Reunião do PDT pode ser antecipada para ouvir explicações do ministro Lupi

Aliado do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e presidente interino do PDT, o deputado federal André Figueiredo (CE) defende a antecipação do encontro da direção do partido, previsto para sábado, para que Lupi explique as novas denúncias de que teria voado na aeronave modelo King Air ao lado do presidente da Fundação Pró-Cerrado, Adair Meira. Em entrevista ao Correio de ontem (15), Meira confirmou que estava no voo com o ministro e que, se ele não lembra, está “confuso ou esquecido”. Para Figueiredo, as explicações de Lupi são necessárias neste momento de crise. “Pelo menos para os presidentes dos diretórios estaduais do PDT”, cobrou.

A mudança de opinião de Figueiredo é emblemática. Na semana passada, durante entrevista na qual Lupi afirmou que só deixaria o cargo se fosse “abatido à bala”, o deputado estava entre os integrantes da cúpula do partido que sentaram à mesa na sede do PDT para prestar solidariedade ao ministro. Mas, ontem, defendeu que “Lupi precisa apresentar sua versão para os últimos acontecimentos”.

Figueiredo conversou com o secretário-geral do partido, Manoel Dias. Segundo Dias, Lupi passou o feriado no Rio, preparando as justificativas que fará ao PDT. O encontro de hoje deve resumir-se às bancadas da sigla no Congresso. Mas o presidente nacional da legenda lembra que a totalidade do PDT espera uma justificativa convincente do ministro.

Depois de quatro dias de silêncio, o Palácio do Planalto deve voltar a discutir a situação de Lupi hoje. Ao longo desses dias, os sinais políticos emitidos por interlocutores da presidente Dilma Rousseff eram de que a gestão do pedetista no Ministério do Trabalho duraria até a reforma ministerial de janeiro. Mas o agravamento do quadro e as sucessivas contradições sobre a viagem ao lado do empresário Adair Meira podem mudar essa avaliação.

Para o deputado Reguffe (PDT-DF), as denúncias são cada vez mais graves e o melhor seria um “afastamento temporário, enquanto durarem as investigações”. Outro signatário do pedido de investigação na Procuradoria-Geral da República, o deputado Miro Teixeira (RJ) afirmou que o país se perde na discussão sobre quedas ou manutenções de ministros. “Isso é uma decisão da presidente Dilma Rousseff. O que precisamos, de fato, é de uma CPI para apurar o esquema de corrupção que afeta a máquina e as dificuldades que o Brasil tem em recuperar esses montantes que são desviados dos cofres públicos”, disse Miro.

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