MOVIMENTO ESTUDANTIL: UNE, há dez anos com presidentes do PCdoB

Eleição da pernambucana Virgínia Barros, Vic, para a direção marca uma década de hegemonia do partido comunista à frente da entidade 

A União Nacional dos Estudantes (UNE) elegeu, no último dia 2, em seu 53° Congresso, a pernambucana Virgínia Barros para representar a entidade. Vic, como é conhecida, é de Garanhuns e filiada ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), sigla que comanda a associação estudantil ininterruptamente desde 2003.

O histórico de presidentes da UNE não deixa dúvidas de que o PCdoB mantém uma forte hegemonia dentro da instituição. Desde a sua fundação, em 1937, o posto maior de sua diretoria foi ocupado, inúmeras vezes, por militantes do partido. Em uma das exceções, quem esteve no comando da entidade foi o tucano José Serra, ex-governador de São Paulo, que inclusive teve de deixar a presidência da UNE por causa do golpe militar de 1964.

Mesmo com a forte vinculado PCdoB-UNE, a nova presidente afasta qualquer tentativa de associarem a entidade à sigla, argumentando que a diretoria é eleita por universitários de mais de 25 correntes de opinião em todo o País. “Quem elege a nossa diretoria são os estudantes brasileiros. O fato de muitos deles se filiarem a algum partido e serem eleitos para algum cargo na entidade não compromete a nossa autonomia”, garante Vic.

Ela diz que a UNE é hoje a maior entidade do movimento social brasileiro e contribui permanentemente com a sua construção. Para afastar a pecha de entidade chapa branca e de estar alinhada e ser subserviente aos interesses do governo, reforça que continuará pressionando o governo federal por melhorias na educação.

A luta por melhorias no setor, segundo ela, é a maior de suas bandeiras, destacando que em breve haverá um grande movimento estudantil que vai tomar as ruas das principais cidades do País, culminando, no dia 28 de agosto, numa grande passeata em Brasília para reivindicar e pressionar a aprovação de 10% do PIB, 50% do Fundo Social do Pré-Sal e 100% dos royalties do petróleo em investimentos na área.

Questionada se pretende concorrer a algum cargo eletivo no futuro, Vic afirma que sua vida sempre estará relacionada à militância política e às causas sociais, porém, quando terminar a graduação em Letras na Universidade de São Paulo (USP), pretende fazer mestrado e ser professora.

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