Atirador de Realengo mantinha no computador fotos com armas

Foto divulgada nesta sexta-feira mostra Wellington
barbado e com 2 armas (Foto: Divulgação/Seseg)
A Secretaria de Segurança Pública do Rio divulgou nesta sexta-feira (15) sete fotos e cinco novos vídeos de Wellington Menezes de Oliveira – o atirador que matou 12 crianças no ataque a uma escola em Realengo, na Zona Oeste da cidade. Neles, Wellington aparece sempre sozinho, inclusive na época em que estava barbado.

Os arquivos foram recuperados do computador encontrado queimado na casa do atirador em Sepetiba, também Zona Oeste. Foram encontrados ainda textos com referências religiosas. Segundo a Secretaria, as imagens são de dias antes do atentado e uma delas seria da véspera da tragédia.

Crime premeditado

Material foi encontrado na casa de Wellington
(Foto: Divulgação/Seseg)
No dia 13, a polícia já havia recuperado um outro vídeo em que Wellington dá sinais de que estaria premeditando o massacre há alguns meses. O material estava em um HD empoeirado e fora do computador, encontrado pelos agentes também na casa dele.
"A maioria das pessoas que me desrespeitam, acham que eu sou um idiota, que se aproveitam de minha bondade, me julgam antecipadamente (..) descobrirão quem sou pela maneira mais radical", diz Wellington na gravação revelada pela polícia.

Wellington exibe carta assinada por ele
(Foto: Divulgação/Seseg)
Ele também comenta que “uma ação fará pelos seus semelhantes que são humilhados, agredidos, desrespeitados em vários locais, como escolas e colégios”.

De acordo com o diretor geral de Polícia Técnica e Científica do Rio, Sergio Henriques, o último acesso feito no HD foi em julho de 2010.

Henriques diz que o texto proferido por Wellington mostra sinais de esquizofrenia e não quis se precipitar em afirmar se o massacre à escola já estaria sendo preparado pelo atirador desde o ano passado. Henriques descartou ainda a hipótese de associação do atirador a grupos terroristas, como a Al-Quaeda.

“O armamento utilizado por ele, um revólver calibre 38 e outro calibre 32, não é de uso característico de terroristas”, concluiu Henriques.

Em dois vídeos supostamente gravados dias antes do ataque, Wellington fala sobre as razões para atacar os estudantes. Nas imagens, ele tem a mesma fisionomia e está no mesmo local de uma foto usada em um perfil atribuído a ele no site de relacionamentos Orkut. Aparentemente, o próprio rapaz gravou o vídeo.

Wellington fala de maneira confusa sobre os supostos motivos do crime e culpa pessoas que chama de "covardes" pelo ato que cometeu.

"A luta pela qual muitos irmãos no passado morreram, e eu morrerei, não é exclusivamente pelo que é conhecido como bullying. A nossa luta é contra pessoas cruéis, covardes, que se aproveitam da bondade, da inocência, da fraqueza de pessoas incapazes de se defenderem”, afirma.

Na segunda parte do vídeo, o assassino dá detalhes do longo planejamento da ação e diz porque tirou a barba de forma premeditada.

"Os irmãos observaram que eu raspei a barba. Foi necessário, porque eu já estava planejando ir ao local para estudar, ver uma forma de infiltração. Eu já tinha ido antes, há muitos meses. Eu fui. Eu ainda não usava barba. Eu fui para dar uma analisada”, diz.

O atirador também diz que esteve na escola dois dias antes do massacre. “Hoje, é segunda, terça-feira, aliás. Eu fui ontem, segunda. Hoje é terça-feira, dia 5. E essa foi uma tática para não despertar atenção. Apesar de eu ser sozinho, não ter uma família praticamente... eu vivo sozinho, não tenho pessoas a dar satisfação. Mas, como eu precisava ir ao local e interagir com pessoas, para não chamar atenção, eu decidi raspar a barba”, afirma.

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