A Polícia Federal grampeou o comitê eleitoral do PSDB no Acre na
campanha eleitoral de 2010. As escutas telefônicas às quais o Estado
teve acesso revelam detalhes da campanha do candidato tucano ao
governo, Tião Bocalon, como definição de agendas e requisição de
material de propaganda. Até conversas com a coordenação nacional de
José Serra à Presidência foram interceptadas.
Veja também:
AÚDIO 1: Secretária do comitê do PSDB revela agenda do candidato a governador, Tião Bocalon
ÁUDIO 2: Coordenação nacional da campanha de Serra discute remessa de propaganda com secretário-geral do PSDB
ÁUDIO 3: Presidente da Associação dos Magistrados do Acre tenta falar com Tião Bocalon
ÁUDIO 4: Funcionária do comitê encomenda almoço para equipe do PSDB no Acre
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ÁUDIO 4: Funcionária do comitê encomenda almoço para equipe do PSDB no Acre
Dida Sampaio/AE
Conversas com a coordenação nacional de José Serra
à Presidência foram interceptadas
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A PF confirmou ontem que, de fato, um telefone do diretório do PSDB
no Acre foi grampeado porque, segundo o órgão, estava em nome da
deputada Antônia Lúcia (PSC-AC), alvo de inquérito por uso de caixa 2 e
fraude eleitoral. Segundo a PF, muitas ligações para o comitê ou
originárias desse número caíram na interceptação. Na versão da PF a
escuta foi, portanto, indireta. A deputada nega que tenha cedido o
telefone ao comitê.
Antônia Lúcia (PSC-AC), hoje deputada federal, foi coligada aos
tucanos e adversária do candidato Tião Viana (PT), governador eleito do
Acre.
Num dos diálogos, o secretário-geral do PSDB no Acre, Frank Lima,
reclama a uma das coordenadoras nacionais da falta de material de
campanha de Serra. "PSDB, Zeli, bom dia", atende a secretária do
comitê. "Por favor, o Frank Lima está? É Silvana Rezende, da
coordenação da campanha do Serra em São Paulo", apresenta-se a
interlocutora. "Eu precisava de muito santinho, de muito adesivo, eu
tenho cento e porrada de candidato (sic) estadual aqui, eles me pedem
material do Serra, eu sou obrigado a dizer que não tenho", reclama Lima.
Em seguida, ele admite que recebeu uma remessa pequena de material,
"do tamanho de uma caixa de leite". Silvana tenta mostrar bom humor e
reconhece: "Se demorar demais, chega depois da eleição".
Em outro trecho, ele aponta falhas de comunicação e critica a
vice-presidente do PSDB: "Temos que ir pro boca a boca, pro corpo a
corpo (…) temos uma coordenadora do Norte que é a (senadora) Marisa
Serrano, que não sabe nem onde fica Rondônia".
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