O ministro do Esporte, Orlando Silva: na mira da oposição (Daniel Marenco/Folhapress) |
O DEM vai apresentar nesta segunda-feira um requerimento pedindo a
presença na Câmara do policial militar João Dias Ferreira e do motorista
Célio Soares Pereira. Em reportagem exclusiva publicada na edição desta
semana de VEJA, os dois apontam o ministro do Esporte, Orlando Silva, como mentor e beneficiário de um esquema de corrupção. De acordo com eles, os recursos eram desviados do programa Segundo Tempo, carro-chefe da pasta. Orlando Silva nega.
Orlando Silva deverá ser ouvido ainda nesta semana pelas comissões de
Fiscalização Financeira e Controle e Turismo e Desporto, a pedido da
base do governo. Mas para o líder do DEM, ACM Neto (BA), o caso não pode
ser encerrado apenas com as declarações do ministro. João Dias comanda
uma associação de kung fu e preside a federação brasiliense da
modalidade. Acusado de fraudes em convênios com o ministério do Esporte,
ele chegou a ser preso no ano passado.
Agora, o policial, que é militante do PC do B, acusa Orlando Silva de
ser o mentor do esquema de desvio de recursos. Segundo ele, haveria
cobrança de 20% de propina nos convênios firmados no âmbito do Segundo
Tempo. O motorista Célio Soares Pereira, funcionário de João Dias em uma
academia, contou ter entregue uma caixa de papelão com notas de 50
reais e 100 reais na garagem do ministério.
Além dos depoimentos na Câmara, a oposição quer uma investigação do
Ministério Público. O PPS vai protocolar uma representação na
Procuradoria-Geral da República pedindo a investigação das denúncias. Em
nota intitulada "Orlando Silva não tem condições de continuar", o DEM
diz que o PC do B transformou a pasta "em um espaço para arrecadar e
fazer caixa dois". ACM Neto pede a demissão imediata do ministro.
Investigação - O Ministério da Justiça vai determinar à
Polícia Federal que abra um inquérito para investigar as denúncias de
pagamento de propina no Ministério do Esporte. Segundo o ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, a decisão foi tomada a partir de um
pedido de Orlando Silva. Cardozo afirmou que Orlando Silva se dispôs a
abrir seus sigilos telefônicos e bancários para contribuir com a
investigação.
"Obviamente, este gesto nos ajuda na medida em que há uma intenção clara do ministro em uma apuração, que será feita de forma rigorosa e aprofundada pelos órgãos da PF que serão responsáveis pelo caso", afirmou Cardozo. O ministro da Justiça acrescentou que o PM que fez a denúncia será ouvido pela Polícia Federal.
"Obviamente, este gesto nos ajuda na medida em que há uma intenção clara do ministro em uma apuração, que será feita de forma rigorosa e aprofundada pelos órgãos da PF que serão responsáveis pelo caso", afirmou Cardozo. O ministro da Justiça acrescentou que o PM que fez a denúncia será ouvido pela Polícia Federal.
(Com Agência Estado)
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