Para ministro, Brasil tem de repensar financiamento para a saúde

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse hoje (30), no Rio de Janeiro, que o Brasil vai ter que pensar em formas de financiar o setor para dar conta das novas pressões por recursos, como os crescentes gastos com tratamentos de vítimas de acidentes de carros e motos no país. Ele evitou, no entanto, definir como o governo fará para aumentar a arrecadação destinada à pasta.

Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou a regulamentação da Emenda Constitucional nº 29, que prevê percentuais mínimos de aplicação de recursos na Saúde pela União, pelos estados e municípios, mas rejeitou o item que previa a criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS). O imposto, semelhante à extinta Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), incidiria sobre as movimentações bancárias. O projeto ainda será analisado pelo Senado.

“O importante é que o debate foi aberto. A regulamentação da Emenda 29 é importante porque cria mais um mecanismo de controle do uso dos recursos da Saúde pelas três esferas de governo, mas não define claramente como vamos financiar o setor ao longo dos anos. O Brasil vai ter que pensar em como fazer isso [financiar a saúde], mas não cabe ao ministro definir, esse é um debate que o Congresso deve fazer”, afirmou.

Padilha destacou que somente no ano passado foram gastos, em recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), aproximadamente R$ 190 milhões em procedimentos decorrentes de acidentes com motos e carros, o que ele classificou como “epidemia que o Brasil tem enfrentado”. Ainda de acordo com o ministro, o SUS registrou, em 2010, 145 mil internações pelo mesmo motivo. Cerca de 35% dos leitos hospitalares nos prontos-socorros do país e quase 40% dos leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) são ocupados por vítimas de acidentes de trânsito.

“Isso traz novas pressões de financiamento para a área da Saúde, mas a preocupação do ministério é fazer mais com o que temos, reduzindo os desperdícios”, acrescentou.
Padilha lembrou que, como parte da política de combate aos gastos desnecessários serão analisados, em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), os relatórios feitos pelas diretorias dos seis hospitais federais que funcionam no Rio de Janeiro. Os documentos foram solicitados após equipes da CGU encontrarem indícios de irregularidades em serviços como limpeza e fornecimento de alimentos nas unidades de saúde, durante auditoria feita a pedido do ministério.

“Seremos incansáveis em relação a isso. O relatório está em análise final e os hospitais estão fazendo suas respostas. Vamos analisar cada detalhe e as auditorias vão continuar, porque queremos que façam parte de uma política permanente em serviços executados pelos governos federal, estaduais e municipais para combater desperdícios”, explicou.

Ele destacou, ainda, que com as medidas de gestão implementadas com esse objetivo, foi possível economizar, somente no primeiro semestre de 2011, cerca de R$ 600 milhões em processos de aquisição de medicamentos e insumos.

O ministro da Saúde participou na manhã de hoje (30) da inauguração da exposição Ver o Peso, do artista goiano Siron Franco, na nova sede do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), no Rio de Janeiro. A obra, composta por 400 balanças sobre as quais são posicionados pés moldados em gesso, além de pratos cheios de remédios para emagrecer, é uma contribuição ao enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis, como a obesidade. A redução das mortes prematuras por esse tipo de doença é uma das prioridades do Ministério da Saúde para os próximos anos.

Gilmar contra a PF



INJUSTIFICÁVEL
Em ofício encaminhado à PF, Gilmar Mendes diz que
privilégio a senador não se justifica
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, está enfurecido com a Polícia Federal. No início do ano, chegou a suas mãos uma denúncia do Ministério Público Federal segundo a qual manobras estariam sendo feitas por agentes da PF para adiar o desfecho de uma investigação contra o senador Gim Argello (PTB-DF). O parlamentar é investigado por ter supostamente desviado recursos públicos, por meio de licitações, quando era vice-presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, entre 2003 e 2004. Ao ler o processo, do qual se tornou relator no STF, Mendes não só endossou os argumentos do MP, como ficou abismado ao tomar conhecimento de que procedimentos básicos e preliminares demoravam demais a serem realizados pela PF porque testemunhas não eram localizadas e autoridades indiciadas recebiam tratamento privilegiado, além do previsto em lei.

O inquérito contra o senador está na Corregedoria da Polícia Federal, em Brasília. Além de Argello, o processo lista como indiciado o deputado distrital Benicio Tavares (PMDB), que presidia a Câmara Legislativa à época. Em ofício encaminhado ao corregedor Valdinho Caetano, ao qual ISTOÉ teve acesso, Mendes deixa clara toda a sua irritação. Pede “mais empenho” à Polícia Federal “na realização de diligências” determinadas pelo STF e diz que “nada justifica o equívoco” da PF ao oficiar Gim solicitando-lhe “marcação de data e hora para inquirições”. Ou seja, para os policiais o próprio senador poderia escolher onde e quando gostaria de ser ouvido. Segundo o ministro, a possibilidade de o senador definir a melhor oportunidade para seu depoimento não se justifica, pois Argello já constava como indiciado e caberia a um delegado definir os critérios para ouvi-lo. Para Mendes, o privilégio de escolher as datas das oitivas limita-se a processos em que a autoridade é testemunha.

Nos bastidores, as falhas nos procedimentos e a morosidade na condução das primeiras etapas das investigações são apontadas como certeza de que o processo, aberto em 2005, não vai dar em nada. E culpados pelo suposto desvio de R$ 2 milhões dos cofres públicos serão beneficiados com a prescrição do crime em 2013. Até hoje, nem sequer a fase de depoimentos de testemunhas e acusados foi concluída. Essa seria, segundo o MP e Mendes, uma das demonstrações de favorecimento aos indiciados. O senador Gim Argello, por exemplo, só foi ouvido em maio: três meses depois da chegada do processo na corregedoria da PF. Procurado, Argello disse que somente no dia 1º de março recebeu um ofício assinado pelo delegado Marcos Paulo Pimentel pedindo que ele comparecesse para depor. “A mim não interessa a prescrição. Sou inocente e quero a sentença do Tribunal atestando isso”, diz o senador.

INVESTIGADO
Gim Argello diz que a prescrição da denúncia não lhe interessa. “Sou inocente”, alega
O parecer de Mendes ressalta também que houve demora injustificada para que a PF ouvisse Ivo Borges de Lima, braço direito de Argello por anos e atual diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Lima já foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal por envolvimento em fraudes em licitações na Câmara Legislativa, onde trabalhou como secretário-executivo. O MP pede que o diretor devolva cerca de R$ 1 milhão aos cofres públicos. O caso também está longe de um desfecho antes da prescrição, que ocorre no próximo ano.

A lentidão do processo, que investiga o senador do PTB e outras figuras públicas do DF, deixou à mostra as divergências entre diferentes órgãos encarregados por investigar e punir corruptos. Enquanto a Procuradoria-Geral da República reclama da lentidão da Polícia Federal e critica o que considera falta de empenho – argumentos que contam com a concordância do ministro Gilmar Mendes –, os policiais se defendem da culpa da iminente prescrição dos crimes. Na última semana, outro episódio ilustrou bem o conflito entre uma das instâncias do Judiciário e a PF. O STJ anulou, alegando falha processual, o processo sobre a Operação Boi Barrica, que investigou o filho do senador José Sarney, no Maranhão. Ao anular a quebra de sigilo bancário e fiscal do empresário Fernando Sarney na Operação Boi Barrica, o STJ desprezou parecer do Ministério Público e decisões do Tribunal Regional Federal e da Justiça de primeira instância. O lamentável jogo de empurra – tanto no caso envolvendo o filho de Sarney quanto no de Gim – é sempre um mau prenúncio de que os processos, de fato, caminham para a prescrição e muita gente graúda sairá ilesa.

Assembleias dos bancários deflagram greve nacional por tempo indeterminado

Os bancários deflagraram greve nacional por tempo indeterminado, a partir de amanhã (27). De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), a paralisação tem o objetivo de pressionar a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) a retomar as negociações e apresentar uma proposta que atenda às reivindicações da categoria. A greve atingirá bancos públicos e privados.

A decisão foi tomada em assembleias realizadas na noite de hoje (26) pelos Sindicatos dos Bancários de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Campo Grande, Mato Grosso, da Paraíba, de Alagoas, do Ceará, do Piauí, Espírito Santo, de Campinas, Piracicaba, Juiz de Fora, Dourados e Vitória da Conquista, conforme levantamento feito até as 20h30.

“Esperamos que a força da greve faça com que os bancos apresentem uma proposta que garanta emprego decente aos bancários. Com lucros acima de R$ 27,4 bilhões obtidos somente no primeiro semestre deste ano, os bancos têm todas as condições de atender as reivindicações da categoria, de modo a valorizar o trabalhador, distribuir renda, reduzir desigualdades e contribuir para o desenvolvimento do país”, disse Carlos Cordeiro, presidente da Contraf.

Os bancos ofereceram reajuste a todos os salários, pisos salariais, benefícios e participação nos lucros e resultados (PLR) de 8% a partir de 1º de setembro de 2011. Já os bancários reivindicam 12,8% de reajuste, sendo 5% de ganho real, e aumento do piso para R$ 2.297,51 (segundo os trabalhadores, pela proposta da Fenaban, o piso subiria para R$ 1.350,00). O PLR pedido é de três salários acrescidos de R$ 4,5 mil.

Em nota, a Fenaban diz que a proposta dos bancos contempla pelo oitavo ano consecutivo correção de salário com aumento real e inclui pisos salariais elevados para uma jornada reduzida. A entidade ressalta que se manteve aberta ao diálogo e apresentou duas propostas econômicas em apenas uma semana. “Por isso, a iminente possibilidade de greve é considerada fora de propósito”. “A Fenaban avalia que qualquer atitude que dificulte o atendimento aos usuários é condenável, principalmente quando a negociação pode continuar e evitar qualquer paralisação”.

TSE decide nesta terça se concederá ou não o registro definitivo ao PSD

Nesta terça (27/9) à noite, o mundo político estará voltado para o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os sete ministros da Corte definirão entre conceder ou não o registro definitivo ao Partido Social Democrático (PSD). Em jogo está a criação de uma legenda que nascerá com até 50 deputados federais e terá um Fundo Partidário de pelo menos R$ 13 milhões, a partir de 2014, nas estimativas mais conservadoras. As projeções mostram, porém, que a nova sigla poderá alcançar a cifra de R$ 20 milhões anuais, valor próximo aos R$ 22 milhões recebidos atualmente pelo DEM, partido que será o maior prejudicado caso o registro do PSD seja aprovado.

O julgamento do processo de criação do PSD começou na última quinta-feira, mas acabou interrompido por um pedido de vista do ministro Marcelo Ribeiro. Antes, somente dois integrantes do TSE haviam votado — Nancy Andrighi a favor do partido e Teori Zavascki, contra. Idealizador do partido, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ex-DEM), passou o dia de ontem em uma reunião sigilosa com lideranças num hotel de São Paulo e trocando telefonemas com o ex-deputado Índio da Costa (RJ), com o secretário-geral da comissão provisória do PSD, Saulo Queiroz, e com o advogado da legenda, Admar Gonzaga.

Kassab está tão confiante na concessão do registro pelo TSE que chegou a debater o rumo que o partido novo terá. No entanto, o prazo apertado para a criação da sigla a tempo de disputar as eleições de 2012 deixou apreensivos os presentes ontem na reunião. “Assim que for criada, a legenda vai atrair novos quadros, principalmente parlamentares”, assegurou o prefeito. No encontro, Kassab tentou tranquilizar os futuros integrantes do partido, que temem o fato de a legenda não ser criada até 7 de outubro, o que inviabilizaria os políticos que buscarão novos mandatos em 2012.

Seis meses depois de anunciar a criação do partido, Kassab já articula as filiações à sigla para que haja tempo hábil de candidatos do PSD disputarem prefeituras e vagas nas câmaras municipais no pleito de 2012. Embora reconheça o risco de o TSE não aprovar o registro da agremiação, o prefeito já trabalha na montagem da estrutura nos estados para que as fichas dos filiados sejam homologas ainda esta semana, a depender da decisão do TSE. A pressa tem uma explicação: para disputar o pleito do ano que vem, o candidato tem de estar inscrito no partido até 7 de outubro.

Cota mínima

Uma eventual negativa do TSE em relação à criação do partido adiaria o projeto de Kassab para as eleições de 2014. Em caso de vitória hoje, o partido terá como missão sobreviver nos próximos três anos com recursos de doações, além da cota mínima do Fundo Partidário, de R$ 537 mil anuais. No entanto, a partir de 2014, o valor pode chegar à casa dos R$ 20 milhões já citados. Somados, os votos dos 49 deputados federais que estão de malas prontas para o PSD totalizam 4,3 milhões. O novo partido também terá dois senadores, os governadores Omar Aziz (AM) e Raimundo Colombo (SC), além de cinco vice-governadores, entre eles o de São Paulo, Guilherme Afif Domingos.

Mais do que a divisão do Fundo Partidário, a oposição — DEM e PSDB — teme o esvaziamento das bancadas e a perda de força. Esses partidos já perderam representantes importantes dos seus quadros, como a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), para o projeto de Kassab. Já o Palácio do Planalto trabalha pela criação do partido e o aumento da base aliada. A nova legenda traz quadros importantes da oposição e capilaridade regional.

Personagens da notícia

Com posições contrárias, duas gaúchas representam o acirrado processo de criação do Partido Social Democrático (PSD), que dividiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A vice-procuradora-geral Eleitoral, Sandra Cureau, defende mais investigações e que a nova legenda ainda não obteve as assinaturas suficientes para obter o registro. Já a ministra Nancy Andrighi, relatora do processo, votou favoravelmente ao partido do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. A queda de braço entre as duas deve ter fim hoje. Cureau, no entanto, não vai participar da sessão. Viajou a trabalho.


Planalto pressiona Sérgio Cabral a aceitar nova proposta dos royalties

A presidente Dilma Rousseff avaliou ontem, durante reunião com representantes do Ministério da Fazenda e de Minas e Energia, que não há mais como a União ceder no debate dos royalties. E que o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), está radicalizando demais o discurso e terá de escolher entre “um mau acordo ou nenhum acordo”, segundo um interlocutor da presidente. O Correio apurou que o máximo que o Planalto concorda em abrir mão é a redução de 50% para 46% das receitas decorrentes das participações especiais. Isso representa uma perda de R$ 4 bilhões na receita da União.

Com isso, o Executivo transferiu em definitivo o debate para o Senado Federal, onde tramita um projeto de lei relatado pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) segundo o qual os estados não produtores deixam de receber metade das receitas que poderiam ganhar com o pré-sal — reduzindo os ganhos de R$ 16 bilhões para R$ 8 bilhões, caso o veto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja derrubado. A União teria uma diminuição de pouco mais Ade R$ 3 bilhões no Caixa. O senador Wellington Dias (PT-PI) tenta costurar acordo para viabilizar a aprovação da matéria.

Mas os estados produtores, principalmente o Rio de Janeiro, teriam que diminuir em aproximadamente 15% as receitas que recebem das petrolíferas. Cabral e os senadores fluminenses, especialmente Francisco Dornelles (PP) e Lindbergh Farias (PT), defendem que a União ou as empresas que exploram os campos de petróleo é que devem abrir mão dos seus ganhos. “Isso está complicando o trânsito do Lindbergh conosco. Ele é da base aliada, mas, nesse caso, está pensando apenas nos interesses do Rio de Janeiro”, reclamou um interlocutor da presidente.

Na avaliação do governo, até mesmo o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), baixou o tom do discurso e percebeu que é melhor chegar a um acordo antes da votação do veto de Lula, marcada para a próxima semana. A matéria ainda não foi a plenário porque o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), adiou a votação para 5 de outubro. Ele convocou uma série de sessões extras para esta semana a fim de “limpar a pauta” e abrir espaço para a votação.

A posição do Rio de Janeiro já não incomoda o governo. A gênese do impasse foi o veto dado por Lula, no fim do ano passado, à emenda Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), que definia a distribuição igualitária dos royalties e das participações especiais do pré-sal por todos os estados brasileiros. Para atender ao amigo Sérgio Cabral, Lula vetou a proposta. Mas os demais estados vão derrubar o veto em plenário e, caso um acordo não seja fechado, a discussão acabará sendo transferida para o Supremo Tribunal Federal.

Turismo suspende repasse a convênios sob investigação

O Ministério do Turismo suspendeu temporariamente a execução e o repasse de recursos de todos os convênios celebrados com entidades privadas sem fins lucrativos, destinados à qualificação dos profissionais do setor de turismo, em especial aqueles firmados no âmbito do Programa Bem Receber Copa, conforme antecipou o Estado. Portaria publicada nesta segunda-feira, 26, no Diário Oficial da União informa que a decisão considerou entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU) acerca dos riscos aos cofres públicos que possam advir dos projetos do programa.


Relatórios do TCU mostraram que parte do dinheiro dos convênios, destinado a treinamento e qualificação de trabalhadores para a Copa de 2014, estava sendo desviado por ONGs ligadas a fundações pertencentes a parlamentares.

A portaria publicada nesta segunda no Diário Oficial determina também o bloqueio das contas específicas dos respectivos convênios e determina à Secretaria Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo e à Secretaria Nacional de Políticas de Turismo que façam o levantamento dos convênios que estão em execução, indicando nome da entidade, espécie e número do instrumento, início e fim da vigência, valores repassados e pendentes, porcentual executado, e dados bancários. Além disso, as secretarias deverão observar o cumprimento da legislação aplicável à matéria, conforme determinação do TCU. 

O ministro Gastão Vieira, no cargo há dez dias, havia informado a decisão de suspender os convênios à ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, na semana passada. "Estamos dando um freio de arrumação", disse Vieira na quarta-feira, 21. "Mandei os técnicos fazerem um levantamento minucioso para identificar em que bancos - se na Caixa Econômica ou no Banco do Brasil - estão os recursos repassados a esses convênios."

A meta do Bem Receber Copa é qualificar 306 mil pessoas até 2013. No Conselho Nacional de Turismo, que reúne 71 entidades, ficou acertado que o melhor seria que as entidades empresariais fossem as executoras do programa nos respectivos segmentos, como bares, restaurantes e hotelaria. Um exemplo é a Associação Brasileira da Indústria Hoteleira, que tem um instituto ligado a ela, o IBH.

Contrário a novo imposto para saúde, Jorge Gerdau diz que é preciso aprimorar gestão

Após reunião da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade que discutiu entre outros temas a gestão da saúde no país, Jorge Gerdau disse que é contrário à criação de um imposto para financiar a saúde até que se tenha aprimorado a gestão da área.
 
“Enquanto houver deficiências de gestão como se tem na área de saúde não se deve criar mais impostos. Sou contra qualquer aumento de imposto enquanto eu não possa dizer: esgotei minha melhoria de gestão”, destacou o presidente da câmara. “O país tem que aprender a gerenciar sem fazer aumento da carga tributária”, completou. Ele citou que o Ministério da Saúde já fez evoluções na melhoria dos contratos de compra, chegando a economizar cerca de R$ 700 milhões.

Aprimoramentos de gestão na área da Justiça e nas obras para a Copa do Mundo de 2014 também foram temas da reunião de hoje, que teve a presença da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Em relação à Copa, Gerdau disse que, embora houvesse preocupação com estádios e aeroportos, a avaliação é que “a fotografia geral é boa”.

“Na parte dos aeroportos, que é tema mais complexo, verifica-se que o sistema de concessões está no final das análises jurídicas necessárias. Os estádios vão estar em condições de realizar os jogos. Até estar pronto, não se deve estar tranquilo, mas acho que as coisas estão andando.”

Como é empresário, Jorge Gerdau fez uma análise sobre a alta do dólar, a pedido dos jornalistas. “É preciso ficar atento, porque a mudança de patamar foi muito rápida. Se comparar os preços de produtos no Brasil com preços internacionais você tem um real sobrevalorizado. Tem que se deixar o mercado trabalhar. Neste momento, a instabilidade talvez seja mais causada pela não confiabilidade do euro, e isso tem consequências em relação ao Brasil."

Relatora do registro do PSD vota a favor da criação da sigla

A ministra Nancy Andrighi, relatora do pedido de registro do PSD no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entendeu que a sigla cumpriu todos os requisitos necessários para obter o aval da Justiça Eleitoral. Andrighi foi a primeira a votar no julgamento que ocorre na noite de hoje (22) no tribunal. Ainda votarão mais seis ministros.
 
A ministra entendeu que PSD conseguiu 514,9 mil apoiamentos válidos, cerca de 24 mil a menos que a legenda declarara ter obtido (538,2 mil). O número caiu devido a “operações matemáticas” feitas por Andrighi para excluir a possibilidade de duplicidade. A legislação determina que o partido em criação deve reunir pelo menos 0,5% do número do total de votos dados na última eleição para a Câmara do Deputados, cerca de 490 mil assinaturas. A ministra também entendeu que o PSD comprovou a criação da sigla em 16 estados, sendo que a legislação cobra apoiamento mínimo em nove unidades da federação.

Andrighi também entendeu que o partido poderia ter anexado certidões de apoiamento fornecidas por cartórios eleitorais durante a tramitação do processo no TSE. A ministra aceitou, inclusive, certidões de cartórios eleitorais onde o PSD não foi criado regionalmente. Esse é um dos principais pontos destacados pelas ações contrárias à criação do PSD, como a do Ministério Público e a do DEM, que alegam que o processo de registro nacional deve chegar ao TSE com todas as certidões aprovadas pelos tribunais regionais eleitorais (TREs).

“As certidões dos cartórios firmadas após as consolidações dos TREs ou depois do registro regional devem ser computadas e fazer parte do processo de registro do TSE porque têm a mesma validade dos TREs. A única diferença é que não integraram a consolidação dos tribunais”, disse Andrighi.

Para a relatora, a liberação do partido não impede o Ministério Público de apurar denúncias que surgiram ao longo do processo. “Eventuais índicos de ilícitos no processo de coleta de apoiamento estão submetidos ao crivo do Ministério Público Eleitoral, titular da ação penal, que poderá requerer a instauração de inquérito criminal”.

Corrupção pode ser mais prejudicial ao combate à pobreza do que crise econômica, diz diretor do Pnud

A corrupção pode ser um entrave maior do que uma crise econômica quando o assunto é combater a pobreza no mundo. A avaliação é de Selim Jahan, diretor do Grupo de Redução da Pobreza do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), sediado em Nova York, nos Estados Unidos.
 
O diretor reconhece que a crise econômica vivida pelos Estados Unidos e pela Europa afeta o trabalho de diminuição do número de pobres no mundo porque diversas nações dependem da ajuda externa vinda de países mais ricos para combater a pobreza, principalmente os da África. Ele alerta que a corrupção também tem impacto negativo, porque o dinheiro a ser usado é perdido.

“Pode-se dizer que sim [que a corrupção pode ser pior que a falta de dinheiro]. Quando você tem falta de dinheiro, você não tem dinheiro. Quando você tem corrupção, você tem dinheiro, mas o perde”, disse Jahan, em entrevista exclusiva à Agência Brasil, durante sua passagem pelo país para participar de reuniões no Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG), uma parceria do Pnud com o governo brasileiro.

“O uso ineficiente dos recursos e pouco dinheiro têm o mesmo efeito”, acrescentou o economista. Segundo ele, nações como Mali e Serra Leoa já estão em busca de outros países desenvolvidos que possam ajudá-los.

Selim Jahan destaca que há conhecimento de que a corrupção está instalada dentro do Poder Público de países pobres e emergentes. As Nações Unidas têm estimulado essas nações a usar mecanismos para dar transparência aos gastos governamentais. Ele cita uma experiência na Índia em que gestores locais colocam em um mural público quanto dinheiro há disponível e o montante gasto.

Segundo Jahan, diminuir a burocracia também contribui para evitar a corrupção. “Em algumas sociedades, a corrupção é institucionalizada. Isso ocorre por muitas razões. Uma delas é que, às vezes, existem muitas regras. Se você é o responsável por essas regras, você sempre pode usá-las para conseguir dinheiro dos outros. Se você simplifica essas regras e dá transparência aos gastos, você pode reduzir a corrupção”, explicou.

A primeira das oito Metas do Milênio, propostas pelas Nações Unidas, é reduzir pela metade o número de pessoas na extrema pobreza até 2015. O Brasil já atingiu essa meta.

FBC anuncia investimentos para Petrolina

O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, esteve nesta quinta-feira (22) em Petrolina, onde anunciou mais de R$ 100 milhões em investimentos para o município. O evento aconteceu na Codevasf, e reuniu o presidente em exercício da Companhia, Clementino de Souza Coelho, os deputados federais, Gonzaga Patriota e Fernando Filho, os deputados estaduais, Odacy Amorim e Adalberto Cavalcante, o presidente da Compesa, Roberto Tavares, o secretário de Agricultura de Pernambuco, Ranilson Ramos e vereadores.
Entre os investimentos, foi  autorizado o processo licitatório para recuperação das estradas internas do perímetro de irrigação Nilo Coelho. As obras envolvem recursos da ordem de R$ 21 milhões. Os investimentos irão proporcionar melhoria nas condições de tráfego no local, bem como o escoamento da produção agrícola pelas famílias de produtores.

Na oportunidade, a Codevasf e a Compesa assinaram termo de compromisso para execução de obras e transferência com encargo, envolvendo recursos da ordem de R$ 18 milhões. Pelo acordo, as empresas propõem a união de esforços para desenvolvimento de atividades de interesse comum abrangendo o repasse de recursos para elaboração de projetos e execução das obras para implantação e/ou melhorias no sistema de abastecimento de água e no sistema de esgotamento sanitário das agrovilas e pequenas localidades em Petrolina. A ação inclui o trabalho sócio-ambiental e elaboração de um modelo de gestão dos sistemas. 


Foram entregues ainda quatro caminhões que irão fazer a manutenção da rede de esgoto da cidade de Petrolina, como parte de um convênio celebrado entre a Codevasf e a Compesa, no valor de R$ 65 milhões. O investimento faz parte das ações da Codevasf no âmbito do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.

FBC: 'Se fosse prefeito estaria cumprindo o contrato que Petrolina tem com a Compesa'

Durante visita a Petrolina nesta quinta-feira (22), o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, declarou que não municipalizaria o serviço de água e esgoto do município, projeto criado por ele durante sua última gestão à frente da Prefeitura e retomado recentemente pelo atual prefeito Julio Lossio. O “Águas de Petrolina” prevê a criação de uma empresa municipal que deverá administrar a distribuição de água e tratamento de resíduos na cidade.

Segundo Bezerra Coelho, no período em que governou o município, os investimentos da Compesa eram praticamente inexistentes e por isso tinha necessidade de buscar encaminhamentos para enfrentar a questão. “Depois de minha saída da prefeitura, Odacy Amorim decidiu, e ao meu ver decidiu bem, assinar um contrato de concessão de serviços de água com a Compesa, no qual há responsabilidades e obrigações entre as partes”, afirmou.

De acordo com o ministro, os investimentos que antes faltavam hoje estão ocorrendo. “Não tenho nenhum constrangimento de dizer que se fosse prefeito de novo eu estaria cumprindo o contrato que Petrolina tem com a Compesa e ajudando, facilitando, criando um ambiente de diálogo, de cooperação para que os investimentos cheguem”, disparou.

Integração e governo de Pernambuco firmam termo de compromisso para região do Araripe

Termo de compromisso firmado, nesta terça-feira (20), entre o Ministério da Integração Nacional e o governo de Pernambuco vai destinar R$ 6,5 milhões para a implementação do Programa de Desenvolvimento Florestal Sustentável da Região do Araripe Pernambucano, abrangendo 15 municípios. Assinaram o documento o ministro Fernando Bezerra Coelho e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Os recursos federais previstos no termo, da ordem de R$ 5,86 milhões, serão repassados por meio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), vinculada ao Ministério da Integração Nacional. O governo pernambucano entrará com a contrapartida de R$ 583 mil.

O programa, que será implementado pelo Instituto Agronômico de Pernambuco, tem como objetivos específicos a elaboração do zoneamento agroecológico da região do Araripe; elaboração e implementação de planos de manejo florestal demonstrativos; realização de oficinas de capacitação técnica; elaboração e implementação de 15 projetos piloto de recuperação de áreas degradadas; e atração de investimentos para a região.

Deputado afirma que 30% dos colegas da Assembleia de SP vendem emendas

Denúncia do deputado Roque Barbiere (PTB) sobre maracutaia na Assembleia Legislativa de São Paulo é alvo de investigação do Ministério Público Estadual. Segundo Barbiere, "tem bastante" parlamentar ganhando dinheiro por meio da venda de emendas e fazendo lobby de empreiteiras junto a administrações municipais. "Não é a maioria, mas tem um belo de um grupo que vive e sobrevive e enriquece fazendo isso", afirma. 

Ele estima que entre 25% e 30% dos deputados adotam essa rotina. A Assembleia paulista abriga 94 parlamentares. É o maior Legislativo estadual do País. Pelas contas de Barbiere, cerca de 30 pares seus se enquadram no esquema de tráfico de emendas.

O petebista, pelos amigos e eleitores chamado Roquinho, não cita nomes. Sua explicação. "Poderia (citar), mas não vou ser dedo-duro e não vou citar." Dá uma pista. "Mas existe, existe do meu lado, existe vizinho, vejo acontecer. Falo para eles inclusive para parar."

Procurado a Barbieri e seus assessores nos últimos dias. Foram deixados recados no gabinete, no escritório político e no celular do deputado. Ninguém respondeu.

Revela-se um conselheiro daqueles que trilham o caminho do desvio. "Aviso que se um dia vier a cassação do mandato deles para não vir me pedir o voto que eu vou votar para cassá-los. Mas não vou dedurar."


Emenda 29 passa na Câmara, mas sem CPFM

A Câmara rejeitou na quarta-feira, 21, a criação de um imposto para a saúde, nos moldes da antiga CPMF, ao vetar um dos artigos do projeto de lei complementar que regulamenta os gastos públicos para o setor. Apenas a bancada do PT, partido da presidente Dilma Rousseff, votou a favor da nova taxa, deixando claro que vai trabalhar pela criação do tributo.

O projeto que regulamenta a Emenda 29, no entanto, foi aprovado pela Casa e agora seguirá para o Senado. Na votação de quarta-feira, o PT votou a favor da instituição da Contribuição Social para a Saúde (CSS), incluída na proposta pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A posição dos petistas converge com o desejo da presidente Dilma Rousseff de encontrar uma nova fonte de recursos voltada exclusivamente para custear ações do setor.

Mas, sem ceder à pressão dos governadores, a Câmara terminou a votação do projeto que regulamenta a Emenda 29 excluindo a CSS. O placar registrou 355 votos contrários à nova contribuição, 76 a favor e 4 abstenções. A proposta, cujo texto principal já havia sido aprovado em 2008, estava pendente apenas da votação do artigo, rejeitado na quarta-feira, que previa a base de cálculo da CSS. Sem esse artigo, fica inviabilizada a cobrança da contribuição.

A intenção de buscar uma solução para custear gastos na saúde desagradou ao líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). Em um discurso enfático, com toques de ironia, ele transferiu para o Senado, onde o projeto terá de ser votado, o encargo de descobrir a fonte de recursos defendida pelos governadores e pela presidente da República.

Henrique Alves lembrou que o Senado derrubou, em dezembro de 2007, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e a base governista na Câmara acabou ficando com o encargo de criar a CSS para substituir os recursos para a saúde. "Senadores, o abacaxi agora passa para as mãos dos senhores e senhoras. Quando vocês chegarem a uma conclusão, nós estaremos esperando ansiosos a sábia proposta dos senhores", disse o líder do PMDB. Ele propôs um pacto para que a Câmara não se desgaste em busca alternativas.



Enquete mostra intenção de votos em Lagoa Grande


Uma enquete que durou 25 dias, mostra que a população lagoagrandense espera que haja mudanças para eleição 2012.

Veja o resultado final:


Em breve estaremos perguntando sua opinião sobre sua preferência pelo vereadores.

Deputado destinou R$ 3 milhões para fundação ligada ao PSC em 2010

Belo Horizonte — Parlamentares promovem uma ginástica para driblar a legislação do financiamento de campanha e turbinar o desempenho eleitoral a partir de emendas parlamentares. A análise dos dados do Orçamento Brasil 2010, cruzada com informações sobre doação da campanha eleitoral, revela que o deputado federal Filipe Pereira (PSC-RJ) conseguiu transferir, por meio de uma emenda para o partido, praticamente o mesmo valor que a agremiação investiu em sua campanha à Câmara. Uma ginástica fez com que o recurso público viajasse mais de 400km entre o Rio de Janeiro e Belo Horizonte, sede da Fundação Instituto Pedro Aleixo, mantida pelo PSC, e beneficiária da iniciativa.

Com base em dados do Orçamento Brasil 2010, boa parte das emendas apresentadas pelos 513 deputados naquele ano foi destinada a estados onde eles não são votados. A manobra, como mostrou o Correio na edição de domingo, serve para esconder os verdadeiros interesses dos parlamentares — financiamento eleitoral, tráfico de influência e reforço para ONGs sob suspeita. Conforme dados do Orçamento Brasil 2010, 74 parlamentares destinaram 165 emendas “forasteiras”, no valor de R$ 136,3 milhões. Os cofres mais atacados são os do Ministério do Turismo, da Ciência e Tecnologia e de fundações ligadas ao Ministério do Trabalho.

É fácil compreender o toma lá, dá cá quando se conhece os números da farra. Em 2010, ano eleitoral, Filipe Pereira enviou uma emenda no valor de R$ 3 milhões para a Fundação Instituto Pedro Aleixo, com sede na Zona Leste da capital mineira, onde nasceu o partido. Como retribuição, Pereira contou com apoio irrestrito do PSC, que foi o principal patrocinador da campanha do parlamentar, com investimento de R$ 3,205 milhões, 95% de todas as doações recebidas por ele.

Na verdade, os valores também revelam um salto significativo no volume de recursos da campanha de Pereira. No ano de 2006, sua primeira eleição, foram aplicados modestos R$ 258,1 mil, ou seja, menos de 10% do total obtido quatro anos depois. O Correio tentou falar com representantes da fundação, mas na sede do PSC, que funciona ao lado da entidade, a informação era de que não havia funcionários.

Longe de casa

Filipe Pereira também investiu em uma organização não governamental de Brasília, a Plural Brasil, que promove eventos para a divulgação do turismo interno. Mandou R$ 1,5 milhão para a entidade, esquecendo-se do Rio de Janeiro, sua base eleitoral e maior polo turístico do país. A ONG Plural Brasil também recebeu outro aporte de R$ 1,5 milhão em emendas do parlamentar Hugo Leal, vice-líder do governo na Câmara, que ainda desprezou a capacidade turística da Cidade Maravilhosa. Os deputados não retornaram os pedidos de entrevista.

E por falar em excelência em turismo, o deputado federal Aelton Freitas (PR-MG) inovou e prestigiou o seu estado de forma inusitada: apresentou emenda no valor de R$ 2,5 milhões destinada à ONG Centro de Capacitação, Treinamento e Cultura Terra Verde, com sede em Belo Horizonte. O dinheiro serviu para “alavancar a indústria da cultura para a comemoração dos 50 anos da cidade de Brasília”, a 748 quilômetros da capital mineira.

Chávez faz hoje a quarta sessão de quimioterapia em Cuba

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, começa nesta segunda-feira (19) mais uma etapa do tratamento de combate ao câncer, em Havana, Cuba. É a quarta sessão de quimioterapia, que ele disse esperar ser a última. Paralelamente, Chávez pretende ter reuniões de trabalho com os presidentes de Cuba, Raúl Castro, e da Bolívia, Evo Morales, que visita Havana esta semana.

Ontem (18) Castro recebeu no aeroporto Chávez e Morales. Em entrevista à VTV, o presidente venezuelano disse que este ciclo do tratamento em Cuba “permitirá dizer adeus ao câncer”. “O mais provável é que seja o último e já viraremos essa página. Adeus ameaça de câncer. Vamos à vida. O caminho vai ser longo e a batalha que vem é dura, aqui em nossa América”, disse o venezuelano.

Em junho, Chávez foi operado em Cuba. Na ocasião, ele divulgou ter retirado um abcesso da região pélvica. Em seguida, confirmou estar com câncer. Durante o tratamento, o presidente venezuelano perdeu cerca de 20 quilos e ficou careca. Ele prometeu que em dezembro retomará todas suas atividades.

Na visita a Cuba, o presidente da Bolívia vai receber da Universidade de Havana o título de doutor honoris causa em ciências políticas e terá outras atividades. A última visita do boliviano a Cuba foi em junho de 2009.

Em 19 de julho de 1902, Cuba e a Bolívia estabeleceram relações diplomáticas. Depois, os dois países romperam e novamente retomaram as relações políticas, diplomáticas e econômicas em 11 de janeiro de 1983.

Dilma defende quebra de patentes de medicamentos

Dilma reafirma em Nova Iorque que saúde da mulher é prioridade de seu governo
Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência da República
A presidente Dilma Rousseff voltou a defender a quebra de patente de alguns medicamentos para tratamento de algumas doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e hipertensão e acesso gratuito a medicamentos para população de baixa renda para tratar essas doenças. Dilma falou nesta segunda-feira (19) na abertura da reunião sobre o tema na sede da Organização das Nações Unidas (ONU).

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Segundo ela, 72% das causas não violentas de óbito entre pessoas com menos de 70 anos são com pessoas com essas doenças.

"O Brasil defende acesso a esses medicamentos", disse Dilma, lembrando que uma das primeiras medidas do seu governo foi aumentar acesso para pacientes com hipertensão e diabetes, possibilitando o acesso gratuito a esses medicamentos, por meio do Programa Saúde Não Tem Preço, que distribui remédios a 20 mil farmácias publicas e privadas. "A defesa ao acesso dos medicamentos e prevenção devem andar juntos", ressaltou.

Bancada pernambucana toma café com o governador e reafirma apoio a Ana Arraes

Esteve reunida logo cedo da manhã quase toda a bancada pernambucana do Congresso Nacional. No café servido pelo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, o governador Eduardo Campos agradeceu o empenho de todos na candidatura de sua mãe, a deputada Ana Arraes (PSB), ao posto de ministra do Tribunal de Contas da União (TCU).

Segundo o deputado federal Fernando Ferro (PT), a reunião serviu para que fosse feita uma avaliação dos papeis de cada um na disputa, além de reafirmar  a necessidade de que as articulações não podem parar até a quarta-feira - dia da eleição.

"No café da manhã, o governador fez breve discurso de agradecimento e pediu para que fossem intensificadas as articulações em torno do nome de Ana Arraes", explicou Ferro.

Da oposição, estiveram presentes os deputAdos Bruno Araújo e Augusto Coutinho, o que, segundo Ferro, significa dizer que toda a bancada pErnambucana está com a mãe do governador, "mesmo os que não estiveram presentes já sinalizaram apoio".

A única que, declaradamente, não votará em Ana Arraes é a comunista Luciana Santos, que é do mesmo partido que o principal concorrente da pernambucana, Aldo Rebelo.

DEM envia ao TSE vídeos com supostas fraudes em assinaturas do PSD

O DEM anexou ao processo em tramitação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a criação do PSD vídeos com depoimentos de eleitores que assinaram a lista de apoiamento para o novo partido em troca de cestas básicas. O Estado revelou nesta quinta-feira, 15, o uso deste expediente na cidade de São Salvador do Tocantins. No vídeo entregue pelo DEM há ainda depoimento de eleitores de Crixás (TO) confirmando a utilização do mesmo método. A gravação foi encaminhada para a ministra Nancy Andrigui com a solicitação de envio para o Ministério Público Eleitoral (MPE). Ainda na quinta-feira, a subprocuradora eleitoral, Sandra Cureau, defendeu a realização de diligências para investigar as suspeitas de irregularidades na coleta de assinaturas e ameaçou dar parecer contrário à criação do PSD. 


Marcelio, morador de Crixás-TO, diz que assinou
documento para receber cesta básica
Reprodução/TV Estadão
A aposentada Floripe de Souza Póvoa, que mora em São Salvador do Tocantins, aparece no vídeo contando que diversas pessoas na cidade receberam as cestas básicas e tiveram que assinar um documento. “Aqui foi todo mundo, minhas três filhas todas receberam e assinaram.” Em entrevista ao Estado publicada na quinta-feira, 15, Floripe disse desconhecer que o documento era de apoiamento ao PSD. Segundo ela, foi informado aos moradores se tratar de um cadastro do governo do Estado.

Também moradora de São Salvador do Tocantins, Ronilda Bispo de Souza Silva aparece no vídeo dizendo ter recebido a cesta básica do vereador Washington Milhomen (PR), conhecido na cidade como Pezão. Ela afirma que as cestas teriam sido mandadas por Kátia Abreu, senadora que é uma das fundadoras do PSD.

O pedreiro Marcelio Lima da Silva, de Crixás, afirma que as cestas básicas foram distribuídas na cidade de forma semelhante ao que o Estado revelou ter acontecido no outro município do interior do Tocantins. “Entregaram as fichas na rua para não bagunçar. Entregava a ficha e pegava a cesta”. Ele também diz ter assinado uma protocolo que seria para comprovar o recebimento do alimento. Silva disse não saber que a lista era para o apoiamento do PSD.

Outra eleitora, Maria Osalisse Ribeiro Dourado disse não ter recebido explicações sobre o motivo para assinar algum documento para receber a cesta básica. Ela também afirmou que as cestas teriam vindo do governo do Estado.

O PSD nega envolvimento com a distribuição de cestas básicas e diz defender a punição de eventuais culpados. Kátia Abreu também diz não “compactuar” com o uso da troca de alimentos por assinaturas e defendeu punição severa se confirmadas as denúncias. O vereador Pezão nega que tenha havido a vinculação entre a distribuição das cestas e a coleta de assinaturas, enquanto o governo do Estado diz ter enviado as cestas básicas para associações de moradores e não para políticos realizarem a distribuição.


O vídeo entregue pelo DEM contem depoimentos de outros eleitores das cidades de São Salvador do Tocantins e Crixás. Não há, porém, identificação precisa dos eleitores. Por isso, o Estadão.com.br cortou os depoimentos de quem não foi identificado.

Dilma pede a novo ministro do Turismo prioridade a ações para Copa do Mundo

O deputado federal Gastão Vieira (PMDB-MA), escolhido ontem (14) pela presidenta para assumir o Ministério do Turismo, disse hoje (15) que recebeu de Dilma Rousseff a orientação para que priorize ações voltadas para a Copa do Mundo de 2014.

Ao chegar no Fórum Nacional do PMDB, em Brasília, o futuro ministro contou que sugeriu à presidenta dois programas de capacitação de mão de obra, inclusive com cursos de línguas e a parceria com a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE) para a aplicação desses cursos.

Há pouco mais de um mês, o Ministério do Turismo foi alvo da Operação Voucher, da Polícia Federal, que investigou convênios da pasta com uma empresa responsável por realizar cursos de capacitação de mão de obra no Amapá. A operação resultou na prisão e afastamento de 36 servidores do órgão, inclusive o então secretário executivo da pasta Frederico da Silva Costa.

Ainda na noite de ontem, Gastão esteve reunido com Dilma, depois que o ministro Pedro Novais entregou carta de demissão motivada por suspeitas de uso indevido de recursos públicos. Gastão passou toda a manhã de hoje no Ministério do Turismo reunido com Novais para conhecer detalhes do funcionamento da pasta. A posse do novo ministro deve ocorrer amanhã (16), em cerimônia no Palácio do Planalto.

Gastão negou que a proximidade que tem com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), vá interferir na sua gestão. “Absolutamente, há muito tempo sou ligado à família Sarney e ele sempre me respeitou como parlamentar. Exerci meus cinco mandatos e ele nunca pediu para que eu fizesse ou deixasse de fazer nada”.

Novo ministro é acusado de usar indevidamente apartamento funcional

Mal foi indicado para ocupar o ministério do Turismo, o deputado federal Gastão Vieira (PMDB-MA) já enfrenta primeira acusação de improbidade antes mesmo de tomar posse. Segundo informação divulgadas no blog do jornalista Josias de Souza, Gastão Vieira teria usado indevidamente um apartamento funcional da Câmara dos Deputados em 2009, quando esteve licenciado do mandato para chefiar a Secretaria de Planejamento do Maranhão.

Segundo o jornalista, na época, o deputado cedeu o imóvel a duas filhas, o que é proibido segundo ato oficial da Mesa Diretora da Casa. Segundo a norma, apartamentos oficiais só podem ser utilizados por deputados em efetivo exercício do mandato. Em caso de licença, o parlamentar é obrigado a devolver o imóvel.

Apesar da proibição, o deputado licenciado conseguiu uma decisão excepcional da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, na época, chefiada pelo então vice-presidente Michel Temer. Segundo o blog, o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), que então ocupava a 4ª Secretaria da Câmara, reconheceu que a permissão não tinha amparo legal.

Setor de serviços gerou o maior número de empregos em agosto

O setor de serviços foi o responsável pela maior geração de empregos em agosto, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quarta-feira (14/9) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Foram criados 94.389 postos no setor. Em seguida, vêm o comércio, com 44.336 vagas, e a indústria de transformação, com 35.914.

Entre os estados, São Paulo registrou o maior número de novos postos com carteira assinada (53.033). O Rio de Janeiro é o estado onde houve a segunda maior geração de empregos, com 19.865 vagas, seguido de Pernambuco, com 18.613.

Entre as regiões, a Sudeste teve o maior número de empregos criados em agosto (74.895), seguida da Nordeste (59.513) e da Sul (27.457). As regiões Centro-Oeste e Norte geraram, respectivamente, 15.096 e 13.485 empregos.

No total, foram criadas 190.446 vagas em agosto e, no acumulado do ano, 1,82 milhão. Segundo o Ministério do Trabalho, a geração de empregos este ano deverá ficar um pouco abaixo da meta de 3 milhões de empregos, entre 2,7 milhões e 2,8 milhões.

Queda na geração de emprego na indústria automobilística preocupa o governo

A indústria automobilística é um dos setores que preocupam no que diz respeito à geração de empregos, segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi. Segundo ele, o setor apresentou uma queda de cerca de 40% na criação de empregos entre agosto do ano passado e igual período deste ano.

Em agosto do ano passado, foram gerados 5.606 empregos. Este ano, o mês terminou com 3.366 postos de trabalho criados. “Temos uma concorrência muito forte das importações, elas cresceram muito, os estoques estão elevados e muitas indústrias estão reduzindo as horas extras e algumas estão dando férias coletivas. Acho que temos que ficar muito atentos a esse setor”, disse o ministro nesta quarta-feira (14/9), durante a apresentação dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Lupi destacou que o governo precisa ter uma atenção especial com o setor. “Essa indústria sofre uma concorrência desleal dos importados, que estão chegando muito mais baratos. Há uma concorrência com os carros chineses, com os coreanos, os importados da Argentina. Temos que ter muita atenção porque eu defendo a indústria nacional, ela é quem gera emprego no Brasil”.

Apesar do baixo desempenho da indústria automobilística, o ministro do Trabalho disse acreditar que a indústria de transformação será um dos setores que irão puxar a elevação do nível de emprego. Dentro desse setor, a indústria de produtos alimentícios deve ser um dos destaques, junto com os setores de serviços e de comércio que, no segundo semestre, têm uma elevação dos empregos motivada pelas festas de fim de ano.

Em agosto, foram criados 190.446 empregos com carteira assinada no país e, no acumulado do ano, 1,82 milhão. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, em 2011, o saldo deverá ficar entre 2,7 milhões e 2,8 milhões, abaixo dos 3 milhões anunciados anteriormente.

Salário mínimo deve chegar a R$ 817 em 2015, um reajuste de 50%

A presidente Dilma Rousseff pretende reajustar o salário mínimo em 50% nos próximos quatro anos. O aumento representa mais que o dobro da inflação prevista para seu mandato e supera os 43,42% concedidos durante a segunda etapa do governo Lula. Com isso, o piso salarial do país passará dos atuais R$ 545 para R$ 817,97 no início de 2015. Os novos valores do mínimo estão no Plano Plurianual (PPA) que o governo encaminhou ao Congresso em 31 de agosto com o Projeto de Lei do Orçamento Geral da União de 2012.

Para definir os aumentos do salário mínimo, o governo considerou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas do país em um ano) de 5% em 2012 e de 5,5%, em média, de 2013 a 2015. No ano que vem, o novo valor será de R$ 619,21, o que corresponde a uma alta de 13,6%. Nos dois anos seguintes, o reajuste ficará na casa dos 9%: R$ 676,18 em 2013 e R$ 741,94 em 2014. A fórmula de elevação do mínimo resultou de um acordo entre o governo Dilma e as centrais sindicais e leva em conta a variação do PIB dos dois exercícios anteriores ao do reajuste e a inflação dos últimos 12 meses.

Bom para quem ganha o salário mínimo, ruim para as contas da Previdência Social e dos estados e municípios que pagam esse piso. Para compensar o ganho acima da inflação, a arrecadação da Previdência e das prefeituras precisa subir na mesma proporção. A cada R$ 1 de aumento no mínimo, as contas da Previdência aumentam em R$ 300 milhões. Só em 2012, com o reajuste do mínimo em 13,6%, o impacto para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) será de R$ 13,3 bilhões — e nas contas públicas, incluindo a folha de estados e municípios, alcançará R$ 21,5 bilhões.

Pressão nos preços

Na Previdência, são pelo menos 16 milhões de segurados beneficiados. Já os que ganham acima do piso — cerca de 9 milhões de aposentados e pensionistas — terão reajuste equivalente à inflação. Isso fará com que seus benefícios diminuam em número de salários mínimos, com muitos deles passando a ganhar exatamente o piso.

Outro efeito da maior renda disponível nas mãos dos trabalhadores e aposentados é a pressão sobre o consumo e os preços, uma bomba inflacionária. “Será muito bom para quem recebe o salário mínimo. Para a economia, é uma pressão permanente na inflação”, avisa o economista-chefe da Convenção Corretora, Fernando Montero. Ele fez as contas e acha ser viável o reajuste previsto pela presidente Dilma. “Considerando a meta de inflação e crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) previstos, o aumento real seria de 5%. Está dentro das expectativas”, avaliou.

Ganho real

Para o economista do Espírito Santo Investiment Bank Flávio Serrano, o fato de os reajustes acima da inflação estarem previstos em lei pode gerar um problema nas contas públicas. A seu ver, caso o país não consiga bater as metas de arrecadação previstas, “o Tesouro não conseguirá custear o aumento, o que acarretará deficit”. Serrano lembra ainda que os trabalhadores que não tiverem o mesmo ganho ficarão no prejuízo. “Haverá uma transferência de renda. Alguns perderão poder de compra, por causa da inflação. Mesmo assim, não é um absurdo”, disse.

O economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de
Freitas, concorda sobre os efeitos no custo de vida. “O aumento do mínimo sempre tem impacto inflacionário nas despesas públicas por conta da Previdência, principalmente se a economia estiver aquecida”, destacou. Esse fato ocorre, explicou Carlos Thadeu, quando os salários têm ganho real sem elevação da produtividade.

Simples das domésticas

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, entregou à presidente Dilma Rousseff proposta de redução da contribuição previdenciária dos empregadores e empregadas domésticas, o Simples da categoria. Pelo texto, cada parte passaria a recolher 7% do salário. Hoje, eles pagam 12% e 8%, respectivamente. Os patrões poderiam ainda abater integralmente sua parte do Imposto de Renda.

Deputado Gastão Vieira (PMDB) assume Ministério do Turismo

O deputado Gastão Vieira (PMDB-MA) será o novo ministro do Turismo, informou na quarta-feira a Presidência da República. O parlamentar foi convidado pela presidente Dilma Rousseff depois que Pedro Novais pediu demissão do cargo. Vieira está no quinto mandato de deputado e é advogado.

Novais é o quinto ministro a deixar o governo Dilma em pouco mais de três meses, após as saídas de Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Nelson Jobim (Defesa) e Wagner Rossi (Agricultura).

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo publicada na quarta acusou Novais de usar um funcionário contratado pela Câmara dos Deputados como motorista de sua mulher. Na véspera, o jornal já havia afirmado que Novais, de 81 anos, usou recursos da Câmara quando era deputado para pagar o salário de uma empregada particular.

Neste ano o Ministério do Turismo foi alvo da Operação Voucher, da Polícia Federal, que investigou desvio de recursos públicos destinados a convênios realizados pela pasta. Na ocasião, 36 pessoas foram presas, entre elas o então secretário-executivo e número dois da pasta Frederico Silva da Costa.

Oposição pede adiamento, mas Plenário aprova MP que destina recursos para escolas

Apesar do apelo de parte da oposição para que a votação fosse adiada, o Senado aprovou nesta quarta-feira (14) o Projeto de Lei de Conversão (PLV) 22/2011, que autoriza a União a transferir recursos para a manutenção de escolas de educação infantil. Os oposicionistas disseram ser a favor do mérito do projeto, proveniente da Medida Provisória (MP) 533/2011, mas argumentaram que os recursos para sua execução ainda não estão disponíveis. 

Os recursos serão garantidos pelo projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) 6/2011, que abre ao Orçamento Fiscal da União crédito especial de R$ 88,3 milhões em favor do Ministério da Educação. A votação está marcada para a sessão do Congresso Nacional que será realizada nesta quinta-feira (14) ao meio dia. De acordo com o líder do DEM, senador Demóstenes Torres (GO), aprovar o PLV sem ter os recursos garantidos é fazer demagogia.

- Nós teremos o ridículo de ter uma medida provisória que será convertida em lei sem nenhuma efetividade porque não tem dinheiro. Quero dizer, então, que estaremos fazendo nada mais nada menos que demagogia - afirmou o senador, que votou a favor da matéria por ser favorável ao mérito.

Apesar dos apelos e do compromisso assumido pela oposição de votar a favor da matéria após a aprovação do crédito especial, o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), disse temer que a medida não fosse votada até a data em que expiraria e defendeu a votação. 

- Nós vamos votar uma matéria que autoriza despesa, que cria o programa, mas, efetivamente, a despesa só se dará no momento em que o crédito orçamentário for aprovado. Uma coisa, efetivamente, não depende da aprovação da outra - defendeu. 

Rito das MPs

Os senadores oposicionistas também lembraram a falta de definição da Câmara dos Deputados sobre a PEC 11/2011, que altera o rito de tramitação das medidas provisórias. O texto, do senador José Sarney (PMDB-AP), já foi aprovado pelos senadores e agora aguarda designação de relator na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. 

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), que relatou a matéria no Senado, disse não entender a demora e defendeu uma atuação junto à outra casa legislativa para tornar o processo mais ágil.

- Se nós não tivermos uma interlocução mais objetiva com a Câmara demonstrando a importância de dar andamento àquela proposta, estaremos reiteradamente premidos pelo tempo, tendo que votar matérias sem a devida discussão, sem aprofundarmos a discussão do mérito e sem fazer aquilo para que fomos eleitos: avaliar, discutir, emendar e corrigir - alertou o senador.

De acordo com o texto da PEC, a Câmara terá 80 dias para analisar MPs e o Senado, 30 dias, restando dez dias para que os deputados analisem possíveis emendas dos senadores. Atualmente, a constituição prevê o prazo máximo de 120 dias sem especificar o tempo de tramitação em cada uma das casas.

Fonte: Agência de Notícia do Senado

Deputados querem aprovar na próxima quarta-feira o projeto da Emenda 29

Para não deixar que o PMDB e a oposição reinassem sozinhos como defensores da votação imediata da regulamentação da Emenda 29, que regulamenta os percentuais mínimos a serem aplicados na Saúde, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), puxou um acordo com as demais lideranças da Casa para que a proposta seja votada já na semana que vem. Assim, a missão de avaliar um novo imposto para a Saúde será dos senadores, uma vez que a intenção da maioria dos deputados é rejeitar a parte que fixa a base de cálculo da Contribuição Social da Saúde (CSS).

A sugestão de Vaccarezza foi feita depois de o PMDB organizar dois atos para o fórum do partido amanhã: a pronta votação da regulamentação da Emenda 29 sem o novo imposto que irá financiar o acréscimo de recursos para a Saúde e, ainda, uma moção a favor da liberdade de imprensa, contra o marco regulatório da mídia. As duas propostas são o oposto do defendido pelo PT no Congresso do partido em Brasília, há 10 dias, quando pediram a aprovação do marco regulatório da mídia e autorizaram as bancadas a buscarem novas fontes de financiamento, deixando em aberto a hipótese de novo imposto.

Os dois pontos foram fechados ontem numa reunião da bancada do PMDB como forma de se mostrar diferente dos parceiros petistas. “Nosso partido está em busca de bandeiras e a liberdade de imprensa sempre foi um marco do PMDB”, diz o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), referindo-se à história de seu partido.

Quanto à regulamentação da Emenda 29, deputados do partido levaram para a reunião de ontem uma série de argumentos contra a criação do novo imposto. “A carga tributária subiu de 30,03% do PIB para 35,04% nos últimos 10 anos, mesmo com a perda da CPMF em 2007. E, depois de perder a CPMF, o governo veio com a duplicação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e o aumento da Contribuição sobre Lucro Líquido (CSLL). Ou seja, se não jogou na Saúde foi porque não quis”, disse o deputado Luiz Pittman (PMDB-DF), durante o encontro do seu partido ontem no Congresso.

Com o maior partido da base contra o novo imposto — e a própria presidente Dilma Rousseff dizendo que não é a favor da CPMF, Vaccarezza não teve outra alternativa senão partir logo para votação da Emenda 29, sem a CSS.

Adiamento
A votação na próxima quarta-feira, entretanto, ainda depende da apreciação das quatro MPs que trancam a pauta e também do projeto de lei que cria a Empresa de Serviço Hospitalar, proposta que tramita com urgência e, portanto, tem prioridade de votação. A ideia do governo é colocar no mesmo dia a Comissão da Verdade. O líder explicou que, se os dois textos não forem votados em 21 de setembro, outros projetos trancam a pauta da Câmara na semana seguinte, a partir do dia 27, adiando ainda mais a apreciação.

Vaccarezza repetiu o discurso oficial de que não haveria interesse por parte do Planalto em criar um novo imposto, já que a Emenda 29 não teria efeito sobre os gastos atuais do governo. “O governo federal está cumprindo o que exige a Constituição, assim como boa parte dos municípios. Mas uma grande parcela dos governos estaduais, não”, disse. Segundo Vaccarezza, o governo já está trabalhando na melhoria da gestão, o que pode significar mais recursos para a saúde, sem necessariamente um novo imposto.

O deputado disse que haverá um processo de transição de três ou quatro anos para que os estados se adequem aos novos gastos e explicou que o texto do relator Pepe Vargas (PT-RS) já previa um período de adaptação até 2011 e que será preciso apenas uma emenda na redação para atualizar o limite. Vaccarezza ressaltou que cabe aos governos estaduais, que serão os mais afetados pela regulamentação da emenda, a pressão para mais dinheiro para a Saúde. “Os estados deveriam ter começado a pressionar antes por uma nova fonte de recursos, mas não é o que estão fazendo”, disse, em referência aos governadores que, diante do desgaste político em defender um novo tributo, começam a recuar.

O líder do DEM, ACM Neto, afirma que o acordo se deve à percepção geral de que a sociedade não iria aceitar mais tributos. “Há um mês não havia o nível de consenso que há hoje no Congresso, agora é uma decisão da Casa, não só da oposição. A sociedade já mostrou que não quer um novo imposto.” Segundo ACM Neto, a discussão do uso dos royalties para a saúde é viável, mas fica com o Senado, que é a Casa onde o texto será ajustado.

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