PCdoB executa seu maior projeto em eleições municipais

Realiza-se em São Paulo nesta sexta-feira (24) a reunião da Comissão Política Nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Os dirigentes nacionais do Partido fazem uma abrangente discussão sobre o quadro político nacional e sobre a execução do projeto para as eleições municipais de 7 de outubro.

O presidente nacional do Partido, Renato Rabelo, fez uma abrangente apreciação da conjuntura política do país e da batalha das eleições municipais em curso.

O dirigente fez duras críticas à ofensiva da mídia privada e das elites conservadoras do país em torno do julgamento do chamado “mensalão”: “A elite conservadora nunca aceitou os êxitos da aliança democrática e popular liderada por Lula desde 2003; hoje sem alternativa e proposta que ganhe a maioria do povo, esta elite procura aproveitar ao máximo a oportunidade oferecida pelo episódio cunhado como ‘mensalão’”, disse, na abertura de sua intervenção .

Rabelo destaca que o braço midiático das elites conservadoras e reacionárias “faz a luta do vale-tudo para impor ao país o julgamento do dito ‘mensalão’ como centro da luta política atual, querendo que seja um espectro que permeia o pleito municipal”. Ele ressalta que já foi “estranha” a coincidência do julgamento com as eleições municipais, prevalecendo o intento obscuro de obter uma decisão a todo vapor.

Na opinião do presidente do PCdoB, os conservadores usam uma poderosa máquina publicitária para atingir o PT, o ex-presidente Lula e toda a esquerda.

Isto ocorre, na opinião do líder do PCdoB, “porque pretendem persistente e desesperadamente destruir o projeto que vem sendo construído sob a liderança de Lula no período recente”. “Não podemos ter ilusões quanto a este propósito dessas forças reacionárias”, agregou.

Segundo Rabelo, outra razão pela qual o “mensalão” está sendo explorado avidamente neste momento é o ambiente desfavorável à oposição na batalha eleitoral. “Agora, nas principais cidades – assinala – a situação é desfavorável à oposição, conforme atestam os cenários que se projetam para o PSDB e o DEM em São Paulo, Salvador e Fortaleza”.

Dilma: autoridade e prestígio

A abertura da reunião da Comissão Política propiciou também uma avaliação pelos dirigentes comunistas sobre a evolução do governo Dilma e os principais problemas políticos, econômicos e sociais da atualidade.

Segundo a percepção do presidente nacional do PCdoB, Dilma continua obtendo índices ascendentes de aprovação, o que revela seu crescente prestígio e autoridade.

Sobre os desafios econômicos, Rabelo reafirma a opinião que tem dado de que o Brasil precisa crescer anualmente em torno de 6% do PIB, a partir do próximo ano. Para isso, diz, “é necessário recompor um investimento da ordem de 25% do PIB, dirigido principalmente para a infraestrutura, a retomada da indústria e a intensificação da inovação”.

Nesse sentido, Rabelo declarou apoio ao plano de concessões anunciado recentemente pela presidenta Dilma Rousseff, que prevê o aumento da capacidade de investimento e consequentemente a geração de emprego e renda. “O país precisa da cooperação entre o capital estatal e o privado, no quadro da profunda crise internacional sem previsão de término”, assinala. Para Rabelo, o governo da presidente Dilma não anunciou privatizações, mas procurou aperfeiçoar o desenvolvimento dos modelos de concessão e parcerias já existentes, reforçando o papel regulador do Estado.

Rabelo concluiu sua análise de conjuntura abordando o complexo problema das greves do funcionalismo público federal, defendendo que o critério da posição do Partido é não admitir perdas salariais em relação à inflação e buscar a obtenção de aumento real conforme o crescimento do PIB. “Num mundo em crise, esta é uma grande conquista”, afirmou. Ele propôs que as lideranças sindicais do Partido se mobilizem no sentido de “criar um ambiente favorável ao diálogo e à negociação”.

Desafios eleitorais

A reunião da Comissão Política Nacional do PCdoB debruça-se sobre “o maior projeto eleitoral no âmbito da eleição municipal”, segundo qualificou o presidente nacional da sigla.

Superada a fase pré-Convenções, em que se homologou um projeto de grande dimensão, e os primeiros momentos da campanha que antecederam o período do horário eleitoral no rádio e na TV, chegou-se a uma fase de mobilização total, de campanha aberta, de debate com o conjunto do eleitorado, de mobilização do povo.

Nesta fase, que é a decisiva, é imperioso mobilizar ao máximo a militância partidária, reforçar as alianças, consolidar as chapas de vereadores, superar as limitações materiais e de infraestrutura e manter cada vez mais em evidência as candidaturas a prefeitos e prefeitas nas capitais e cidades médias onde são competitivas, com chances de vitória.

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