O policial militar João Dias, que denunciou suposto esquema de fraude no Ministério do Esporte (Foto: Reprodução / TV Globo) |
O policial militar João Dias Ferreira, que acusou o ministro do Esporte, Orlando Silva,
de receber propina, pediu adiamento do depoimento que daria nesta
terça-feira (18) na Superintendência Regional da Polícia Federal, em
Brasília.
Conforme a assessoria da PF, João Dias, como é conhecido o policial,
alegou problemas de saúde e o depoimento será remarcado. A nova data
ainda não foi definida.
Reportagem da revista "Veja"
trouxe declaração de João Dias de que o ministro Orlando Silva recebeu
um pacote de dinheiro na garagem do ministério e teria comandado um
esquema de desvio de verbas do programa Segundo Tempo, destinado a
incentivar a prática esportiva entre crianças e adolescentes. As fraudes
no Ministério do Esporte somariam, conforme a "Veja", R$ 40 milhões nos
últimos oito anos.
Em entrevista ao "Jornal Nacional", exibida na noite de segunda, o policial disse que Orlando Silva sabia das fraudes na pasta.
“Ele (o ministro) sabe muito bem, porque eu já estive com ele em uma
ocasião, dentro do ministério, onde ele se comprometeu a punir as
pessoas responsáveis por fraudes na documentação. E não foi isso o que
aconteceu. Ele acobertou e produziu mais documentos para tentar nos
comprometer”, disse Dias.
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Em entrevistas concedidas aos jornais "Folha de S.Paulo" e "Estado de
S.Paulo", publicadas nesta terça, João Dias afirma que o ministro propôs
um acordo para que ele não fizesse as denúncias.
Dias prestaria esclarecimentos à PF a convite. Na tarde de segunda-feira (17), Dias se encontrou por 20 minutos com o delegado da PF Jackson Rosales. O policial militar foi espontaneamente à superintendência da PF e, na reunião, ficou acertado o depoimento formal.
Dias prestaria esclarecimentos à PF a convite. Na tarde de segunda-feira (17), Dias se encontrou por 20 minutos com o delegado da PF Jackson Rosales. O policial militar foi espontaneamente à superintendência da PF e, na reunião, ficou acertado o depoimento formal.
O policial militar comanda duas ONGs que receberam recursos em convênios com o Ministério do Esporte e responde a processo judicial que
tramita em segredo de Justiça no qual o Ministério Público pede a
condenação dele e a devolução de R$ 3,17 milhões aos cofres públicos.
João Dias foi preso em 2010 pela Polícia Civil no ano passado por suspeita de participação no esquema.
Defesa do ministro
Em entrevista nesta segunda (17), Orlando Silva disse repudiar "veementemente" o que classificou como "falsidades" publicadas pela revista. "Não houve, não há e não haverá nenhuma prova das mentiras faladas por esse crimonoso", declarou o ministro.
Silva disse que, durante a semana, vai impetrar ação penal por calúnia e
ação civil por dano moral contra os que, segundo ele, "armaram uma
trama farsesca". "Vou até o último recurso judicial possível para
defender a minha honra", declarou.
Ele disse que não faz a "menor ideia" de quem seja a pessoa que Ferreira apontou como o portador do suposto pacote de dinheiro que teria sido entregue a ele. "Não faço a menor ideia, não faço a menor noção de quem seja", declarou.
Ele disse que não faz a "menor ideia" de quem seja a pessoa que Ferreira apontou como o portador do suposto pacote de dinheiro que teria sido entregue a ele. "Não faço a menor ideia, não faço a menor noção de quem seja", declarou.
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