A concentração
começou nesta manhã em frente ao Ginásio Pernambucano, na Boa
Vista e seguiu até o Grande Recife Consórcio de Transportes. Bombas
foram jogadas pela polícia durante a confusão
O clima é tenso no centro do Recife por
causa do protesto iniciado na manhã desta sexta-feira (20) por
estudantes que reivindicam contra o aumento nas passagens de ônibus.
Cerca de 200 pessoas deram início a um protesto em frente ao Ginásio
Pernambucano, no bairro da Boa Vista. Após uma manhã tumultuada no
Centro do Recife, o grupo se encaminhou agora a pouco para a Ponte
Princesa Isabel, onde continuam com as reinvidicações.
A Polícia Militar, um efetivo do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPTran) e também do Batalhão de Choque, com cerca de 20 homens, jogaram
bombas de efeito moral para tentar dispersar os protestantes que
interditaram algumas vias do centro do Recife. No momento, um grupo de
manifestantes está reunido em assembleia na Faculdade de Direito do
Recife (FDR), para decidir os rumos do protesto.
A passeata seguiu até a frente do Grande
Recife Consórcio de Transportes, no Cais de Santa Rita. No local, houve
confronto entre o Choque e os manifestantes. Dois homens foram presos
acusados de jogar pedras contra a polícia e foram levados para o 16º
Batalhão da Polícia Militar.
A reunião que decidiu o valor do aumento
começou às 8h no Grande Recife Consórcio de Transportes e acabou agora
pouco. Foi anunciado que o aumento da passagem do transporte público em
Pernambuco aumentou em 6,5% e vai passar a funcionar a partir da 0h do
próximo domingo (22). O valor do anel A passou para R$ 2,15, o valor do
anel B para R$ 3,30, o anel D para R$ 2,60 e o anel G para R$ 1,40. O
reajuste é menor ao que foi pedido pelas empresas de ônibus, que era
17,2%. Dos 19 membros do Conselho Superior de Transporte Metropolitano
(CSTM), a votação teve 13 votos a favor, 3 abstenções e apenas um
contra, em defesa do reajuste máximo.
O integrante da comissão do Comitê
contra o aumento da passagem André Justino, diz que o aumento é
inadmissível. "É um absurdo esse aumento em relação ao aumento do
salário mínimo, que foi muito pequeno", disse. A comissão do protesto é
feita por pessoas do Comitê Popular, pelo povo, pelos estudantes e por
pessoas do movimento sindical.
Na noite de quinta-feira (19), uma
estudante que faz parte da comissão do protesto contra o aumento recebeu
uma ligação do delegado João Gustavo Godoy Ferraz, solicitando a
presença dela nesta quinta na Delegacia do Cordeiro. Ela teria sido
denunciada por estar incentivando a violência na cidade. A estudante
divulgou na rede social Facebook que isso não iria atrapalhar o protesto
nesta quinta-feira. "Acho que esqueceram de passar pra polícia o que
significa liberdade de expressão!", postou.
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