A 2ª Marcha contra a Corrupção e a Impunidade tomou a Esplanada dos
Ministérios hoje (12) em Brasília. Segundo a Polícia Militar, mais de 11
mil pessoas participaram do evento em defesa do fim do voto secreto no
Poder Legislativo, da constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa e da
manutenção das atribuições do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A caminhada teve a participação de pessoas de todas as idades, que a
pé, de bicicleta e alguns até levando seu animal de estimação, se
manifestavam, por meio de vassouras e faixas com frases contra a
corrupção. Carregando a bandeira do Brasil e um grande desenho de uma pizza,
os manifestantes saíram da Praça da República e foram até a Praça dos
Três Poderes, onde estão localizados o Palácio do Planalto, sede do
Poder Executivo; o Supremo Tribunal Federal (STF), sede do Poder
Judiciário; e o Congresso Nacional, sede do Poder Legislativo.
Segundo a idealizadora do evento, Lucianna Kalil, a ideia de ir às ruas
contra a corrupção ganhou força, inicialmente, por meio de redes
sociais na internet. “O povo se movimenta para tanta coisa,
consegue se juntar para tomar cerveja, para ver uma partida de futebol,
para fazer outros tipos de marchas. E por que não se juntar contra a
corrupção que é um mal que afeta todo mundo, ricos e pobres?”, indagou.
De acordo com Luciana Kalil, o movimento é apartidário e o dinheiro
necessário para a sua realização veio da venda de camisetas para
organizar a marcha. “A primeira marcha, no dia 7 de setembro, tratou de
um assunto bem genérico [defendido pelos manifestantes] e, hoje, a gente
está focando o nosso apoio ao CNJ, à constitucionalidade da Lei da
Ficha Limpa e ao fim do voto secreto parlamentar”, disse.
Além do Movimento contra a Corrupção
Eleitoral, a marcha contou com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB) e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Essas
organizações defendem que o CNJ seja mantido como órgão competente para
examinar processos e punir magistrados.
O STF vai analisar ação direta de inconstitucionalidade proposta pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). A
entidade questiona uma resolução editada este ano pelo CNJ que
regulamenta seu poder correicional. A AMB pede que o conselho só atue
depois que o processo for esgotado nas corregedorias locais.
Outro tema ressaltado na marcha foi o envio de recursos para paraísos
fiscais. Em meio aos manifestantes, cinco pessoas vestidas de piratas
levavam faixas pedindo que sejam adotadas medidas para evitar o uso da
artifícios para sonegar impostos. Edélcio Vigna, assessor do Instituto
de Estudos Socioeconômicos (Inesc), fantasiado de pirata, defende a
criação de uma lei para acabar com o envio de dinheiro para os paraísos
fiscais. “Tem que ter lei e fiscalização”, disse.
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