Peneira rigorosa para reformar a Esplanada na troca ministerial

Presidente avisa que não permitirá a interferência de aliados na troca ministerial e manterá a estrutura das pastas sociais

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A presidente Dilma Rousseff passou um recado aos partidos da base aliada de que não permitirá a ingerência de legendas na composição do ministério — a reforma está programada para o fim de janeiro. Descontraída, mas sem perder a forma enfática de falar, repetiu três vezes a frase sobre sua disposição contra malfeitos, prometeu tolerância zero no combate à corrupção e adiantou que não pretende fazer uma mexida ministerial ampla. Ela também garantiu que não modificará as estruturas das secretarias de Políticas para as Mulheres e de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, entre outras pastas da área social.

“Nós vamos fazer um governo que não tem nenhum compromisso, eu não tenho nenhum compromisso, meu governo não tem nenhum compromisso com qualquer prática inadequada, de malfeitos, de corrupção. É zero. Tolerância zero”, defendeu Dilma. Ao comentar especificamente os casos de ministros afastados ao longo do ano alvejados por denúncias, a presidente disse que sentiu a saída de alguns, que seriam “muito capazes” e que não pretende fazer uma “caça às bruxas”. “Não quero que se faça uma caça às bruxas. Já se viu isso em outros países e não dá certo, não se leva a boa coisa. Não acho isso bom para um país que deu tantos passos democráticos como o nosso.”

Dilma minimizou as recentes acusações contra o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, que teria favorecido clientes de sua consultoria em Belo Horizonte. “O Pimentel não tem nada a ver com o meu governo. Do que estão acusando ele, não tem nada a ver com o meu governo.” Perguntada se não seria o mesmo caso do ex-chefe da Casa Civil Antonio Palocci, Dilma afirmou que foi ele quem quis deixar o governo.

A presidente também prometeu lutar contra a interferência dos partidos aliados em seu governo. “Que nenhum partido político interfira nas relações internas do governo”, avisou a presidente. Em seguida, ela deu um recado à base: “Isso vale para todos os partidos políticos. Uma coisa é governabilidade, que os partidos participem e indiquem nomes. Mas, uma vez que o nome foi indicado, ele presta contas ao governo e a mais ninguém”, alertou.

Oposição

Dilma afirmou que não pretende fazer uma reforma ministerial ampla, tampouco excluir algumas pastas, negando especulações de que fundiria as pastas ligadas aos Direitos Humanos, como a própria Secretaria dos Direitos Humanos, a de Políticas para Mulheres e da Igualdade Racial. “Cada ministério tem um determinado tipo de responsabilidade, como a Fazenda ou a Educação. Tem ministério com responsabilidade política imensa, como o das Mulheres ou da Igualdade Racial”, justificou.

A presidente destacou também a importância de dialogar com a oposição. “Eu estendo várias mãos (à oposição). Nos países do mundo, temos visto relação incivilizada, deletéria entre governo e oposição, como nos Estados Unidos”, citou como exemplo. “Essa é uma das piores doenças da democracia. Em vários países, se perdeu a noção do que é interesse nacional e interesse partidário”, criticou.

Choque de gestão
 
Se depender da promessa da presidente Dilma Rousseff, o Brasil chegará ao fim de seu governo com um Estado mais profissional, menos burocrático e prestando serviços públicos de mais qualidade. “A eficácia de um governo vai se dar com a mudança de práticas de governança. (...) Valorização de um lado e exigência de eficiência do outro. Estou falando de meritocracia e profissionalismo. Precisamos profissionalizar o setor público brasileiro. Preciso ser representante do governo federal de um Estado que seja ágil”, defendeu. Perpassando uma série de programas lançados ao longo de seu governo, Dilma ressaltou a necessidade de melhorar a máquina pública, dando um choque de qualidade no serviço público. “Nenhum país do mundo, nem a China, avançou sem reformar o Estado”, apontou.

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