PF prende um terço dos deputados de Rondônia

Oito dos 24 deputados da Assembleia Legislativa de Rondônia foram presos numa operação da Polícia Federal (PF). A operação, batizada como Termópilas, resultou na prisão de 15 pessoas que estariam envolvidas em um esquema de desvio de verbas no Sistema Único de Saúde (SUS), que chega a R$ 15 milhões no total.

Entre elas, o presidente da Assembleia Legislativa, Valter Araújo (PTB), apontado como líder da quadrilha, preso em flagrante. Dos sete componentes da Mesa Diretora da Casa, apenas um não foi acusado de envolvimento em suposto esquema de fraudes em licitações e contratos do governo do Estado.

Quatro potenciais pré-candidatos à prefeitura de Porto Velho foram indiciados pela PF: Epifânia Barbosa, Zequinha Araújo, Valter Araújo e Jean Oliveira. A primeira disputa a indicação do PT com a ex-senadora Fátima Cleide, o segundo é o nome mais conhecido do PMDB, o terceiro estava avaliando a possibilidade, o último era um nome que vinha sendo cogitado no PSDB.

Na Operação Termópilas, o secretário-adjunto estadual da Saúde, José Batista da Silva, também foi preso. O governo de Rondônia afirmou, por meio de nota, que só vai se pronunciar oficialmente quando tiver detalhes da operação.

"Em função das prisões efetuadas na manhã desta sexta-feira (18) pela Policia Federal, o Governo do Estado de Rondônia esclarece que somente irá se pronunciar oficialmente assim que tiver informações mais detalhadas acerca da operação, vez que ainda não foram informados os motivos das prisões.", diz documento divulgado no site oficial do governo daquele estado.

Com as prisões desencadeadas, a Assembleia Legislativa passou ao comando do deputado Hermínio Coelho (PSD). Em nota, ele diz que a Casa “aguardará os desdobramentos da ação policial, e as manifestações do Ministério Público Estadual e do Tribunal de Justiça Estadual para, em reunião, analisar os fatos e adotar as medidas necessárias cabíveis”.

Foram cumpridos 57 mandados de busca e apreensão, muitos em gabinetes de deputados estaduais. Os mandados foram cumpridos em Porto Velho, Itapoã do Oeste, Ji-Paraná, Ariquemes, Nova Mamoré e Rolim de Moura. Até agora, foram apreendidos R$ 169 mil na operação.

Segundo a PF, o esquema vem sendo investigado há um ano e meio e consistia no loteamento de licitações e contratos de prestação de serviços para a administração pública estadual em Secretarias de Saúde e de Justiça do estado.

A operação resultou em ordens de sequestro de bens e valores e de suspensão de exercício de função pública. As pessoas envolvidas serão indiciadas, de acordo com a participação, por formação de quadrilha, extorsão, falsidade ideológica, peculato, corrupção passiva, advocacia administrava, violação de sigilo funcional, tráfico de influência e corrupção ativa, além de crimes previstos na Lei de Licitações e na Lei de Lavagem de Dinheiro.

O superintendente da Polícia Federal em Rondônia, César Luiz Busto, em coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (18), contou que o esquema comandado por Araújo ocorria há cerca de dois anos e que ele será encaminhado ao Presídio Federal de segurança máxima de Porto Velho, para que não atrapalhe as investigações.

Ainda segundo César Luiz, o deputado cooptou servidores públicos e empresários para que empresas indicadas por ele vencessem as licitações no Governo. Estima-se que cerca de R$ 120 milhões foram movimentos. A PF divulgou uma lista de outras prisões efetuadas:

Confira íntegra da nota da Assembleia Legislativa aqui

Everton Aguiar, Procurador Geral do Ministério Público Estadual (MPE), em coletiva, fala sobre a Operação:

  

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