A presidenta Dilma Rousseff nomeou nesta terça-feira (10/1) o diretor
da Área de Revitalização de Bacias Hidrográficas da Codevasf, Guilherme
Almeida Gonçalves de Oliveira, para a presidência interina da empresa.
Oliveira é filiado ao SINPAF e substituirá Clementino de Souza Coelho,
irmão do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho.
Desde o início do ano, o SINPAF vinha denunciando a prática de
nepotismo e a consequente situação de indefinição em relação aos rumos
da empresa. Para o presidente do sindicato, Vicente Almeida, esse quadro
impedia a implementação de mecanismos formais de combate à corrupção
(leia mais abaixo). “Fizemos denúncias graves à presidência interina,
que sequer criou uma comissão de sindicância para apurá-las”, conta.
Além disso, lembra Vicente, a não nomeação da diretoria vinha estagnando
a formulação de políticas de gestão dos recursos hídricos dos
perímetros irrigados do país. “Temos acompanhado com muita preocupação
certos mecanismos que apontam para um processo de privatização da gestão
dos perímetros irrigados e a retirada paulatina do pequeno e médio
agricultor desses locais em benefício de grandes empresas”, exemplifica.
“Esta não é apenas uma vitória do sindicato, mas de todos os
trabalhadores da Codevasf. Guilherme é um técnico de carreira,
conhecedor profundo da principal missão da empresa, que é desenvolver o
Nordeste por meio da irrigação. Temos certeza de que o relacionamento do
vai melhorar consideravelmente”, avalia Jeremias Cabral,
vice-presidente do SINPAF e presidente da Seção Sindical Codevasf 3ª SR.
Prática antissindical e desvio de conduta
Em setembro passado, a Diretoria Nacional do SINPAF formalizou
denúncia à presidência da Codevasf de prática antissindical por parte do
corpo gestor da 3ª Superintendência Regional da empresa, que passou a
incitar a desfiliação de seus empregados depois que a seção sindical
local expôs casos de desvios de conduta na unidade.
Segundo Jeremias, os ataques tiveram início quando o sindicato
procurou o superintendente, Luís Frota, para debater problemas
relacionados a possíveis desvios praticados por um grupo de empregados
novos – especialmente os envolvidos com obras do Plano de Aceleração do
Crescimento (PAC), acusados pelo uso indevido de veículos e pela criação
de um grupo de privilegiados com ajuda de custo, gratificações e muitas
diárias.
“O gestor maior da 3ª SR rechaçou desde o início o debate sobre o
assunto. A correta aplicação dos recursos públicos é de responsabilidade
de qualquer cidadão e de entidades representativas da sociedade civil,
assegurada pela Constituição”, denuncia.
“Estamos aguardando a apuração ou teremos de solicitar uma auditoria
mais ampla a ser realizada pela Controladoria Geral da União em todas as
licitações e contratos no período de janeiro de 2004 até agora”, afirma
Jeremias.
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