onda e publiquei no Face “somos todos macacos”, fazendo alusão à tese darwinista da criação. Você foi além, em apenas três dias lucrou R$ 20 mil com a venda de camisetas.

Nos três episódios acima, você dentro do seu mundo midiático, não ligou para as besteiras que aprontou, nem tampouco se retratou. Mas agora você se superou e aí precisou sair do seu mundinho e enfrentar a realidade aqui de fora após publicar no seu Instagram uma “convocação” a todas aquelas cariocas, solteiras que queiram um gringo sob medida. Ainda criou um e-mail “namorada para gringo”.

Que problema há nisso? Todos, Luciano, exatamente todos!

Segundo a Unoc (United Nations Office on Drugs and Crime), as mulheres representam 60% das vítimas de tráfico humano, 27% são crianças – na maioria, meninas.

O Brasil vive numa intensa campanha diariamente contra o turismo sexual, contra o abuso sexual de crianças e adolescentes e contra o tráfico de pessoas. Caso seja exigir demais que você domine essas informações, vamos para o dia a dia.

Cada vez mais as mulheres se tornam chefes de família, as nossas meninas estão “invadindo” o mercado de trabalho tido como masculino, as mulheres estão dentro dos campos de futebol, dentro dos tatames e 5.09% dos operários que construíram as nossos estádios para a Copa, são mulheres.

Não sei se você percebeu, mas os contos de fadas sumiram das telas. Parece que houve algo do tipo “a revolta das princesas”. E só pra te atualizar mais um pouquinho, o filme Malévola está levando o público adulto ao cinema para conhecer a verdadeira história de uma mulher que foi usada por um homem e se vingou dele – já que a história que contavam até hoje falava de uma bruxa que ficou magoadinha por não ter sido convidada para o batizado da princesa do castelo.

Mas não se assuste com essa nossa conversa, as nossas meninas continuam querendo namorar, se divertir, conhecer brasileiros, estrangeiros, casar, ter filhos... Então vamos continuar conscientizando-as para que cresçam, estudem, trabalhem, se casem – ou não – entrem no mercado de trabalho, ocupem espaços de poder, mas que elas vivam tudo isso sem risco algum e no curso natural de suas vidas.

E se ainda assim, tudo isso não adiantar, da próxima vez, consulta Angélica antes de fazer uma merda dessa.

Michelle Fraga.
Cidadã brasileira consciente e mãe de menina.

*É secretária de Comunicação do PCdoB em Lauro de Freitas, município da Região Metropolitana de Salvador

PCdoB-PE homologa projeto eleitoral

Em Convenção Eleitoral Estadual realizada na manhã deste domingo (15), o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) de Pernambuco homologou as candidaturas à reeleição de Luciana Santos e Carlos Eduardo Cadoca à Câmara dos Deputados, bem como as candidaturas de Marcelino Granja, Nelson Pereira e Brasil Caveira, líder do movimento de motoclubes, a deputado estadual.

Delegados ratificam apoio e candidaturas dos comunistas pernambucanos.

À tarde, dirigentes e militantes do PCdoB de Pernambuco participaram da Convenção Estadual da Frente Popular de Pernambuco que homologou as candidaturas de Paulo Câmara, Raul Henry e Fernando Bezerra Coelho.

Audicéa Rodrigues

Para PCdoB, oposição faz campanha do “quanto pior, melhor”

O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, incorporou o discurso feito pelo PT de que integrantes da oposição fazem campanha do tipo “quanto pior, melhor” junto ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT). A declaração foi feita neste sábado (24), durante discurso feito pelo dirigente partidário ao participar do 17º Congresso da União da Juventude Socialista (UJS).
“Hoje a tática deles é tentar atingir a presidente da República porque não apresentam projetos, não apresentam saídas. Esse é o objetivo deles, do quanto pior, melhor. Não podemos acreditar em gente desse tipo”, disparou.

Rabelo, que teve ao seu lado a presidente Dilma Rousseff, também utilizou o discurso petista de que uma vitória da oposição resultaria em um retrocesso das conquistas sociais e econômicas dos últimos anos. “Estamos diante de dois projetos: o de continuar as significativas mudanças e o risco de retrocesso. Por isso temos de ir adiante. O projeto da oposição é o projeto de voltar aos anos 90, projeto que nós chamamos de neoliberalismo. Não é o projeto que tem em conta o crescimento com distribuição de renda”, afirmou. (site 247)

Dilma: não deixaremos passar o atraso por porta nenhuma

Por Bruno Pere

Sob gritos de apoio de jovens socialistas, a presidente Dilma Rousseff iniciou discurso em Brasília, neste sábado, 24, rememorando a militância política durante sua juventude, na ditadura militar, e afirmou ter superado “medos” e reinventado a “coragem”. “Não deixaremos passar o atraso por porta nenhuma”, disse a presidente ao fazer referência à sucessão presidencial em outubro.

Ao enumerar iniciativas da gestão federal petista na área social, Dilma questionou “onde estavam eles”, em referência aos candidatos de oposição à sucessão presidencial, ao afirmar, ao público presente ao congresso da União Juventude Socialista (UJS), que “quanto mais nos aproximamos da campanha eleitoral, mais vai ser moda e charmoso falar do papel da juventude no país, mesmo os que nada ou quase nada fizeram pelos jovens do nosso país”.

Mesmo aqueles que já nasceram velhos vão se dizer empenhados de corpo e alma na luta pelos jovens”, disse a presidente em seu discurso. “Mas é sempre bom perguntar para eles onde se encontravam todos estes anos, quando nós, do PT e do PCdoB, começamos a mudar o Brasil, trabalhando ao lado dos que vinham sendo relegados e abandonados há tanto tempo”, afirmou a presidente.

Dilma afirmou que seus adversários na sucessão presidencial pregam abertamente “medidas impopulares”, mas se disse certa de que “eles não voltarão”.

O olho no passado é para evitar que espectros fantasmagóricos tentem voltar”, disse a presidente, defendendo as ações da gestão petista federal na área social. “O único rumo possível para o Brasil é avançar sempre em direção ao futuro de mais igualdade, oportunidades, e, sobretudo, de país desenvolvido e rico, que é o que todos queremos. Para trás não se anda nem para ganhar impulso”, completou.

Resposta a Ronaldo

Dilma aproveitou seu discurso para se dizer orgulhosa da realização da Copa do Mundo no Brasil e afirmar que o país não tem motivos para se envergonhar com a condição de sede do mundial esportivo.

Tenho certeza da nossa capacidade, do que fizemos, tenho orgulho das nossas realizações”, disse. “Vamos juntos mostrar ao mundo a melhor Copa de todos os tempos”, acrescentou a presidente. Em entrevista, neste sábado, o ex-jogador Ronaldo, integrante do comitê organizador da Copa, afirmou que se sentia “envergonhado” com os atrasos em obras da Copa.

Rechaçar a agressividade das oposições

A Comissão Política Nacional do Partido Comunista do Brasil – PCdoB emite resolução em que repudia o jogo de desinformação e ataques ao Governo Dilma, com objetivo de fortalecer a oposição para o embate eleitoral. Leia a íntegra:

Com mais conquistas e com um programa avançado para a reeleição,

Rechaçar a agressividade das oposições


Desde as últimas semanas, o consórcio oposicionista constituído pelas forças conservadoras, pela oligarquia financeira e por grandes grupos de comunicação desencadearam sequenciados ataques contra o governo da presidenta Dilma Rousseff. A investida, no bojo da sucessão presidencial de 2014 já em curso, tem nítido objetivo de imobilizar o governo, desacreditá-lo e, além disto, atingir a liderança e a reputação da presidenta da República. Para empreender essa ofensiva a oposição teatraliza, desempenha um faz-de-conta de zelo pela economia nacional e de defesa do patrimônio público. Mas, quando se examina seu arsenal de denúncias, o que se revela é uma campanha eleitoral antecipada, com escancarado engajamento da grande mídia que usa e abusa da desinformação, e da parcialidade, para turbinar a oposição.

Além da mentira, recorrem à intriga, tentam apresentar ao povo a falácia de que haveria conflitos entre as duas principais lideranças do campo democrático-popular, Dilma e Lula. Com cinismo, os mesmos jornalões, os mesmos articulistas, que sempre destilaram preconceito e mesmo ódio contra o ex-presidente, agora, vaticinam sua volta. Na verdade, espalham a boataria do “Volta Lula”, para enfraquecer a campanha de reeleição da presidenta.

“Exasperada”, oposição faz pregação apocalíptica

Estamos diante de uma oposição “exasperada” que menospreza o debate programático, a busca de soluções para os problemas do país, e descamba para deturpar os fatos, exagerar a dimensão dos problemas e mesmo falsificar aspectos da realidade. Artificialmente, ela tenta forjar a imagem de um Brasil fraco, à beira de um desastre, com um futuro temerário. “Os cavaleiros do apocalipse”, por exemplo, fazem coro ao alarmismo que mais uma vez chantageia com a miragem de uma escalada inflacionária, diante da oscilação dos preços dos alimentos em decorrência de fatores climáticos. Fazem o jogo assim dos rentistas que, sob o manto do combate à inflação, pressionam por juros cada vez mais para cima.

A oposição também semeia entre o povo, e mesmo entre a opinião pública do exterior, a desconfiança quanto à capacidade de o país superar os impactos nele provocados por uma persistente crise mundial do capitalismo que afeta e onera o conjunto dos países em desenvolvimento. Agora mesmo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou um estudo falho, parcial, questionado por muitos economistas, que inclui o Brasil na lista das economias mais vulneráveis entre as chamadas nações emergentes. Assim, o FMI pressiona o governo brasileiro a se submeter novamente a um receituário recessivo e antipopular. Praticamente, toda grande mídia vinculada à oposição dá guarida e razão ao FMI.

Uma campanha contra o Brasil

Passo a passo, portanto, a campanha eleitoral da oposição conservadora vai se resvalando para uma campanha contra o Brasil. Esta conduta já vem de antes, na cruzada da grande mídia pelo fracasso da Copa; e agora tem novos conteúdos, como, por exemplo, o fogo cerrado contra a Petrobras. Vem da descoberta da imensa riqueza do Pré-Sal, e da adoção do regime de partilha para explorá-lo com o resguardo dos interesses nacionais, uma crescente ação para golpear esta empresa, que é um dos principais patrimônios do povo brasileiro. Da abordagem distorcida do caso da compra da refinaria Pasadena, e das investigações da Polícia Federal sobre o tráfico de influência de um doleiro com um diretor já demitido da empresa, foi montada uma operação de desmonte da imagem positiva e exitosa da Petrobras. Para atingir seus fins eleitoreiros, pouco importa para a oposição que consequências isto acarretará à economia nacional.

Encruzilhada política: avançar ou retroceder!

Mas a esta altura se impõe a pergunta: de onde vem essa precoce “exasperação” das oposições? A resposta não é única, mas eis a principal delas: O Brasil se encontra diante de uma encruzilhada política: ou avança – com a realização das reformas estruturais, no caminho progressista desbravado pela vitória de Lula, em 2002, e confirmado, pela vitória da presidenta Dilma, em 2010 – ou retrocede, engata uma marcha a ré aos tristes anos de 1990, com o retorno das forças conservadoras. Deste dilema, e desse antagonismo, emana a presente agressividade contra a presidenta Dilma.

Acontece que a oposição já foi rejeitada pelo povo nas três últimas eleições presidenciais, e a hipótese de perder em uma quarta vez parece empurrá-la para uma tática eleitoral corrosiva. Apesar dessa ofensiva virulenta, os últimos números das pesquisas mostraram os principais candidatos de oposição empacados, enquanto a presidenta Dilma, mesmo perdendo alguns pontos, ganharia no primeiro turno. Outro diagnóstico apontado pelas pesquisas também atiça os nervos da oposição: a maioria do eleitorado anseia por mudanças e avanços e, destacadamente, aponta Lula e Dilma como os mais capazes para tornar realidade este anseio.

Defender as conquistas, desmascarar o receituário amargo da oposição
Diante de tal orquestração que aposta numa espécie de amnésia coletiva, tentando desqualificar e apagar as realizações dos últimos 11 anos – sobretudo os importantes feitos do governo da presidenta Dilma Rousseff –, o PCdoB tem a convicção de que é imperativo rechaçar a ofensiva do conservadorismo. Neste contexto, foi importante o recente pronunciamento do ex-presidente Lula no qual emitiu um chamamento ao PT e aos aliados para enfrentarem os ataques da oposição. Do mesmo modo, a movimentação da presidenta Dilma de se reunir com os movimentos sociais e com lideranças da base aliada.

Para o PCdoB, nenhuma falsificação deve ficar sem a devida resposta, e a verdade deve triunfar sobre a mentira. E mais: revelar ao povo o remédio amargo que os boticários da oposição – como Armínio Fraga e Pérsio Arida, ontem, figuras de proa dos governos de Fernando Henrique Cardoso, hoje, respectivamente, estrelas da assessoria de Aécio Neves e Eduardo Campos – preparam contra os trabalhadores, os pobres e os interesses da Nação.

O Brasil sob o comando da presidenta Dilma soube enfrentar os negativos efeitos da forte retração da economia mundial. A presidenta, por um lado, combate a crise sem penalizar os trabalhadores, sem recuar das políticas sociais que retiram milhões da miséria. Por outro lado, adota política de investimentos públicos e de parcerias com o capital privado para melhorar a infraestrutura do país, procurando, assim, alavancar o setor produtivo. Ela teve a capacidade de ir além de uma simples continuidade dos governos do presidente Lula. Empreende com muito esforço a transição para um novo modelo de desenvolvimento que associa crescimento econômico e distribuição de renda. Em 2013, a taxa de desemprego caiu para 7,1% e, em 2014, a oferta de empregos poderá ser ainda maior. O aumento real do salário mínimo além de ser poderosa alavanca de inclusão social, proporciona uma reverberação positiva na cadeia geral dos salários e fortalece o mercado interno.

O Brasil segue reforçando sua soberania, apostando alto na integração latino-americana e na criação de um polo contra-hegemônico às imposições do imperialismo estadunidense. Em julho, por exemplo, sediará, em Fortaleza, importante reunião da Cúpula dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Na esfera política, há que se destacar, quando se aproximam as convenções partidárias, o amplo leque partidário e social de apoio que vai se configurando à campanha de reeleição da presidenta Dilma Rousseff, apesar da base aliada ter sido alvo de forte tentativa de desagregação e cooptação pelo campo adversário.

Entre as conquistas do último quadriênio, uma ganhará destaque especial nos próximos meses: a realização da Copa no Brasil. Apesar como já assinalado, da obtusa campanha em curso pelo fracasso da Copa, progressivamente vai se impondo aos olhos da opinião pública as significativas conquistas econômicas, sociais e esportivas propiciadas ao país por este megaevento. Do mesmo modo, à medida que se aproxima o início dos jogos crescem de diferentes modos as manifestações da paixão do povo brasileiro pelo futebol.

A oposição, em termos de alternativa programática, apesar do contorcionismo verbal e floreio de supostos novos conceitos, na verdade, requenta o receituário dos anos 1990 que quebrou o Brasil por três vezes, impôs o arrocho e o desemprego contra os trabalhadores, restringiu a democracia e aviltou a soberania nacional.

Por um programa que renove as esperanças e aponte nova etapa para o desenvolvimento

Mas a contraofensiva da esquerda e do conjunto campo político democrático, patriótico e popular deve ir além. É preciso redobrar o empenho pela realização das reformas estruturais democráticas – entre as quais, quatro, na atualidade, ganham destaque: a democratização da mídia monopolista que proporcione à sociedade o efetivo direito a uma comunicação plural, com plena liberdade de imprensa e expressão, hoje sufocada pelos monopólios; a reforma política democrática que eleve a participação do povo na política, fortaleça os partidos e combata a influência do poder econômico e financeiro nas campanhas; uma reforma urbana que dê resposta à crise nas cidades, sobretudo mobilidade urbana, segurança e moradia popular; e uma reforma tributária progressiva, que tribute mais as fortunas, o rentismo e desonere a produção e o trabalho.

Em relação à reforma política, destaca-se positivamente a votação ainda inconclusa no Supremo Tribunal Federal (STF), porém já com maioria de votos favorável pela inconstitucionalidade do financiamento de empresas às campanhas eleitorais. Todavia, mais uma vez se insurge uma grave ameaça de restrição à democracia com a tentativa de se incluir na pauta de votações da Câmara dos Deputados uma proposta de emenda constitucional, elaborada por um grupo de trabalho da Casa. Esta emenda, entre outras medidas retrógadas, estabelece a cláusula de barreira, proíbe coligações partidárias, além de constitucionalizar e mesmo ampliar o financiamento privado das campanhas. Diante desta ameaça antidemocrática, impõe-se uma enérgica mobilização do campo político progressista e dos movimentos sociais tanto para barrar a votação dessa “emenda-retrocesso”, quanto para que seja votada uma reforma política que amplie a democracia, está sim, necessária e urgente. Neste sentido, destaca-se a iniciativa de 95 importantes movimentos e entidades do país, entre elas, a Ordem dos Advogados do Brasil, ( OAB),a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a União Nacional dos Estudantes (UNE), que realizam uma importante campanha pela aprovação do Projeto de Iniciativa Popular da Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas.

É preciso, desde já, desencadear um amplo debate com as forças políticas progressistas e com os movimentos sociais, com o objetivo e elaborar um programa para a campanha de reeleição da presidenta Dilma que aponte para uma nova etapa de desenvolvimento, robusto, duradouro, distribuição de renda e conquistas mais arrojadas.

Finalmente, a direção nacional do PCdoB conclama o conjunto de seus dirigentes, o coletivo militante, que apoiados no povo e na rede de amigos de nossa legenda, reforcem em todas as frentes de atuação, o trabalho pela vitória do projeto eleitoral dos comunistas. O fortalecimento da esquerda brasileira, condição para o avanço das mudanças, precisa, necessariamente de PCdoB mais forte, à frente de governos estaduais e com uma bancada maior na Câmara dos Deputados, no Senado Federal e nas Assembleias Legislativas.
São Paulo, 14 de abril de 2014

A Comissão Política Nacional do Partido Comunista do Brasil – PCdoB

Cinquenta anos de um golpe contra a democracia, os trabalhadores e o Brasil

O povo brasileiro nunca se conformou com a ditadura implantada em 1º de abril de 1964. Resistiu contra ela desde o primeiro momento, com variadas ações, desde denúncias dos arbítrios às músicas de protestos, dos cultos ecumênicos às manifestações de rua, da atividade clandestina às assembleias de estudantes e trabalhadores, das greves ao voto, da luta armada nas cidades à Guerrilha do Araguaia.

O Golpe de 1964 – que depôs o presidente João Goulart – completa agora 50 anos. Foi a principal iniciativa política da direita e dos conservadores da história brasileira do século 20, e se insere na trajetória da luta de classes do país. Além disso, para ser compreendido em toda a sua complexidade, deve ser visto no contexto das tensões da guerra fria quando o imperialismo norte-americano fomentava golpes de Estado na América Latina e mundo afora.

A resistência da direita contra o desenvolvimento nacional e a democracia

Vêm de longe as contradições que levaram ao Golpe de 1964. O Brasil republicano tem sido cenário de luta renhida entre dois projetos excludentes de nação e sociedade: um projeto patriótico, democrático e desenvolvimentista; e outro, de subordinação ao imperialismo, antidemocrático e anti-industrialista. Essa luta se acentuou desde a Revolução de 1930, que modernizou o Estado e abriu novas perspectivas para a industrialização do país e a incorporação das massas populares e dos trabalhadores no processo democrático.

Todavia, as forças antinação (oligárquicas e aliadas do imperialismo norte-americano) não desapareceram; ao contrário, continuaram atuantes e se constituem, desde então, no principal fator de instabilidade política no Brasil, promovendo frequentes tentativas de interrupção do processo democrático como, por exemplo, a campanha que levou ao suicídio de Getúlio Vargas (1954); os levantes militares de Jacareacanga (1956) e Aragarças (1959) contra o presidente Juscelino Kubitschek; e a tentativa de impedir a posse do vice-presidente João Goulart depois da renúncia de Jânio Quadros (1961).

O golpe de Estado de 1964 foi o anticlímax do intenso processo de lutas democráticas iniciado com o fim do Estado Novo, em 1945, que exigia o desenvolvimento econômico e a ampliação da democracia.

Reação conservadora contra as reformas de base

Com altos e baixos, o período do final do Estado Novo ao Golpe militar de 1964 assistiu a avanços sociais, marcados por forte protagonismo democrático dos trabalhadores e das forças patrióticas e pelo declínio eleitoral dos partidos conservadores e de direita. O antigo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), identificado com Vargas e herdeiro das lutas pelo desenvolvimento nacional, foi o único partido que cresceu em todas as eleições de 1945 a 1962. Ele, ao lado do Partido Comunista, foi um dos esteios das lutas democráticas e populares.

No governo Goulart a luta democrática e popular cresceu. Foi criado o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), em 1962, e, no campo, se fortaleceram as Ligas Camponesas e o sindicalismo rural, tendo sido fundada a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), em 1963.

Em janeiro de 1963 ocorreu o plebiscito no qual o presidencialismo teve 82% dos votos. Foi uma autêntica eleição de Goulart, cujos poderes foram repostos – os mesmos que haviam sido suprimidos pelo arranjo “parlamentarista” de 1961, feito para garantir sua posse após a renúncia de Jânio Quadros. O plebiscito reforçou a linha das “reformas de base” capitaneada pelo presidente.

Em 13 de março de 1964 ocorreu o Comício da Central do Brasil, no Rio de Janeiro, que significou um passo importante de Goulart em direção ao compromisso com as reformas de base, que incluíam a reforma agrária; a renegociação da dívida externa; o controle da remessa de lucros das empresas estrangeiras; as reformas urbana, administrativa, bancária, da previdência social, da educação; a regulamentação do direito de greve; a nacionalização das concessionárias de serviços públicos etc.

O movimento comunista brasileiro à época estava saindo da crise de meados da década de 1950, que opunha a corrente revolucionária e a revisionista, esta última inspirada nas posições então defendidas pelo Partido Comunista da União Soviética. Assim é que duas posições distintas apareceram naquele momento.

O PCB confiava no chamado “dispositivo militar”, que supostamente defenderia o governo de qualquer ameaça golpista. O PCdoB, reorganizado em 1962 e ainda débil, por um lado, teve uma posição esquerdista com relação ao governo Goulart, e, por outro, avaliou o golpe corretamente, como um atentado duradouro à democracia. Ante a conspiração golpista, o PCdoB flexibilizou a oposição a Goulart em defesa da legalidade. Depois, já sob a ditadura, ainda em agosto de 1964, mostrou que o alvo da direita brasileira e do imperialismo americano era a luta democrática e popular e que aquele golpe viera para ficar por tempo prolongado. Fez também a autocrítica das posições esquerdistas em relação ao governo Goulart.

O Golpe militar teve, pode-se dizer, dois aspectos principais. Primeiro: sua natureza antidemocrática, manifestada já nos primeiros atos do governo, com cassações de mandatos parlamentares, prisões de lideranças sindicais, operárias e populares, aumento da repressão contra a luta democrática e patriótica, censura contra a imprensa e às artes. Segundo: a reordenação do desenvolvimento brasileiro com a imposição do arrocho salarial e de regras favoráveis ao imperialismo e ao grande capital, sobretudo estrangeiro, gerando falências de empresas nacionais, desemprego e perdas salariais para os trabalhadores.

A aliança direitista envolveu a parte conservadora da classe média no empenho de criar uma base de massa e de legitimar o golpe.

Houve clara intromissão do governo norte-americano na trama golpista e na preparação de sua logística. Uma poderosa força naval – inclusive com um porta-aviões de propulsão nuclear – foi deslocada para a costa brasileira, como parte da chamada operação Brother Sam; e revelações recentes, oriundas de arquivos norte-americanos, mostram a ultrajante posição do próprio presidente John Kennedy que admitiu claramente a possibilidade de intervenção militar no Brasil, para apoiar o golpe.

O regime nascido em 1964 eliminou a democracia, perseguiu, torturou e assassinou democratas, nacionalistas e progressistas. E aumentou a dependência externa ao ancorar o desenvolvimento nacional na busca de capitais estrangeiros e na atração de empresas estrangeiras.

Imposta a ditadura, levantou-se a resistência

Mas a implantação da ditadura não foi tranquila. Ela enfrentou obstinada resistência democrática e popular, contradições entre as classes dominantes e disputas, às vezes acirradas, entre os próprios chefes militares. Progressivamente, as forças democráticas, populares e patrióticas, entre elas o Partido Comunista do Brasil, organizaram, desencadearam e lideraram a resistência democrática. A ditadura durou 20 anos à custa de prisões, perseguições políticas, torturas e assassinatos de quem lhe fizesse oposição, encarados como “inimigos internos”. A longa jornada de enfrentamento ao arbítrio pode ser dividida em, pelo menos, quatro fases.

1ª Fase: Escalada autoritária

Entre 1º de abril de 1964 e dezembro de 1968, cresceu a escalada autoritária, que culminou na decretação do Ato Institucional nº 5 e na instauração de um Estado terrorista no país. A resistência democrática usou todas as brechas possíveis para se manifestar, como passeatas, denúncias no parlamento, voto, imprensa alternativa e uma rica produção cultural de protesto e contestação.

Desde o início, a repressão voltou-se contra os trabalhadores e os democratas. O CGT foi fechado e seus dirigentes presos e processados; centenas de sindicatos sofreram intervenção; a sede da União Nacional dos Estudantes (UNE) foi incendiada. No campo, as Ligas Camponesas foram desmanteladas, e seus dirigentes caçados pela polícia e por jagunços a mando dos fazendeiros – muitos daqueles lutadores foram assassinados.

Mesmo lideranças políticas, como Juscelino Kubistchek, que chegou a votar no marechal Castelo Branco para ocupar a presidência da República, foram vítimas do arbítrio. Em junho de 1964 a ditadura cassou os mandatos e suspendeu os direitos políticos de 50 deputados e senadores, entre eles o próprio JK. Ao mesmo tempo, eliminou – através dos Atos Institucionais nº 2 e nº 3 – as eleições diretas para presidente da República, governador e prefeito de capitais.

No campo da resistência popular, o movimento estudantil se refez rapidamente e, em 1965, as bandeiras da UNE voltaram às ruas. Esta retomada atingiu seu auge com grandes mobilizações em reação ao assassinato a tiros, pela polícia, no Rio de Janeiro, em 28 de março de 1968, do estudante secundarista Edson Luís, cujo funeral reuniu mais de 50 mil pessoas. Outras manifestações estouraram pelo país. Em 21 de junho, também no Rio de Janeiro, um confronto entre estudantes, populares e tropas da repressão deixou pelo menos quatro mortos na Sexta-Feira Sangrenta. A resposta foi a Passeata dos Cem Mil, pelo centro daquela cidade, em 26 de junho, o maior protesto contra a ditadura até aquele período.

Neste mesmo ano, os trabalhadores entraram em cena e realizaram as primeiras greves do período da ditadura: a de Contagem (MG), em abril, e a de Osasco (SP), em julho. Ambas foram duramente reprimidas. Houve também uma greve nacional dos bancários e, em Pernambuco, eclodiu uma greve dos canavieiros, na cidade do Cabo.

A ditadura reagiu como uma fera acossada. Em abril de 1968 fechou a Frente Ampla, que incluía um político que tinha participado no golpe, Carlos Lacerda, e ex-presidentes como Juscelino Kubitschek e João Goulart. Apesar de nela estarem presentes políticos conservadores, essa articulação foi apoiada pelo PCdoB, pois foi uma iniciativa que reuniu políticos hostilizados pela ditadura e que buscava “unir forças para modificar o sistema ditatorial vigente”.

No segundo semestre de 1968, apareceram novos sinais de endurecimento da ditadura, como a ocupação da Universidade de Brasília (UnB) e a invasão do Congresso da UNE em Ibiúna (SP), com a prisão de mais de 700 estudantes. Mesmo com o crescimento da repressão, a UNE continuou atuando na mais dura clandestinidade. Entre 1972 e 1973 ela foi destroçada e vários de seus dirigentes foram assassinados, entre eles seu presidente, Honestino Guimarães.

A ditadura enfrentou resistências no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Câmara dos Deputados. O STF concedeu habeas corpus aos líderes presos em Ibiúna. E em 12 de dezembro de 1968 a Câmara dos Deputados não aceitou processar o deputado oposicionista Márcio Moreira Alves. No dia seguinte, o general Costa e Silva, que ocupava a presidência da República, baixou o Ato Institucional nº 5 – o mais truculento de todos. Fechou o Congresso, suspendeu direitos civis e políticos e aboliu garantias, como a do habeas corpus. Foram cassados os mandatos de 113 deputados federais e senadores, 190 deputados estaduais, 30 prefeitos e quatro ministros dos tribunais superiores.

Em 1968, a Nação tomou conhecimento, indignada, do chamado “caso Para-Sar”, um plano sinistro coordenado pelo brigadeiro João Paulo Burnier para explodir o antigo Gasômetro, no Rio de Janeiro, e que poderia ter provocado grande número de mortes. O ato criminoso não se realizou porque o capitão Sérgio Miranda de Carvalho recusou-se a praticar a ação terrorista cujo objetivo era desacreditar a oposição e lançar a responsabilidade sobre a esquerda.

Naqueles anos difíceis, o PCdoB fomentou a criação da União da Juventude Patriótica (UJP), cujo dirigente, Lincoln Bicalho Roque, foi assassinado pela repressão, em janeiro de 1973. Outro membro dessa organização, o líder secundarista negro Joel Vasconcelos, foi, em 1971, o primeiro membro do PCdoB assassinado, ainda hoje desaparecido.

Para calar vozes inconformadas a ditadura impôs a censura à rica produção artística, cultural e intelectual que resistia ao arbítrio, e mesmo jornais conservadores foram submetidos ao arbítrio da tesoura. Vários artistas e intelectuais foram presos e outros tiveram que se exilar.

2ª Fase: governo Médici: “uma ditadura militar de caráter terrorista”

Em janeiro de 1969, o PCdoB lançou um Manifesto aos brasileiros no qual destacou que a ditadura, impotente diante do impetuoso movimento de massas, recorria a novas violências. “Instaurou, com o Ato Institucional nº 5, um regime do mais completo arbítrio (…). A nação brasileira jamais conheceu governo tão despótico como o atual”.

Era uma nova fase na qual a ditadura montou, ampliou e utilizou a estrutura de terror de Estado para combater e eliminar seus opositores.

Contra o terror de Estado, ampliou-se a resistência armada. Diante daquele regime brutal elevou-se a determinação de um conjunto de organizações políticas e lideranças – no campo democrático e patriótico, comunista e de esquerda – de resistir de armas na mão. Assim, como disse Renato Rabelo, atual presidente do PCdoB, “a demanda por uma resistência mais ousada, armada, não era uma questão somente do PCdoB; essa consciência avançada batia à porta exigindo uma tomada de atitude para se enfrentar o banditismo de um regime truculento e sanguinário, fascistizante”.

O PCdoB iniciara os preparativos para a resistência armada com base em uma concepção de ação que divergia do “foquismo”, concepção então dominante. Buscava o enraizamento na luta do povo do interior, com a defesa de suas reivindicações mais sentidas, onde tinha melhores condições para o enfrentamento da ditadura. Nas cidades, com a perseguição implacável, isso era impossível.

Em setembro de 1969, ocorreu o sequestro do embaixador dos EUA, Charles Elbrick, pelo Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) e pela Ação Libertadora Nacional (ALN), que exigiram, e conquistaram, a libertação de 15 prisioneiros políticos e a leitura de um manifesto por rádio e TV. Nos anos seguintes, mais três diplomatas estrangeiros foram sequestrados e trocados por dezenas de presos políticos.

A resistência armada nas cidades crescia. Entre as jovens mulheres que nela se engajaram estava a então estudante Dilma Rousseff, atual presidenta da República do Brasil.

Mas, a virulência da repressão foi tão grande que, no início da década de 1970, quase todas as organizações da luta armada haviam sido desmanteladas ou seriamente golpeadas. Seus heroicos líderes foram mortos em perseguições e combates, executados ou assassinados na tortura. Entre eles figuram Carlos Marighella, Carlos Lamarca, Iara Iavelberg, Joaquim Câmara Ferreira, Mário Alves. Das organizações defensoras da luta armada apenas duas se mantiveram operando nacionalmente: o PCdoB e a Ação Popular (AP).

A resistência no Araguaia

Sem abandonar a luta nas cidades, o PCdoB, orientado pela teoria da Guerra Popular Prolongada, organizava a resistência no campo. Desde 1966 deslocou dezenas de militantes para a região do rio Araguaia, no sul do Pará, que conviviam com a população local. No início de 1972, havia 69 guerrilheiros e guerrilheiras naquela região, entre jovens e experimentados comunistas – que formaram três destacamentos guerrilheiros e uma Comissão Militar, da qual fizeram parte João Amazonas, Maurício Grabois e Ângelo Arroyo.

No dia 12 de abril de 1972 a ditadura atacou o Araguaia. A ação repressiva durou mais de dois anos e envolveu, no total, cerca de 10 mil soldados, na maior mobilização militar brasileira desde a Segunda Guerra Mundial.

A eclosão da guerrilha acelerou o processo de incorporação da Ação Popular Marxista-Leninista (AP-ML) ao PCdoB. A partir de 1973, um grande número de quadros dessa organização revolucionária, pelo exemplo de bravura política do Araguaia, incorporou-se ao PCdoB, revitalizando o Partido com aportes de abnegação e talentos, preenchendo com novos dirigentes e militantes os graves desfalques provocados pela repressão que se havia abatido sobre suas fileiras.

Poucos guerrilheiros sobreviveram. Uma parte morreu em combate, outros foram presos, torturados e executados. Até hoje os corpos de quase todos eles continuam desaparecidos. Para derrotar a Guerrilha, a repressão cometeu inúmeras atrocidades, como torturas, roubos e assassinatos contra pessoas do povo da região que apoiavam o movimento ou eram suspeitas de fazê-lo.

Enfurecida com a Guerrilha, a ditadura exacerbou a perseguição ao PCdoB. Entre 1972 e 1973 foram presos e assassinados na tortura dirigentes como Lincoln Cordeiro Oest, Carlos Danielli, Luiz Guilhardini e Lincoln Bicalho Roque. Os três primeiros eram membros da Comissão Nacional de Organização do Comitê Central, responsável pelos contatos da Guerrilha com a cidade. Nos anos seguintes ainda foram assassinados Armando Frutuoso e Ruy Frazão. E importantes comitês estaduais sofreram graves baixas, com centenas de presos.

Mesmo derrotada militarmente, a Guerrilha do Araguaia cumpriu um papel relevante. Apesar da forte censura à imprensa, ela chegou ao conhecimento de muitas pessoas, de boca em boca, pelos jornais clandestinos, por notícias de emissoras de rádio do exterior, alimentando o ânimo e a esperança dos setores mais avançados da oposição, inclusive, no campo revolucionário.

Hoje, o exemplo do Araguaia, a coragem dos guerrilheiros e a disposição de pagar com a própria vida a ousadia de enfrentar a ditadura impulsionam setores do povo – em especial da juventude – a se engajarem na luta democrática, popular e revolucionária. Os nomes de Osvaldo Orlando Costa, (Osvaldão), Dinalva Oliveira Teixeira (Dina), João Carlos Haas Sobrinho (Juca), Helenira Resende (Fátima), Antônio Guilherme Ribeiro Ribas (Ferreira) e dos demais guerrilheiros, e guerrilheiras, encontram-se na galeria de heróis do povo brasileiro.

3ª Fase: A resistência se alarga e ganha força

Quando o general Ernesto Geisel assumiu o posto de Garrastazu Médici, em março de 1974, o chamado “Milagre Brasileiro” começava a se esgotar. O país, que importava 80% do petróleo que consumia, foi alvejado pelo “choque do petróleo”, e o preço do barril do óleo quadriplicou!

Naquela época, a resistência retomava a iniciativa política e obteve uma vitória eleitoral expressiva naquele ano. Aquela conjuntura impôs à ditadura uma manobra tática. Geisel anunciou então uma “abertura lenta, gradual e segura”.

Para os estrategistas da ditadura, essa “abertura” incluía uma condição cruel: a eliminação dos comunistas. O alvo inicial foi a direção do Partido Comunista Brasileiro (PCB), que teve vários de seus dirigentes sequestrados, torturados, assassinados, muitos dos quais ficaram como desaparecidos. Wladimir Herzog foi assassinado em 25 de outubro de 1975, sob tortura, no Destacamento de Operações de Informações/ Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) paulista. O culto ecumênico em tributo a ele, ocorrido na Catedral da Sé, em São Paulo, se transformou num grande ato público contra a ditadura e a tortura.

A ação criminosa voltou a repetir-se em janeiro de 1976, quando foi morto sob tortura, também no DOI-CODI paulista, o operário Manoel Fiel Filho. A crise iniciada nos próprios quadros da ditadura levou ao afastamento do general Ednardo D’Ávilla Melo, comandante do II Exército.

Acentuou-se a repressão contra o Comitê Central do Partido Comunista do Brasil, que havia dirigido a Guerrilha do Araguaia e continuava organizado e atuando em todo o país. A ditadura considerava isso uma afronta e um perigo; por isso, destruir a direção do PCdoB passou a ser um de seus objetivos centrais. Em 16 de dezembro de 1976 ocorreu a Chacina da Lapa, em São Paulo. A casa onde se realizavam as reuniões do Comitê Central do Partido foi atacada; Pedro Pomar e Ângelo Arroyo foram assassinados na ocasião; João Batista Drummond foi morto na tortura. E os dirigentes Haroldo Lima, Aldo Arantes, Elza Monnerat e Wladimir Pomar, além do motorista Joaquim Celso de Lima e da caseira Maria Trindade, foram presos e torturados. Era a vingança da ditadura contra aqueles que ousaram dirigir a resistência armada no Araguaia.

Um dos objetivos da repressão (conforme declarou o general Dilermando Gomes Monteiro, então comandante do II Exército) era o assassinato de João Amazonas. Seria ampliar enormemente a tragédia da Lapa, o que não ocorreu pois o dirigente comunista encontrava-se em missão partidária no exterior.

O golpe contra o PCdoB foi profundo, mas o Partido manteve-se unido e atuante, e reorganizou sua direção no exterior tendo à frente João Amazonas, Diógenes de Arruda Câmara, Renato Rabelo e Dynéas Aguiar.

Apesar da sanha assassina da repressão, as dificuldades políticas da ditadura cresciam. As consecutivas eleições que se seguiram mostraram a repulsa crescente do eleitorado. Na eleição de 1966, a primeira realizada sob a ditadura, a Arena (partido do regime discricionário) teve 50% dos votos, e o MDB (partido da oposição legal) ficou com 28%. Na eleição de 1970, no auge da ditadura, a Arena conseguiu 41%, o MDB 17%, refletindo a campanha de setores da oposição, entre eles o PCdoB, que pregaram a não participação naquela eleição; a soma dos votos brancos e nulos naquele pleito foi de 30,3%.

Mas, já na eleição seguinte, a de 1974, o espectro do declínio assombrou os conservadores. A Arena estagnou. O MDB recebeu 38% dos votos, elegeu 16 dos 22 senadores e 44% dos deputados federais. Foi uma grande derrota da ditadura. Na eleição de 1978 essa tendência se manteve. E em 1982, a oposição (formada agora pelo PMDB, PT e PDT) ultrapassou em número de votos e em percentual o partido da ditadura (23,4 milhões contra 17,7 milhões).

a) PCdoB defende bandeiras para unificar a oposição

Naqueles anos, a oposição cresceu e radicalizou seu pleito central por transformações profundas, como a anistia ampla e a Constituinte livre e soberana.

A ditadura se isolava. Em janeiro de 1975, o PCdoB insistiu em bandeiras para unificar, na luta contra a ditadura, amplos setores da sociedade: 1ª) Anistia ampla, geral e irrestrita; 2ª) abolição de todos os atos e leis de exceção; 3ª) convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte livremente eleita. E pregava a unidade do povo: “O êxito nesta tarefa exige a criação de uma ampla e combativa frente de oposição à ditadura (…). A unidade para a luta é a arma da vitória”.

4ª Fase: Declínio e fim da ditadura

A última fase da ditadura vai de 1979 – ano da Anistia, marco germinador de massivas lutas e de campanhas com grande participação do povo – a 1985, quando a jornada antiditatorial foi vitoriosa e abriu o processo de redemocratização.

Na década de 1970, as lutas populares ganharam expressão e força. Inicialmente, foi a batalha pela anistia ampla, geral e irrestrita. Em 1975 surgiu o Movimento Feminino pela Anistia, liderado por Therezinha Zerbini. Depois, o Comitê Brasileiro Pela Anistia (CBA) unificou o campo progressista e democrático. Surgiu também o Movimento do Custo de Vida, transformado em 1978 no Movimento Contra a Carestia, impulsionado pelos comunistas e por católicos progressistas. Ele mobilizou trabalhadores e o povo num grande movimento que coletou 1,3 milhão de assinaturas no abaixo-assinado encaminhado ao ocupante da presidência da República, o general Ernesto Geisel.

O regime ditatorial procurou levantar diques para tentar conter a correnteza que se avolumava. Em abril de 1977, baixou o Pacote de Abril que – entre outras medidas casuísticas para frear os êxitos do MDB nas eleições que iriam se realizar no ano seguinte – criou a figura abjeta do senador biônico, isto é, senador sem voto popular. Não adiantou. Em 1978, o MDB conquistou uma nova e importante vitória, e saiu reforçado com um elenco de combativos democratas e lideranças do movimento sindical e popular, entre eles o líder operário e comunista de São Paulo, Aurélio Peres.

Em 1978, os trabalhadores voltaram à cena com a greve dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo, marco inicial das grandes paralisações de 1979 e 1980 que contribuíram para minar os alicerces do regime militar. Elas foram lideradas por Luiz Inácio Lula da Silva e, apesar de duramente reprimidas – houve intervenções nos sindicatos e o enquadramento na Lei de Segurança Nacional dos líderes grevistas –, elas foram politicamente vitoriosas e derrotaram – principalmente com a greve de1980 – a política de “abertura” controlada da ditadura.

O movimento estudantil retomou suas lutas em 1977. Em 1979, a UNE foi reorganizada no Congresso em Salvador, e sua atuação foi decisiva para engajar fortemente a juventude nesta fase da luta contra a ditadura, sendo frequentes os confrontos com as forças da repressão. A militância do PCdoB teve papel destacado na reconstrução das entidades e na busca da unidade e combatividade do movimento. Praticamente todos os presidentes da UNE e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), desse período, eram lideranças do PCdoB, entre as quais Aldo Rebelo, ex-presidente da UNE, hoje ministro do Esporte.

O desgaste da ditadura levou o general Geisel a revogar o Ato Institucional nº 5 (AI-5) em outubro de 1978, e suspender a censura à imprensa. Ele foi substituído na presidência da República, em 1979, pelo general João Batista Figueiredo, ex-chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI). Foi um momento em que a ditadura apresentava fortes sinais de declínio e buscava uma sobrevida.

Depois de anos de luta, a lei de anistia foi aprovada, em agosto de 1979. Apesar de limitada, seu efeito foi reforçar a oposição com a volta dos exilados, a libertação dos presos e o retorno à luz do dia dos militantes clandestinos. Mesmo rejeitando seu conteúdo que beneficia os torturadores e assassinos da ditadura, o PCdoB a avaliou como uma grande vitória do povo.

Ao lado da imprensa alternativa já existente, foram criados, no final dos anos 1970, jornais ligados às organizações de esquerda clandestinas, como Tribuna da Luta Operária (PCdoB), Voz da Unidade (PCB), Hora do Povo (MR-8) e Convergência Socialista (CS). Esses periódicos foram importantes na luta política e de ideias contra a ditadura. Os jornais da imprensa alternativa foram muitas vezes alvo da repressão e da ação de terroristas vinculados ao aparelho repressivo. Inúmeras de suas edições foram apreendidas e seus editores e jornalistas processados pela Lei de Segurança Nacional (LSN).

Sedes de entidades democráticas, de jornais e bancas de revistas foram agredidas com bombas e depredações. Um atentado terrorista matou, na sede da OAB do Rio de Janeiro, em agosto de 1980, a secretária Lyda Monteiro da Silva. O último capítulo da ação terrorista ocorreu contra o show em comemoração ao 1º de Maio no Riocentro, no Rio de Janeiro. Na ocasião, explodiu uma bomba manipulada por dois militares, matando um deles. O artefato seria detonado durante o espetáculo, podendo provocar uma tragédia cuja culpa seria atribuída às organizações de esquerda.

Diante da ameaça de derrota da ditadura nas eleições marcadas para 1982 – que poderiam se transformar num plebiscito contra o regime militar –, foi imposta uma reforma partidária que colocou um fim ao bipartidarismo, endureceu as regras eleitorais com a adoção do chamado voto vinculado – pelo qual o eleitor deveria votar no mesmo partido de vereador a governador – e proibiu as coligações partidárias. Impunha também às agremiações o uso da palavra “partido” em suas denominações, uma forma de forçar o MDB a mudar de nome. Mas esse partido acrescentou a palavra exigida a seu nome histórico e se transformou no PMDB.

Naqueles anos, a oposição à ditadura cresceu com a adesão de novos setores sociais, e radicalizou-se o pleito por transformações profundas, como a anistia ampla e a Constituinte livre e soberana, bandeiras que postulavam o fim da ditadura. Em 1966, o PCdoB já sustentara esse objetivo, mas, em 1979, entidades nacionais prestigiadas também o defendiam, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a UNE, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), as Comunidades Eclesiais de Base e várias outras.

A campanha das diretas e a ofensiva final pelo fim da ditadura

Em 1984, foi apresentada ao Congresso Nacional a Emenda Dante de Oliveira, que instituía a eleição direta para presidente da República. As forças democráticas e populares realizaram, entre novembro de 1983 e abril de 1984, provavelmente as maiores mobilizações de massas já vistas no país. Foi a chamada campanha das Diretas Já, que envolveu 41 grandes comícios, entre eles aquele que é considerado o maior já ocorrido no Brasil, com 1,5 milhão de pessoas, em 16 de abril de 1984, em São Paulo.

Sob ameaça da ditadura, a emenda foi votada pelo Congresso Nacional em 25 de abril de 1984, sem alcançar o número de votos suficientes para sua aprovação, causando perplexidade e decepção à Nação.

Desde então, o foco da agenda nacional passou a ser a eleição presidencial indireta, marcada para o Colégio Eleitoral, em 15 de janeiro de 1985.

Para as forças oposicionistas havia um problema crucial: ir ou não ao Colégio e com que objetivo. Formou-se no Congresso Nacional o Grupo Só-Diretas, contrário à participação no Colégio Eleitoral, e que pretendia manter a campanha pelas Diretas. O PT também assumiu essa posição e outras forças se inclinavam pelo nome do governador de Minas Gerais, Tancredo Neves, como candidato oposicionista no Colégio Eleitoral. Em suma, havia dúvidas e indefinições, sobretudo nos setores políticos à esquerda.

Naquele contexto, sobressaiu-se o presidente nacional do PCdoB, João Amazonas, que se empenhou na busca do caminho para resolver o impasse. Para ele, a oposição antiditatorial, com a força acumulada no processo, poderia crescer ainda mais e derrotar o regime no seu próprio terreno, o Colégio Eleitoral. Para tanto, seria necessário que a oposição apresentasse um candidato comprometido com a ideia de ir ao Colégio Eleitoral para destruí-lo e, depois de eleito, convocar uma Constituinte livremente eleita, para pôr fim à ditadura. O fundamental – argumentava Amazonas – não era a forma pela qual o regime de força seria extinto, mas sim a sua extinção.

Amazonas participou do esforço de persuadir Tancredo a aceitar o desafio de enfrentar e derrotar o candidato da ditadura no Colégio Eleitoral. Para isso, conversou pessoalmente com o líder mineiro no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte. O presidente do PCdoB defendeu que a chance de derrotar a ditadura no Colégio Eleitoral não podia ser perdida, sendo importante promover novos grandes comícios pelo Brasil para explicar ao povo as novas perspectivas e os compromissos assumidos pelo candidato da oposição. E garantiu que o PCdoB iria às ruas defender esta opção.

O fim da ditadura e a Constituinte

A eleição de Tancredo Neves em 15 de janeiro de 1985, pelo Colégio Eleitoral, assinalou o fim da ditadura. Mas ele não chegou a tomar posse; adoeceu, falecendo em 21 de abril daquele ano, e o cargo de presidente da República coube a seu vice, José Sarney.

O Brasil redemocratizado começou a nascer então, embora de forma contraditória. Os chefes militares mantiveram forte poder sob a presidência de José Sarney e os setores civis que haviam patrocinado a ditadura continuavam influentes.

Mesmo assim, os partidos políticos que estavam na clandestinidade foram legalizados, entre eles o PCdoB; a censura à imprensa foi extinta; a liberdade sindical foi reconhecida; e, sobretudo, o compromisso de convocação de uma Assembleia Constituinte foi cumprido, sendo esta eleita em 1986.

A Constituinte tomou posse em 1° de fevereiro de 1987 e a elaboração constitucional durou quase dois anos até que, em 5 de outubro de 1988, a nova Carta Magna foi promulgada. A bancada de parlamentares do PCdoB deu reconhecida contribuição para que fossem aprovadas conquistas patrióticas, democráticas e sociais.

A nova Constituição, chamada de “cidadã” pelo deputado Ulysses Guimarães –presidente da Constituinte –, significou, depois do fim politico da ditadura, a institucionalização de uma nova, promissora e contraditória era democrática no Brasil.

Quase trinta anos depois, há exigências democráticas por realizar

Desde o fim da ditadura, em 1985, as forças progressistas lutam para construir, ampliar e consolidar a democracia. A Constituição de 1988 e as realizações dos governos Lula e Dilma deram contribuições relevantes para isto. Contudo, importantes tarefas e exigências democráticas ainda não foram realizadas, mesmo 29 anos depois da redemocratização.

O direito à memória e à verdade e a punição de agentes do Estado que praticaram torturas e outras violações dos direitos humanos sob a ditadura fazem parte dessas exigências. Impõem-se o esclarecimento do paradeiro dos desaparecidos políticos e dos restos mortais de oposicionistas assassinados, e também o livre acesso aos arquivos oficiais que contenham informações sobre os crimes da repressão.

Esta bandeira foi posta em pé desde o início da luta pela Anistia. A correlação de forças à época do fim da ditadura obstruiu a sua realização. Mas o PCdoB se engajou nesta luta desde a primeira hora. Já em 1980, integrou a primeira caravana de familiares dos mortos e desaparecidos que foi à região do Araguaia em busca de informações sobre o paradeiro dos guerrilheiros.

No Congresso Nacional e demais casas legislativas, os comunistas se empenham pelo êxito desta bandeira em comissões de direitos humanos, e nas comissões da verdade, de âmbito federal, estadual e municipal, que foram constituídas. A consciência democrática nacional não aceita que até hoje se negue às famílias dos mortos e desaparecidos o direito humanitário de enterrarem os restos mortais de seus entes. Esclarecer o que ocorreu sob a ditadura e responsabilizar os agentes que cometeram crimes durante a repressão é parte da continuidade da luta da erradicação dos efeitos do arbítrio que perduram na vida nacional.

Os governos Lula e Dilma têm feito um grande esforço para fazer cumprir o dever do Estado de reconhecer os crimes cometidos no período ditatorial, estender os direitos da Lei da Anistia a todos os perseguidos políticos e familiares, e o esforço político, pedagógico de se disseminar – sobretudo para as novas gerações – a memória e a verdade sobre os crimes cometidos pela repressão.

A Comissão Nacional da Verdade, antiga aspiração democrática, foi criada pelo governo da presidenta Dilma com a expectativa de que, ao final de seus trabalhos, contribua para que o Estado cumpra seu dever de proporcionar ao povo a verdade sobre os crimes e lance luzes sobre a memória daqueles que foram vítimas das atrocidades e de ressaltar a dignidade e o destemor de quem foi à luta.

Foram inumeráveis as vítimas da ditadura. Calcula-se que 500 mil cidadãos foram investigados; 200 mil presos; 11 mil processados nas auditorias militares; cinco mil condenados; e a grande maioria sofreu torturas. Houve também 10 mil exilados; 4.862 mandatos cassados; 1.202 sindicatos sob intervenção; 245 estudantes expulsos das universidades apenas através do Decreto 477; 49 juízes expurgados; três ministros do Supremo afastados, o Congresso Nacional fechado por três vezes; censura prévia à imprensa e às artes. Cerca de 400 foram mortos e 144 desaparecidos até hoje. São heróis do povo e da democracia. O culto à sua memória, o destaque ao que fizeram e à forma como foram mortos devem ser feitos “Para que não se esqueça. Para que nunca mais aconteça”.

Ampliar as conquistas, impedir o retrocesso

O Golpe militar de 1964 completa 50 anos. Neste momento, é necessário resgatar o papel do campo democrático e progressista na luta em defesa da democracia. Ao mesmo tempo, denunciar a recorrente intervenção golpista das forças reacionárias contra os ciclos progressistas do país. Foi o mesmo golpismo que veio à tona, em 2005, quando essas forças, alegando o chamado “mensalão”, atacaram o governo do presidente Lula e chegaram inclusive a tentar, com o apoio da mídia conservadora, cassar seu mandato. Este espírito de revanche moveu a ação da direita e dos conservadores brasileiros nos últimos 11 anos de governo. É uma ação contra os avanços da democracia política e social, sempre ceifados ou sufocados pela direita na história da República – ação desestabilizadora que também ocorre contra outros governos progressistas e anti-imperialistas na América Latina.

Na data simbólica do cinquentenário do golpe de 1964, o PCdoB – que comemora 92 anos na defesa permanente da democracia – defende a união de amplas forças políticas e sociais, democráticas e progressistas, em defesa do Brasil, do desenvolvimento, da democracia e do progresso social, barrando qualquer tentativa de retrocesso.

Comissão Política Nacional do Partido Comunista do Brasil

São Paulo, 28 de março de 2014

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