Boletim Regional do Banco Central mostra que pernambucano tomou R$ 23,2 bilhões entre agosto de 2012 e setembro de 2011, uma alta de 31% na comparação com o período anterior
O pernambucano não se fez de rogado na
hora de se endividar. Dados do Boletim Regional do Banco Central do
Brasil (BC), apresentados pela instituição ontem no Recife, mostram que,
entre setembro de 2011 e agosto de 2012, foram aprovados R$ 23,2
bilhões em empréstimos para pessoas físicas do Estado. Consignado,
financiamento de automóveis e crédito habitacional foram as modalidades
mais acessadas. O dinheiro tomado emprestado foi gasto com consumo. A
prova é o salto do comércio, que cresceu 8,6% no período. E a projeção
do BC é de mais aumento nas vendas e mais acesso ainda ao crédito em
Pernambuco até o final do ano.
A alta na concessão de empréstimos no
período examinado no Boletim Regional foi de 31% - quando comparado com
os 12 meses entre agosto de 2011 e setembro de 2010. Mas, se mostrou
disposição em se endividar, o pernambucano não foi tão disciplinado para
pagar os compromissos. A taxa de inadimplência foi de 6,09%. É um pouco
acima do que foi verificado para os baianos (5,9%), mas menor que a dos
cearenses (6,2%) - os três Estados são os únicos do Nordeste analisados
pelo BC.
A fome por empréstimos em Pernambuco
alavancou também o chamado comércio ampliado, que engloba o mercado de
automóveis e de materiais de construção. O crescimento foi de 7,2% nos
12 meses contados até agosto deste ano. Com isso, o varejo foi o
responsável para que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central de
Pernambuco tenha crescido mais que o do Brasil (4% contra 1,3%).
Outro efeito, só que negativo, de tanto
endividamento para consumo foi um aumento na inflação do Estado. Em
setembro, o custo de vida ficou 6,15% maior em Pernambuco, enquanto que
no Brasil foi 5,31%.
O endividamento deverá ganhar mais força
no País nos próximos meses. A última Pesquisa Trimestral de Condições
de Crédito do BC, finalizada em setembro, mostra que, no Brasil, até o
final do ano, a oferta de crédito e o volume de aprovações para quem
quer usar o dinheiro para consumo vai ficar bem melhor que entre julho e
setembro. Em compensação, os financiamentos habitacionais vão ficar
mais difíceis. Confira a apresentação completa do Boletim:
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