Estudantes protestam no Rio contra construção de usinas nucleares

Um grupo de manifestantes se reuniu na manhã deste domingo (27) na orla do Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro, para protestar contra a construção de usinas nucleares no país. Eles caminharam, de mãos dadas, formando uma corrente humana, em direção a Praia do Arpoador.

A ação foi inspirada na manifestação realizada em algumas cidades da Alemanha, quando milhares de pessoas foram às ruas exigindo o fechamento das centrais nucleares do país, logo após o acidente na Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, no leste do Japão, em consequência de um terremoto seguido de tsunami. Com isso, o governo alemão anunciou o fechamento temporário de sete usinas nucleares no país e a realização de rigorosas vistorias nas unidades.

Para convocar a população, as organizadoras, que são três estudantes do ensino médio, utilizaram a internet. Elas criaram um blog e divulgaram a iniciativa em redes sociais.

De acordo com Manuela Moritz, uma das idealizadoras do movimento, o governo brasileiro deveria investir mais em pesquisas e no desenvolvimento de outras fontes energéticas, como a eólica e a solar.

“A gente sabe que essas fontes não têm tanto potencial de gerar energia como a nuclear. A princípio a energia nucelar é limpa, mas os danos que ela pode causar, em caso de acidentes, pesam muito mais. E nesse contexto, a falha humana não pode ser descartada. Por isso, o importante é se prevenir de tragédias porque as consequências são muito graves”, afirmou ela.

No blog, elas destacam, em relação ao acidente no Japão, que “as mais graves consequências dessa tragédia ainda estão por vir, e prometem perdurar entre gerações e gerações da população japonesa”, referindo-se às contaminações por material radioativa em função das explosões dos reatores da usina.

As estudantes também cobram do governo brasileiro um plebiscito sobre a construção de usinas nucleares. Elas pretendem promover um novo protesto e esperam mobilizar mais gente. Do evento de hoje participaram cerca de 50 pessoas.

“Quase 800 pessoas confirmaram pela internet que viriam à manifestação, então o público não correspondeu às nossas expectativas. Mas foi importante ter plantado essa semente, porque chamamos a atenção de muita gente que estava na praia e muitas pessoas se mostraram solidárias com a nossa causa”.

O Brasil tem as usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2 em funcionamento. O programa nuclear brasileiro, além de Angra 3, no Rio de Janeiro, que deve ficar pronta em 2015, prevê a construção de outras quatro usinas, duas no Nordeste e duas no Sudeste.

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