O ministro das Cidades pretende explicar denúncias de irregularidades |
Na manhã desta quinta-feira, o Congresso ouve mais um ministro que
teve o nome envolvido em denúncias de corrupção. Mário Negromonte,
titular do Ministério das Cidades, vai à Comissão de Meio Ambiente,
Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) do Senado prestar
esclarecimentos.
Na
pauta da comissão, constam apenas as denúncias noticiadas pela revista
"Istoé", na edição de 3 de agosto. Isso ocorre porque a audiência
pública desta quinta-feira atende aos requerimentos feitos ainda em
agosto pelos senadores Alvaro Dias (PSDB-PR) e Randolfe Rodrigues
(PSOL-AP) convidando o ministro a prestar esclarecimentos. Denúncias
que surgiram depois, no entanto, também deverão ser citadas durante o
depoimento.
Segundo a "Istoé", o ministério liberou recursos para
obras consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU),
favorecendo empreiteiras que contribuem financeiramente para as
campanhas eleitorais do PP, partido ao qual o ministro é filiado.
Mais
recentemente, em 24 de novembro, reportagem do jornal "O Estado de S.
Paulo" acusou o ministro de ter dado aval para aprovar uma fraude que
adulterou parecer técnico do ministério em projeto de infraestrutura da
Copa de 2014. O sistema de transporte coletivo de Cuiabá (MT), que
inicialmente seria feito por uma linha rápida de ônibus (BRT), ao custo
de R$ 700 milhões, passou a prever um Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT),
que custará R$ 1,2 bilhão.
Além de enfrentar as denúncias, o
ministro está enfraquecido dentro de seu próprio partido e é um dos
nomes mais cotados para deixar a Esplanada em janeiro, quando a
presidente Dilma Rousseff deverá promover uma reforma ministerial.
Neste
primeiro ano de governo Dilma, seis ministros já caíram após a imprensa
publicar denúncias de corrupção: Antônio Palocci (Casa Civil), Alfredo
Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais
(Turismo), Orlando Silva (Esporte) e Carlos Lupi (Trabalho). Já Nelson
Jobim saiu da pasta da Defesa por declarações que desagradaram a
presidente.
Mas Negromonte não é o único ministro alvo de
denúncias. O GLOBO vem mostrando que a empresa do ministro do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel,
recebeu mais de R$ 2 milhões em consultorias prestadas a empresas
relacionadas com a prefeitura de Belo Horizonte. Pimentel já foi
prefeito da capital mineira, que atualmente é administrada por Márcio
Lacerda, aliado do ministro.
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