A maior tesourada é na
área de Saúde: R$ 5,4 bilhões. Redução foi 10% maior que em 2011
O corte de R$ 55
bilhões no Orçamento Federal, anunciado pelo governo nesta
quarta-feira, foi 10% maior que o praticado no Orçamento do ano
passado, que foi reduzido em R$ 50 bilhões. Na época, boa parte do
valor foi retirado de emendas parlamentares e de bancada. Dos R$ 21
bilhões de emendas, R$ 18 bilhões foram contingenciados, sendo R$ 7
bilhões das individuais.
Apesar do discurso
oficial do governo de que o corte de R$ 55 bilhões no Orçamento
Federal preservou integralmente investimentos e programas sociais, o
detalhamento dos números divulgados nesta quarta-feira mostra um
cenário diferente. Houve uma redução de nada menos que R$ 25
bilhões nos investimentos em relação ao montante aprovado na lei
orçamentária. O valor é composto, na maior parte, por emendas
parlamentares (R$ 20,6 bilhões), que foram totalmente bloqueadas,
conforme adiantou O GLOBO.
O corte está dividido
da seguinte forma: dos R$ 35 bilhões de despesas discricionárias,
R$ 25 bilhões equivalem a investimentos e R$ 10 bilhões a custeio.
O restante, de R$ 20 bilhões computados no cálculo, não representa
corte de despesas, mas sim uma reestimativa nas despesas
obrigatórias. Ou seja, o governo não tem poder para simplesmente
cortar esses custos, ele apenas espera que eles caiam com base em
novas projeções.
O ministro da Fazenda,
Guido Mantega, afirmou que o corte preserva tanto os investimentos
quanto os programas sociais, que vão impulsionar o crescimento
econômico em 2012:
- O aumento dos
investimentos é a locomotiva do crescimento no Brasil. Também
haverá um reforço dos programas sociais que aumentam a renda da
população - disse ele, reafirmando que o Produto Interno Bruto
(PIB) deve crescer 4,5% esse ano.
Mantega destacou que a
contenção das despesas não representa o ajuste fiscal clássico e
nem se assemelha ao que vem ocorrendo na Europa, onde países como a
Grécia estão fazendo cortes elevados em todas as áreas:
- O que estamos fazendo
é diferente do ajuste fiscal que estamos vendo nos países europeus,
que cortam tudo, investimentos, programas sociais. No final, isso
resulta em recessão. O que estamos fazendo é cortar custeio. Não é
o ajuste fiscal clássico e conservador. Por isso não chamamos de
ajuste, chamamos de consolidação fiscal.
Segundo ele, a
estratégia da equipe econômica é abrir espaço para que o Banco
Central continue reduzindo as taxas de juros no país.
E abre espaço para a
redução dos juros. Num cenário de queda de inflação, hoje a
inflação está caindo e com contenção de gastos, abre espaço
para a redução da taxa básica de juros.
Corte de R$ 25 bilhões
em investimentos
Apesar do discurso
oficial do governo de que o corte de R$ 55 bilhões no Orçamento
Federal preservou integralmente investimentos e programas sociais, o
detalhamento dos números divulgados hoje mostra um cenário
diferente. Houve uma redução de nada menos que R$ 25 bilhões nos
investimentos em relação ao montante aprovado na lei orçamentária.
O valor é composto, na maior parte, por emendas parlamentares (R$
20,6 bilhões), que foram totalmente bloqueadas.
O corte está dividido
da seguinte forma: dos R$ 35 bilhões de despesas discricionárias,
R$ 25 bilhões equivalem a investimentos e R$ 10 bilhões a custeio.
O restante, de R$ 20 bilhões computados no cálculo, não representa
corte de despesas, mas sim uma reestimativa nas despesas
obrigatórias. Ou seja, o governo não tem poder para simplesmente
cortar esses custos, ele apenas espera que eles caiam com base em
novas projeções.
Queda de R$ 20,5
bilhões nas despesas obrigatórias
Segundo nota divulgada
pelo Ministério do Planejamento, as despesas discricionárias
(aquelas em que o governo pode mexer livremente) no Orçamento de
2012 serão reduzidas em R$ 35,010 bilhões, e as obrigatórias, em
R$ 20,5 bilhões.
De acordo com a nota,
as despesas obrigatórias foram reduzidas em função de diminuições
nos gastos com benefícios previdenciários, LOAS, subsídios, FDA
(Fundo de Desenvolvimento da Amazônia) e FDNE (Fundo de
Desenvolvimento do Nordeste), fabricação de cédulas e Moedas e
Complemento do FGTS.
Nas despesas
discricionárias, a maior tesourada foi na área de Saúde - R$ 5,4
bilhões. Em segundo lugar ficou o Ministério das Cidades, com R$
3,322 bilhões a menos, seguido pela Defesa, com R$ 3,319 bilhões de
redução. O Ministério da Justiça sofreu um corte de R$ 2,247
bilhões e o da Integração Nacional, de R$ 2,193 bilhões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário