Numa intervenção
direta, direção trabalha o lançamento do senador para a disputa no
Recife, mas João da Costa e Rands ainda resistem
Lula deve entrar na jogada para garantir nome de Humberto (Foto: Clemílson Campos/JC Imagem) |
Com um saldo pra lá de negativo após meses de uma disputa sangrenta, o
PT do Recife sofreu nesta terça-feira (29) uma intervenção da Executiva
Nacional do partido, que apelou aos dois pré-candidatos colocados para a
nova prévia – o prefeito João da Costa e o deputado federal Maurício
Rands – que retirassem suas candidaturas em favor do senador Humberto
Costa, tido pelo comando como o melhor nome para atender aos interesses
do partido no Recife e na aliança que tenta estabelecer com o PSB do
governador Eduardo Campos em São Paulo, praça prioritária para o PT na
eleição municipal deste ano.
Na tentativa de evitar a prévia do próximo domingo, o presidente
nacional do partido, deputado estadual Rui Falcão (SP), deu um prazo de
24 horas para que os dois consultassem suas bases, encontrando assim o
melhor discurso para retirar seus nomes de cena deixando o caminho livre
para o lançamento de Humberto.
A decisão da nacional impõe uma derrota a todos os líderes petistas
na capital, incluindo os pré-candidatos e seus cabos eleitorais, a
exemplo do deputado federal e ex-prefeito João Paulo, visto hoje até
pelo ex-presidente Lula como o pivô da celeuma instalada na capital.
Isso porque a prévia se estabeleceu como uma disputa não apenas de poder
político, mas também como uma forma do deputado impor um “troco” ao
prefeito após o rompimento entre eles.
Fontes afirmam que Maurício Rands já teria compreendido a situação e
aceitado desistir da disputa, comunicando inclusive aos interlocutores
mais próximos, enquanto o prefeito resiste em sair de cena para dar
lugar a Humberto, inicialmente pela dificuldade de encontrar um discurso
que contemple a militância, mas também por entender que o senador foi
um de seus algozes no caminho até o primeiro turno da prévia.
Na manhã desta terça, João da Costa e Rands saíram da sede da
Executiva nacional, em São Paulo, com a missão de estarem juntos no
palanque de Humberto, que contará com todo o apoio do governador e do
ex-presidente Lula, já que ambos foram os mentores do acordo.
Ciente da resistência do prefeito, o senador passou o dia
incomunicável, sob a justificativa de que estava participando do
depoimento do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) no Conselho de
Ética do Senado, o que, de fato, aconteceu. Ao final do dia, Humberto
postou por duas vezes em seu twitter comentários sobre a prévia do
partido, garantindo que não seria o candidato à Prefeitura do Recife.
O nome do senador só deve ser lançado oficialmente na sexta-feira
(1º). Até lá, o PT pretende lançar mão de uma arma poderosa para fazer o
prefeito João da Costa desistir da candidatura: um telefonema do líder
maior do partido, Lula, que vai pedir que ele entenda a situação e se
sacrifique em nome dos interesses partidários.
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