O partido Democratas do Distrito Federal vai pedir o impeachment do
governador Agnelo Queiroz (PT) pela suspeita de envolvimento no desvio
de recursos do Programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte. O
anúncio foi feito nesta sexta-feira, 4, pelo líder do partido no Senado,
Demóstenes Torres (GO), da tribuna da Casa. Ex-ministro da pasta,
Agnelo foi o antecessor de Orlando Silva, que deixou o cargo em razão
das denúncias de corrupção. O governador nega as acusações.
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"Nosso partido, que expulsou aqueles que não honraram a sua bandeira,
inclusive o único governador eleito em 2006, vai atrás dos outros",
informou o líder, referindo-se ao escândalo da Caixa de Pandora, de
2009, investigado pela Polícia Federal, que levou o partido a expulsar o
então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. "Não podemos
tolerar que o PT, que naquela época fez um carnaval, se omita diante de
provas consistentes quanto à participação do governador no escândalo em
que não faltam testemunhas sobre a sua participação."
Para Demóstenes, o PT, escolhido por Agnelo depois de ele se
desfiliar do PC do B, tem duas opções: rever sua posição de apoio ao
governador ou se assumir de vez como "o partido da boquinha". "Os
petistas de brio, certamente, discordam da bandalheira. É necessário
conclamá-los à batalha pelo resgate da moralidade no DF, bandeira essa
que o partido tanto empunhou nas administrações anteriores", alegou.
Apesar do apoio dado a Agnelo Queiroz por 15 dos 15 deputados
distritais, incluída toda a bancada petista, o líder afirma não ser essa
a única vez em que a pressão da população leva os parlamentares a
reverem a posição. "Entre o escalpo deles e o do governador, eles ficam
com o do governador", justificou.
"Vim fazer este pronunciamento porque fiquei envergonhado com o que
está acontecendo com a Câmara Distrital", afirmou o democrata. "Os
deputados distritais estão fingindo que nada acontece em Brasília, não
dão bola para a opinião pública, é como se nada estivesse acontecendo, é
como se Agnelo fosse um papa, um teólogo, quando na realidade está
envolvido até a tampa com toda espécie de corrupção", acusou.
Promotor de Justiça licenciado, Demóstenes disse que não faltam
provas sobre a participação de Agnelo no esquema, quando ele comandou o
Ministério do Esporte, de 2003 a 2006. "Tudo indica que foi ele quem
contratou o advogado que preparou a defesa de João Dias", lembrou,
referindo-se ao pedido à gravação feita com autorização judicial da
conversa em que o policial militar pede ajuda a Agnelo para se defender
da denúncia de desviar recursos do Segundo Tempo. "Há ainda um esquema
de notas frias e duas testemunhas que dizem ter entregue dinheiro a
ele", lembrou.
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