PSDB reage a grampos feitos pela PF durante as eleiçõres de 2010 no Acre

Serra compara os grampos às quebras de sigilo fiscal que sofreu na campanha
A cúpula do PSDB reagiu à denúncia dos grampos telefônicos que atingiram o diretório estadual da sigla no Acre exigindo esclarecimentos do ministro da Justiça e da Polícia Federal (PF). O candidato da legenda à Presidência da República em 2010, José Serra, divulgou nota tachando de “gravíssimo” o monitoramento, sem ordem judicial, dos telefones do PSDB, como publicou ontem (7) o Correio. “Trata-se de um fato gravíssimo que precisa ser investigado a fundo. Acrescenta-se a outros episódios da mesma natureza, como as quebras ilegais de sigilo fiscal na tentativa de usá-los como armas eleitorais.”

Na Câmara, deputados já elaboram documento para colher assinaturas e tentar formar uma comissão de inquérito com o objetivo de investigar a utilização dos sistemas “Guardião” nos estados. O dispositivo é usado para gerenciar as escutas realizadas pelas instâncias judiciais. Além da Polícia Federal, governos estaduais também dispõem do sistema Guardião.

O Correio teve acesso aos áudios das escutas ilegais que registraram diálogos de integrantes da executiva nacional do PSDB e da coordenação da campanha de Serra discutindo detalhes da atuação da legenda no Acre. Funcionários do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do estado e a secretária de um presidente de associação de magistrados também caíram nos grampos.

O presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), afirmou que solicitará esclarecimentos do Ministro da Justiça e da PF. “É inimaginável que a Polícia Federal, a qualquer pretexto, sob qualquer razão, qualquer circunstância, a não ser por autorização legal, pudesse ter grampeado o telefone de uma campanha eleitoral de um partido da oposição, ou de qualquer partido.”

Questionado sobre a atuação dos delegados da PF no Acre durante as gravações telefônicas do diretório do PSDB, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se esquivou. “Não comento decisão judicial”, afirmou o ministro, durante evento de lançamento do programa de combate ao crack e outras drogas.
 
A Polícia Federal alega que o PSDB foi gravado durante investigação que apurava denúncia de crime eleitoral envolvendo a deputada Antônia Lúcia (PSC-AC), que era candidata a uma vaga na Câmara durante a apuração e não tinha foro privilegiado. Os telefones tucanos caíram nas escutas, segundo a assessoria da PF, porque a linha de propriedade da candidata teria sido cedida ao diretório do PSDB do Acre. A deputada do PSC e o diretório tucano afirmam que não houve cessão de número.

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